ARTIGO DO DIA: "EM BUSCA DE UMA NOVA VIDA"
* POR EDUARDA PINHEIRO
Estava eu um dia passeando pela praça, quando de repente um carro vem em minha direção e em alta velocidade e me bate. Minha situação foi totalmente grave, passei dois meses no hospital. Até que um dia levei alta do médico, fui para casa todo mancando, quebrado e engessado. Eu não tinha trabalho e também não podia trabalhar, fiquei um ano sendo sustentado pela minha irmã que se chama Marly, que me cuidava e me tratava muito bem. Eu sou Ademir, não sou um cara de muita sorte e como sempre as coisas só pioravam, no dia sete de março de dois mil e quatorze, minha irmã foi despedida do trabalho. Eu já estava quase bom e resolvemos fazer um trato. Ela falou que não dava para ficar mais me mantendo e disse que ia embora, para uma cidade muito distante e não voltaria mais. Fiquei arrasado e falei que não conseguiria viver sozinho. Ela me pediu que ficasse com a casa e desse meu jeito.
No dia vinte e cinco de março de dois mil e quatorze, fui trabalhar quando de repente um funcionário veio em minha direção com um aparelho de solda. De repente ele tropeçou e caiu. O aparelho de solda perfurou meu braço e só me lembro de terem me levado ao hospital. Quando cheguei ao hospital um cirurgião não quis me atender e foi preciso eu ir a outro hospital para ser atendido. O meu chefe disse que não tinha como ele me dar férias até eu melhorar então fui despedido de meu trabalho. O casal que ficava em casa foi embora e novamente só pioraram as coisas. Comecei a trabalhar em uma lanchonete, ganhava cinqüenta reais por semana, minha casa não era luxuosa, mas era grande. Então resolvi ver quem queria comprá-la.
Eu tinha bastante dinheiro e resolvi largar meu emprego na lanchonete. Fui passear em Minas Gerais, onde acabei encontrando uma mulher. O nome dela era Viviane. Vou confessar: rolou um clima entre nós. Ela me convidou para ficarmos juntos na casa dela e eu sem dúvida aceitei. Saímos, conversamos, bebemos, fomos ao cinema e no final das contas eu estava gostando dela até que me ligaram e falaram que a velha estava passando mal. Eu perguntei: "Que velha?". Responderam que era a Donna. No mesmo dia fui embora. Foi muito triste ter que me afastar de Viviane. Mais triste ainda foi saber da Donna. Quando cheguei de viajem fui para o hospital. Donna estava deitada em uma cama. Estava pálida e respirava por aparelhos. Quando ela me viu começou a chorar e disse: "Ademir, meu querido Ademir, não existe vitória sem luta”, e morreu.
Minha vida mudou a partir do dia dez de abril de dois mil e quatorze. Saí de meu trabalho cedo, fui almoçar fora de casa e vi um tumulto perto da lanchonete. Perguntei para todos o que foi e tive como resposta que um homem assaltou uma mulher e fugiu. Um policial pediu que todos se retirassem dali. Fiquei assustado e fui para casa. Ao passar por um beco escuro, um homem me puxou e colocou uma arma em minha cabeça, dizendo para eu ficar quieto. Sem dúvida sabia que aquilo era um assalto. Minutos depois a Polícia chegou dizendo para outro homem que o bandido estava comigo. Eles começaram a conversar com o bandido, mas ele não queria nada. Como eu estava super calmo perguntei a mim mesmo: "Será que eu mereço isso?".
* A AUTORA TEM 13 ANOS. É ESTUDANTE EM ABAETETUBA NO PARÁ. CRIADORA DO BLOG http://edu-p-meublog.blogspot.com/
Estava eu um dia passeando pela praça, quando de repente um carro vem em minha direção e em alta velocidade e me bate. Minha situação foi totalmente grave, passei dois meses no hospital. Até que um dia levei alta do médico, fui para casa todo mancando, quebrado e engessado. Eu não tinha trabalho e também não podia trabalhar, fiquei um ano sendo sustentado pela minha irmã que se chama Marly, que me cuidava e me tratava muito bem. Eu sou Ademir, não sou um cara de muita sorte e como sempre as coisas só pioravam, no dia sete de março de dois mil e quatorze, minha irmã foi despedida do trabalho. Eu já estava quase bom e resolvemos fazer um trato. Ela falou que não dava para ficar mais me mantendo e disse que ia embora, para uma cidade muito distante e não voltaria mais. Fiquei arrasado e falei que não conseguiria viver sozinho. Ela me pediu que ficasse com a casa e desse meu jeito.
No dia seguinte, acordei, tomei café e senti alguma coisa de estranho: minha irmã não estava em casa. Deixou um bilhete escrito que sentia muito em ter me deixado e não queria fazer isso. Em baixo do bilhete deixou outro envelope com dois mil reais. Fiquei em casa chorando e dias depois aluguei meu quarto. Um casal estava procurando um kitnet para morar e como meu quarto era grande aluguei por quinhentos reais. Ficava dormindo na sala em um colchão. Todo mês recebia meu dinheiro do aluguel, estava bem de situação, até que surgiu uma oportunidade para eu ir trabalhar em uma loja de eletrônicos. O salário era de mil e quinhentos reais. Tive que fazer uns testes e passei. Mas o meu sonho era ser um médico-cirurgião. Eu tinha tudo para ir trabalhar. Só duas coisas me impediam. Uma delas era o meu corpo porque, depois do acidente, não consigui mais andar perfeitamente. A outra era que ninguém acreditava em minha capacidade. Minha vida foi seguindo normalmente, tudo estava tranqüilo, até que piorou de vez.
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De primeira, um cara chegou e disse que queria me dar vinte e cinco mil reais nela, mas para mim era pouco. Até que uma velhinha chamada Donna, que era uma mulher quase minha mãe, me ofereceu trinta e cinco mil reais e perguntou porque eu queria vender uma casa tão bonita. Respondi dizendo que não tinha como manter a casa. Ela falou com pena de mim: "Meu filho, você nessa casa está feliz e agora imagina você sem ela?". Eu fiquei sem palavras. Mas mesmo assim a velhinha comprou e me colocou para morar junto com ela.
Eu tinha bastante dinheiro e resolvi largar meu emprego na lanchonete. Fui passear em Minas Gerais, onde acabei encontrando uma mulher. O nome dela era Viviane. Vou confessar: rolou um clima entre nós. Ela me convidou para ficarmos juntos na casa dela e eu sem dúvida aceitei. Saímos, conversamos, bebemos, fomos ao cinema e no final das contas eu estava gostando dela até que me ligaram e falaram que a velha estava passando mal. Eu perguntei: "Que velha?". Responderam que era a Donna. No mesmo dia fui embora. Foi muito triste ter que me afastar de Viviane. Mais triste ainda foi saber da Donna. Quando cheguei de viajem fui para o hospital. Donna estava deitada em uma cama. Estava pálida e respirava por aparelhos. Quando ela me viu começou a chorar e disse: "Ademir, meu querido Ademir, não existe vitória sem luta”, e morreu.
Duas semanas depois, ainda estava sentido pela morte de Donna, que me deu forças para arrumar um emprego. Vendi minha casa e tudo que eu tinha nela. Peguei apenas alimentos e roupas. Aluguei um quarto por cem reais. Se eu saísse de manhã e só voltasse à noite pagaria só setenta e cinco reais. No dia seguinte saí em busca de emprego no hospital e todos falavam para voltar no dia seguinte. Mas sempre que eu voltava, eles falavam que não me queriam lá. Até que um dia, fui aceito como empregado de cirurgião. Eu não queria esse trabalho, mas iriam me pagar oitocentos reais. Meu trabalho estava ótimo, mas poderia estar melhor. Fazer o quê!
Minha vida mudou a partir do dia dez de abril de dois mil e quatorze. Saí de meu trabalho cedo, fui almoçar fora de casa e vi um tumulto perto da lanchonete. Perguntei para todos o que foi e tive como resposta que um homem assaltou uma mulher e fugiu. Um policial pediu que todos se retirassem dali. Fiquei assustado e fui para casa. Ao passar por um beco escuro, um homem me puxou e colocou uma arma em minha cabeça, dizendo para eu ficar quieto. Sem dúvida sabia que aquilo era um assalto. Minutos depois a Polícia chegou dizendo para outro homem que o bandido estava comigo. Eles começaram a conversar com o bandido, mas ele não queria nada. Como eu estava super calmo perguntei a mim mesmo: "Será que eu mereço isso?".
E nesse exato momento toda minha vida passou pela minha cabeça como se fosse um filme. Vi minha mãe morrer nos braços de meu pai. Vi quando meu irmão me abandonou e tivemos de ficar só eu e minha irmã na rua. E todos os acidentes que já sofri. Mas eu tinha também coisas boas como lembranças. Como no dia em que eu e minha família saímos juntos. Quando a mamãe cantava para eu dormir. Quando meu pai me abraçou e disse que eu ia ser feliz. E todas as aventuras que eu e minha irmã passamos juntos. Como também no dia em que conheci a Donna e a Viviane.
E nesse momento ouve-se um barulho de tiro. E o que eu me lembro era de todos chorando ao meu redor. Quando abri meus olhos uma luz muito forte surgiu e depois um horizonte muito bonito. E uma voz falou comigo, disse que lutei tanto na minha vida e que agora mereço a vitória. E pediu que eu escolhesse uma de duas opções. Uma era a lagarta e a outra era a borboleta. Como sempre estive em caminhos difíceis, escolhi a lagarta. Aquela voz falou para eu ir à busca de uma nova vida. Depois de dois meses, quando todo mundo já tinha perdido a esperança, acordei, e disse minha vida mudou.
Os dias se passaram e eu fui melhorando bastante. Um dia, recebi uma carta dizendo que eu havia sido aprovado no teste para ser médico-cirurgião no hospital da cidade. Receberia seis mil reais por mês. Aceitei na hora. Quando Donna morreu, deixou sua mansão em meu nome. Mudei-me para a casa dela. No dia quinze de julho de dois mil e quatorze, atendi meu primeiro paciente. Um doutor havia se cortado, era grave. Pediram para eu o consultar. Quando o médico chegou à sala de cirurgia, olhou para mim assustado e pediu desculpas por não ter me atendido no dia em que me cortei. Falei que aceitava as desculpas dele. E viramos grandes amigos! E quando tudo estava bom aconteceu uma coisa que melhorou tudo mais ainda. Reencontrei Viviane e a pedi em casamento. Ela aceitou!
Depois de dois anos, eu já tinha casado. Tinha três filhos e uma casa. E o mais importante: consegui uma nova vida feliz cheia de amor e paz. Essa história que criei é sobre a linda vida de Ademir, que lutava tanto para ser um médico-cirurgião, que um dia sua vitória chegou e teve enfim tudo o que queria. Nunca deixe de lutar por um sonho. Por mais difícil que ele seja, lute! Pior seria ter de admitir que nunca lutou por nada. Vá em frente! Vai que acontece igual com você como na vida de Ademir!
* A AUTORA TEM 13 ANOS. É ESTUDANTE EM ABAETETUBA NO PARÁ. CRIADORA DO BLOG http://edu-p-meublog.blogspot.com/
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