PRESOS POR VENDA ILEGAL DE ARMAS, MUNIÇÕES E DROGAS EM RURÓPOLIS
A Superintendência Regional da Polícia Civil do Baixo e Médio Amazonas, com sede em Santarém, concluiu, nesta segunda-feira (5), a operação “Double Tap” realizada no município de Rurópolis, oeste paraense. O objetivo foi combater o comércio ilegal de armas e munições e o tráfico de drogas, crimes responsáveis por outros tipos de delitos, como roubos e furtos, e crimes dolosos contra a vida. Ao todo, mais de 600 materiais ilegais, entre cartuchos e munições, pacotes com chumbo e tubos com pólvora para recarga de cartuchos, além de armas de fogo, foram apreendidos, em quatro imóveis investigados. Quatro pessoas foram autuadas pelo crime. Outras três pessoas foram flagradas com drogas. Uma delas estava com cocaína em uma boate. A operação foi realizada em parceria com o Poder Judiciário e Ministério Público.
A ação contou com a decretação de nove mandados judiciais de busca e apreensão. Cinco deles direcionados ao combate ao tráfico de drogas e outros quatro voltados ao combate ao comércio ilegal de armas e munições. As ordens judiciais foram expedidas pelo juiz da Comarca de Rurópolis, Gláucio Assad. Sob coordenação do delegado Jardel Guimarães, titular da Superintendência, a operação contou com participação de policiais civis de Santarém, Belterra, Itaituba, Placas e Rurópolis. Os agentes se concentraram na unidade da Polícia Civil de Santarém e daí partiram em direção a Rurópolis, percorrendo a distância de cerca de 280 quilômetros. O cumprimento das ordens judiciais começou na madrugada de sábado passado. As pessoas presas são acusadas de dar suporte a grupos criminosos ligados às atividades de assalto a banco na região.
As ações desencadeadas resultaram de investigações iniciadas com as operações já realizadas no oeste paraense, como “Tempestade”, em Santarém; “Normandia-II”, em Itaituba, e “Mercúrio”, em Novo Progresso. “A análise de equipamentos e dados coletados nas apreensões forneceram nos indícios fortes da ligação dos traficantes presos com possíveis traficantes em Rurópolis, o que foi confirmado através das investigações de campo realizadas no município sob presidência do delegado titular, Ariosnaldo da Silva Vital Filho, em colaboração com equipes da área de inteligência designadas pela Superintendência Regional para dar apoio cumprimento das decisões judiciais”, explica Jardel Guimarães.
Estiveram à frente das ações policiais, em Rurópolis, os delegados Jamil Casseb, Antônio Carlos e João Liberal, todos com ampla experiência no combate ao tráfico de drogas, e os chefes-de-operações em atuação na Superintendência. A operação contou ainda com uma equipe de cinco escrivães e 12 investigadores que trabalharam em todas as fases da operação. Para combater as modalidades atuais do tráfico de drogas, explica o delegado Jardel, a Polícia Civil na região tenta sempre inovar na abordagem e no formato operacional, a exemplo da última operação realizada em Oriximiná, a operação “Conexão Iripixi”. A ação desarticulou uma rede completa de venda de drogas e resultou nas prisões desde os “boqueiros” até os “chefões do tráfico”, que agiam no município.
Um dos locais investigados é a loja veterinária Agrosil, localizada na Rodovia Transamazônica, s/nº., bairro Centro, onde foi preso Marlisson Rego, responsável pelo imóvel. No local, foram apreendidas, ao todo, 10 caixas com 190 cartuchos carregados de calibres 28; 20 e 22, além de uma pistola de pressão de calibre 4,5 mm. Já, na casa de Reginaldo dos Reis Gonçalves e Marcilian França Gonçalves, situada anexa ao mercadinho “SR Mercantil”, na Avenida Ypiranga esquina com Travessa Três Poderes, bairro Bela Vista, um rifle, sem marca aparente, calibre 38, foi apreendido. Também foram encontradas seis caixas com 160 cartuchos carregados de calibres diversos. No estabelecimento comercial, de propriedade de Agnaldo Carlos Costa, situado na rua Almerindo Valerim Pedroso, foi apreendido um revólver calibre 38 com dez munições intactas, além de caixas e latas de espoleta de números 50 e 58, e 130 munições diversas.
Durante a operação, os agentes foram até a boate “Excalibur”, onde foram apreendidas sete “trouxas” de cocaína; uma furadeira de bancada; um telefone celular e R$ 231, em poder de “Índio” que atuava como segurança particular do estabelecimento. Já na casa de Hideo, os policiais apreenderam um telefone celular, que era usado no contato entre “boqueiros” e outro individuo que operava a distribuição e alimentava os pontos de tráfico de drogas com pequenas quantidades de entorpecentes. As drogas eram introduzidas no interior da boate, em dias de eventos, e ali era vendida por “Índio”. O delegado explica que a operação, em Rurópolis, contribuiu para desestabilizar duas práticas criminosas que perturbam a população da região.
SIDNEY ALVES FÉLIX, DE APELIDO "ÍNDIO", E HIDEO NEGISHI
“Além de desagregar famílias, com ações do tráfico de drogas e comércio ilegal de armas e munições, os crimes são responsáveis por ocorrências de delitos mais graves, como homicídios e latrocínio, e crimes de furto e roubo. A meta é fechar o cerco contra o tráfico de drogas e identificar as ramificações criminosas existentes, além de gerar informações para futuras operações”, destaca. O nome da operação, “Double Tap”, refere-se a um conceito tecnológico de Guerra desenvolvido e aperfeiçoado para ações policiais de uso tradicional pelas forças-tarefas urbanas que resultam em ações duplas e consecutivas. O objetivo é aumentar a eficiência do impacto e acentuar o efeito da segunda ação, enquanto ainda persiste o efeito da primeira que se mostra eficiente em diversas aplicações da ciência, e em ações de ataque de forças-tarefas urbanas e nas ações de tiro.
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