POLÍCIA CIVIL PRENDE UM DOS ATIRADORES CONTRA ACAMPADOS EM FAZENDA NA CIDADE DE BOM JESUS DO TOCANTINS

A Polícia Civil prendeu um dos acusados de envolvimento nos disparos de arma de fogo contra membros do acampamento Nova Esperança, localizado na fazenda Gaúcha, em Bom Jesus do Tocantins, sudeste paraense. André Santos de Souza, de apelido "Neguinho", funcionário da propriedade rural, foi reconhecido por testemunhas, como uma das pessoas que atirou contra quatro trabalhadores rurais, na tarde de ontem. Um dos líderes do acampamento, Jair Cleber Alves dos Santos, foi morto a tiros pelo gerente da fazenda, identificado como Reginaldo Aparecido Augusto, de apelido Neném, que fugiu depois do crime. 


Um terceiro funcionário da fazenda, também apontado por envolvimento nos disparos contra as quatro vítimas, fugiu. Os feridos estão internados em Marabá. O caso já está com inquérito instaurado pela Delegacia de Conflitos Agrários (DECA), de Marabá, sob presidência do delegado Alexandre Nascimento. Dez pessoas já foram ouvidas em depoimento como testemunhas do crime. A fazenda Gaúcha pertence à empresa Jacundá Agro Pastoril, de propriedade do empresário e pecuarista paulista Lucas Carlos Batistela. Tem uma área de 17 mil hectares e desde o ano de 2005 é reivindicada pela Fetagri (Federação dos Trabalhadores na Agricultura) para assentamento de cerca de 500 pessoas. 

O processo de desapropriação tramita na Vara Agrária de Marabá. O acampamento Nova Esperança é formado por três núcleos de acampados. Cada um deles tem um líder. Conforme o delegado, o incidente teria ocorrido durante a tarde de ontem. O policial civil apurou que, por volta de 12h30, os trabalhadores rurais teriam levado para a área da fazenda um pequeno trator, conhecido como girico, sob alegação de que iriam abrir um ramal na mata. Ainda, segundo a versão de testemunhas, o gerente da fazenda teria tentado impedir a passagem do girico, colocando o próprio carro na frente do trator. Os trabalhadores rurais teriam passado a ameaçar tocar fogo no carro, caso o gerente continuasse a obstruir o serviço. 

Após a negociação entre o gerente e os acampados, que contou com as presenças de policiais civis e militares, o problema foi contornado. Já à tarde, por volta de 18 horas, porém, os acampados levaram outro trator de maior porte, conhecido como Patrol, para preparar a estrada vicinal. "Logo em seguida, os sem terra foram tentar conversar com Reginaldo, na casa da fazenda, mas, segundo versão de testemunhas, ele teria saído atirando em direção aos sem terra", conta o delegado. Ainda, segundo as testemunhas, após os disparos, outros sem terra tentaram defender Jair. Foi então que dois funcionários da propriedade passaram a atirar em direção aos acampados, atingindo quatro deles. Após os disparos, os autores dos tiros fugiram. Revoltados, outros acampados queimaram as três casas da fazenda. As investigações prosseguem. 

AMEAÇAS Com relação a informações divulgadas pela imprensa, atribuídas à Comissão de Pastoral da Terra de Marabá, de que diversos boletins de ocorrência teriam sido registrados na Delegacia de Conflitos Agrários de Marabá relatando supostas ameças feitas pelo gerente da fazenda contra r funcionários da fazenda contra os acampados, o delegado Carlos Vieira, superintendente da Polícia Civil na região do Carajás, garante que todos os casos registrados na unidade policial foram apurados e os processos foram devidamente encaminhados à Justiça, não havendo qualquer pendência quanto à apuração de ameaças na área.

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