ARTIGO: "CAMARILHA DE BANDIDOS" POR ARMANDO MOURÃO *
Não é de hoje que muitos de nós ouvimos histórias de que o Brasil é o país do futuro e que irá alimentar o mundo, pois tem as maiores reservas florestais do planeta, a maior quantidade de água doce disponível, a melhor agricultura tropical do mundo, etc. Certamente disso tudo podemos nos orgulhar! Mas, era uma vez, como dizia meu avô. Há algumas semanas sonhei que o Brasil era um país sem miséria, com os melhores salários e educação exemplar, sem corrupção, com saúde e segurança, menos impostos, incentivo à preservação ambiental, índices de produtividade comparados a outros países concorrentes, mas, quando acordei, vi que nada disso era verdade e que estávamos em um trem com milhares de vagões desgovernados lotado de brasileiros, prestes a causar um acidente gravíssimo que afetaria milhares de vidas.
Nosso país tinha tudo para ser um país promissor. Só que já na descoberta, tínhamos líderes que só pensavam em enriquecer e se esqueciam dos demais. Assim, a vida continuou e perdemos os trilhos, entramos em um caminho espinhoso onde cada um puxa para onde lhe convém. Assim, os líderes de hoje não pensam que muitos passam fome, que muitos jovens andam de 10 a 15 quilômetros para estar em uma sala de aula, enquanto outros precisam proteger suas terras, pois temos índios que acham que podem tudo, inclusive assassinar pessoas do bem, que a corrupção está no DNA – o jeitinho brasileiro é a melhor forma de resolver os nossos problemas -, que a palavra do homem hoje é simplesmente: “uma palavra qualquer”.
Esse é o retrato de um país desgovernado! Um país que esqueceu sua história, um povo que perde a cada dia a esperança e que vê seu país em um mar de lama. Não há como negar que temos um caos instalado no país. O comércio tem sua série mais ingrata em anos, com números negativos, a indústria em queda, as promessas governistas de custos menores são simplesmente promessas. E os impostos? Não precisamos nem falar que cada brasileiro trabalha 4,5 meses para o governo. Em troca: o que receber? Simplesmente nada! Há sim, esqueci: violência, maldade, humilhação e miséria e bote miséria nisso, enquanto políticos corruptos, descarados, ladrões na acepção do termo nadam nababescamente no tesouro roubado do povo.
Recentemente li um artigo sobre a violência no Brasil e fiquei muito assustado, posto que coloca o Brasil como 15° país mais violento do mundo (números da ONU). Das 50 cidades mais violentas, 16 estão aqui. São mais de 53 mil assassinatos por ano. Pergunta-se o que será do povo de bem, daquele assalariado que encara sol, chuva, seca e enchente para garantir o pão de cada dia? São números assustadores! No Brasil há 27 assassinatos para cada 100 mil habitantes. Os Estados Unidos têm cinco para cada 100 mil, e os países escandinavizados, como Suécia, Dinamarca, Japão e Alemanha, o registro é de um por 100 mil habitantes.
Em ano de eleição tudo é possível. Há aumento da bolsa-família (10%), que por um lado tirou muitos da miséria completa, porém de onde vem este benefício? Já se pensou sobre isso? Será que não é dos 4,5 meses que cada um de nós trabalha para sustentar o governo? Não seria mais fácil dar mais educação a estas pessoas, treiná-las para ganhar seu sustento praticando esporte, cultura, no campo, por exemplo? Está faltando mão de obra! Será que este benefício que tinha um conceito no passado, hoje virou uma estratégia eleitoral? Enfim, um país que poucos têm coragem de enfrentar aqueles que acham que são senhores feudais. Assim, infelizmente tende a adoecer cada vez mais.
A pequena luz no fim do túnel está ficando cada vez mais longe, cada vez menos intensa. Pobre de nosso povo, principalmente as novas gerações que sofrem e sofrerão as maiores consequências como banditismo, fome e miséria principalmente. Já passou a hora do povo ir para as ruas e destituir esse poder malvado que aí está instalado, assaltando os cofres públicos na maior. Vamos acabar com a imunidade parlamentar que neste pais representa a certeza da roubalheira. Vamos submeter esses marginais às cortes judiciárias como qualquer cidadão. Não há porque nos acachaparmos para bandidos travestidos de autoridades. Somos livres, nossa democracia assim garante.
* ARMANDO MOURÃO É DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO PARÁ E DIRETOR DA SECCIONAL URBANA DE POLÍCIA CIVIL DE ANANINDEUA, NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM.
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