POLÍCIA CIVIL LOCALIZA MÃE DE RECÉM-NASCIDO QUE MORREU APÓS SER ABANDONADO EM MATAGAL NA ZONA RURAL DE ABAETETUBA

A Polícia Civil identificou ontem a mãe de um bebê recém-nascido do sexo masculino abandonado no último dia 29, em um matagal, no ramal do Caeté, a 28 quilômetros da sede de Abaetetuba, nordeste paraense. Trata-se de uma adolescente de 15 anos, que contou com a ajuda de outra adolescente, para fazer o parto e depois abandonar o recém-nascido. O bebê chegou a ser socorrido e a dar entrada no Hospital Municipal de Abaetetuba, mas não resistiu e morreu no dia seguinte. As investigações mostraram que a avó do bebê, de 50 anos de idade, sabia que a filha havia abandonado o próprio filho no matagal e não tomou qualquer atitude para salvar o recém-nascido. O local em que o bebê foi deixado fica a 300 metros da casa da adolescente. 

DELEGADA PRISCILA MORGADO OUVE DEPOIMENTOS
A delegada Priscila Morgado, responsável pelas investigações, informou que, após tomar conhecimento do abandono, seguiu juntamente com a equipe de plantão da Polícia Civil de Abaetetuba, formada pelos investigadores Ferreira e Roni, e escrivã Keylla Feitoza, até a localidade na zona rural de Abaetetuba para localizar uma grávida recente na região. Durante as investigações, os policiais chegaram até a casa da adolescente. Ela, junto com a mãe e a amiga, foram conduzidas para Abaetetuba para prestar esclarecimentos. Segundo a delegada, o bebê sobreviveu até por volta de 5h40 da manhã do dia 30, quando faleceu no Hospital. Em princípio, a adolescente negou o fato, mas, após passar por exames clínicos feitos por um médico obstetra, e ainda exames de BHCG e Ultrassonografia, que constataram a gravidez, ela assumiu o crime. Em depoimento, a jovem relatou à delegada que, no momento do parto, estava sozinha em casa com a outra adolescente, que a ajudou no momento do parto. 

A delegada apurou que a outra adolescente, que também tem 15 anos, é irmã de criação da mãe do bebê. Ainda, segundo o depoimento, após o nascimento do bebê, a própria adolescente teria decidido jogar o filho no matagal. Assim, elas procuraram o local e ali ainda chegaram a cavar um buraco, encobrindo parte do recém-nascido ainda vivo. Segundo a delegada, o bebê estava com o corpo aproximadamente 40% enterrado no momento em que foi encontrado por um vizinho do terreno. "Foi esse morador que escutou o choro do bebê e o encontrou no chão coberto de insetos, entre formigas, besouros e larvas. Ele levou o bebê para atendimento em um hospital da cidade", apurou a delegada.

BEBÊ FICOU INTERNADO EM HOSPITAL ATÉ FALECER
Depois de abandonar o bebê, as duas voltaram para a casa, como se nada tivesse acontecido. A própria adolescente revelou para a mãe que havia feito o parto e depois havia decidido abandonar o recém-nascido no matagal. "O que me deixou horrorizada é que nenhuma delas voltou ao local para resgatar a criança", destaca a delegada. As investigações realizadas mostraram que nem a adolescente nem a família dela desejavam ficar com o bebê, pois a gravidez foi resultado de um namoro da adolescente que não deu certo. "O namorado não assumiu a criança e decidiu ir embora da cidade", apurou a policial civil.

Após ser medicada, a adolescente foi levada ao mesmo hospital, onde o bebê permaneceu internado até falecer. "Em momento algum, ela pediu para ver o filho nem a avó", constatou a delegada. Após ouvir os depoimentos da adolescente, da irmã de criação e da avó do bebê, a delegada instaurou um procedimento para apurar Ato Infracional cometido pela jovem por crime de infanticídio (morte de criança). Com relação à amiga da adolescente, que participou do crime, foi instaurado um Auto de Apuração por crime de homicídio. Já a avó do bebê vai responder inquérito policial pela morte do recém-nascido pela omissão dela em não tomar uma atitude para salvar a vida do recém-nascido. O corpo do bebê foi removido ao Centro de Perícias Científicas de Abaetetuba e vai passar por exame de DNA para atestar a maternidade. Ao final dos procedimentos policiais, a adolescente foi liberada e entregue à mãe mediante compromisso firmado com a Polícia Civil.

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