OURÉM (PA): POLÍCIA CIVIL INVESTIGA EXTRAÇÃO ILEGAL DE SEIXO E AREIA
A Polícia Civil, por meio da Divisão Especializada em Meio-Ambiente (DEMA), abriu inquérito para investigar a extração ilegal de seixo e areia, em uma área na zona rural do município de Ourém, região Bragantina, nordeste do Pará. No último dia 5, uma operação foi realizada, sob comando do delegado Marcos Antônio de Queiroz Lemos, da DEMA, para apurar a denúncia do crime ambiental. Estiveram presentes policiais civis da DEMA; fiscais da Secretaria de Estado de Meio-Ambiente (SEMA) e peritos do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves. O local de extração está situado na Estrada do Tupinambá, localidade de Furo Novo, comunidade do KM-06, em Ourém. A área passou por Perícia Técnica de Constatação de Dano Ambiental em área de lavra de minérios. Quatro depoimentos já foram tomados sobre o caso.
Em dois deles, os lavradores Antônio Edmilson Ferreira da Silva, 43 anos, e João Batista de Andrade, 61, ambos trabalhadores rurais assentados na comunidade de Furo Novo, em Ourém, relataram os prejuízos ambientais causados pela extração ilegal na região. Antônio relatou ter visto uma coloração branca, no final de janeiro deste ano, quando iria tomar banho no igarapé que leva o mesmo nome da comunidade. Segundo ele, a água apresenta ainda cheiro e manchas de óleo combustível.
No dia seguinte, o lavrador foi até a Secretaria Municipal de Meio-Ambiente, em Ourém, onde denunciou o possível crime ambiental. Uma equipe da Secretaria foi ao local e constatou os fatos descritos por Antônio. Conforme ela, a situação permaneceu por mais de 24 horas, trazendo prejuízo aos 500 moradores da comunidade, que não puderam usufruir da água.
Ele conta que procurou, por conta própria, apurar a causa do problema até descobrir a abertura de um dos açudes próximo ao igarapé Furo Novo que estava interligado aos demais açudes, fazendo com que a água acumulada neles saísse e fosse despejada no igarapé Furo Novo. Segundo soube o lavrador, os açudes foram formados pela extração de seixo, na área de uma seixeira instalada na Estrada do Tupinambá, na Vila do Furo Novo, em área sob responsabilidade do senhor conhecido como “Zequinha Dantas”, antigo responsável pela seixeira, que foi arrendada para outra pessoa, cujo nome desconhece. O outro assentado, João Batista, confirmou também ter visto o igarapé Furo Novo com as águas poluídas, cheiro e manchas de óleo. Ele relatou que os moradores da comunidade tiveram prejuízos, pois a água do igarapé é usada para atender as necessidades da comunidade, como beber, lavar, tomar banho e cozinhar.
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