José Rodrigues Moreira, Lindojonson Silva Rocha e Alberto Lopes Teixeira são os três responsáveis pelo assassinato do casal de extrativistas José Cláudio Silva e Maria do Espírito Santo Silva, ocorrido no dia 24 de maio, em Nova Ipixuna, sudeste do Pará. É o que aponta o resultado do inquérito que investigou o crime divulgado hoje pela Polícia Civil do Pará. Os três foram indiciados por homicídio. O inquérito foi protocolado na última segunda-feira no Tribunal de Justiça do Pará e pedido de prisão preventiva dos três foi solicitado. “Não há dúvidas quanto a autoria e execução do crime”, garantiu o delegado Silvio Maués, diretor de polícia do interior.
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VÍTIMAS |
As investigações apontaram que o fazendeiro José Rodrigues Moreira, 42 anos, foi o mentor do crime, enquanto que seu irmão, Lindojonson Silva Rocha, e um amigo, Alberto Lopes Teixeira, efetuaram os disparos que vitimou o casal. O crime ocorreu por disputa por um lote de terra que era de propriedade de José Rodrigues – mandante do crime – s de José Cláudio. “Os dois (José Cláudio e José Rodrigues) tinham uma briga direta”, explicou o delegado Maués. Presidido pelo delegado, José Humberto de Melo Júnior, diretor da Delegacia de Combate aos Crimes Agrários (Deca), em Marabá, o inquérito levou 52 dias para ser concluído e ao longo das 492 páginas que o compõem detalha o trabalho de investigação policial que levou ao nome dos responsáveis pelas mortes.
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DELEGADO SILVIO MAUÉS COMENTA RETRATOS-FALADOS |
Conduzida pelo diretor de polícia do interior, delegado Silvio Maués, a investigação iniciou com cinco linhas de raciocínio. À medida que o trabalho avançava e novas pessoas eram ouvidas, no entanto, o cerco em nome dos indiciados foi estreitando. Foram tomados cerca de 60 depoimentos. O resultado foi o indiciamento das três pessoas. A primeira hipótese descartada foi o conflito pela posse de lotes na região. “Ao analisar as acusações feitas em relação a fazendeiros da área, observou-se que não havia mais a disputa pela posse das fazendas na região, em virtude da já haver ocorrido intervenção do INCRA há alguns anos”, descreve o inquérito.
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JOSÉ RODRIGUES: MANDANTE |
Outra hipótese analisada pelos policiais civis foi a atuação do casal na defesa da floresta como motivadora para o crime. “Na análise das informações colhidas, inclusive nas interceptações telefônicas, não foram vislumbradas indícios de envolvimento de pessoas ligadas ao setor madeireiro com a autoria do crime”, aponta o inquérito. A possibilidade de o crime ter sido cometido por ocupantes do assentamento Praia Alta em razão da oposição de José Cláudio em relação a comercialização de madeira e a hipótese de que o crime tivesse sido motivado por vingança da família do colono Edilon Ribeiro da Silva também foram analisadas e descartadas.
“Após a análise e descarte das hipóteses apresentadas chegamos a uma linha conclusiva de investigação. Descobriu-se que a motivação do crime foi a disputa por lote de terra no Projeto de Assentamento Agroextrativista”, revelou o delegado Silvio Maués. Segundo ele, a linha de investigação foi sustentada através da análise de provas periciais, análise de banco de dados e provas testemunhais. Participaram da coletiva o delegado geral da Polícia Civil, Nilton Atayde, o delegado geral adjunto, Rilmar Firmino, o diretor de polícia do interior, delegado Silvio Maués e o presidente do inquérito, delegado José Humberto de Melo Júnior, diretor da Delegacia de Combate aos Crimes Agrários (Deca), em Marabá.
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