POLÍCIA CIVIL LAMENTA FALECIMENTO DO EX-DELEGADO-GERAL RAFAEL BEZERRA NETO
Faleceu, nesta quinta-feira, 16, aos 65 anos e 45 anos de serviços prestados à sociedade, o ex-delegado-geral da Polícia Civil do Pará, Rafael da Silva Bezerra Neto. Considerado uma lenda na Polícia do Estado, Neto foi por duas vezes chefe da corporação policial, por dois períodos, entre os anos de 1991 e 1993 e de 1994 a 1995. Foi por três vezes diretor da Seccional Urbana de São Brás. Casado com Hilda Veiga Bezerra, Rafael Bezerra nasceu em 25 de dezembro de 1949, em Belém, e começou sua carreira na Polícia Civil no ano de 1970, após ser nomeado escrivão de Polícia, nível 3. Lotado inicialmente no antigo Serviço de Identificação Civil, ele teve passagens, nessa década, pelas antigas Delegacias de Costumes, de Entorpecentes, do 2º Distrito Policial da Estrada Nova, Delegacia de Homicídios, entre outras. Em abril de 1972, foi nomeado para exercer cargo em comissão de Comissário de Polícia, em Belém.
Ainda, no mesmo ano, fez curso geral de Polícia na Academia Nacional de Polícia, em Brasília. Já, em 1975, respondeu como delegado regional do Baixo Amazonas, em Santarém, onde permaneceu de janeiro a julho. Ele concluiu, nesse ano, o Curso de Comissário de Polícia, em Fortaleza, no Ceará, sendo nomeado, em setembro desse mesmo ano, como efetivo no cargo de Comissário de Polícia. A primeira lotação, como comissário, foi a antiga Delegacia Distrital de Icoaraci. Já, no ano seguinte, foi nomeado delegado substituto, período em que foi lotado na Delegacia de Acidentes de Trânsito e Sinistros Terrestres. Em 1977, foi promovido por critério de merecimento ao cargo de delegado de Polícia, com base na então nova lei 4.480, de 02.06.73, que criou as carreiras policiais funcionais na Polícia Civil. No ano de 1983, Rafael Bezerra ganhou medalha pelos bons serviços prestados. Passou à delegado classe D - última classe nas promoções funcionais - no mesmo ano.
CHEFE DA POLÍCIA CIVIL Foi em 25 de março de 1991 que o delegado chegou ao comando da Polícia Civil ao ser nomeado como coordenador de Polícia Civil. Ele deixou a função em maio de 1993, para assumir quatro meses depois a direção da Seccional da Cremação. No ano seguinte, em abril, foi nomeado como diretor do Departamento de Polícia da Capital, cargo em que permaneceu até agosto, quando foi nomeado a delegado-geral, ficando no cargo até fevereiro de 1995. No período, foram instituídas as primeiras Delegacias da Mulher no interior do Estado, em Santarém e em Marabá. Em seguida, após deixar o cargo de delegado-geral, foi titular do Departamento de Polícia do Interior, onde ficou até julho desse ano, quando assumiu a direção da Seccional de São Brás. Ainda, no final da década de 1990, foi diretor da Seccional do Comércio, no prédio da antiga Central de Polícia.
Em janeiro de 1998, Rafael Bezerra Neto foi diretor da Divisão de Polícia Administrativa (DPA), onde permaneceu até abril de 1999. O delegado ficou afastado durante alguns anos, até retornar às atividades em 2011, quando novamente dirigiu a Seccional de São Brás, onde ficou por dois anos, sendo a última unidade que dirigiu na Polícia Civil. Atualmente, estava aposentado.
PESAR Em nome da Polícia Civil, o delegado-geral Rilmar Firmino de Sousa lamentou o falecimento do delegado Rafael Bezerra Neto, considerado um ícone dentro da Polícia Civil, como referência de respeito e de gestor na repressão e combate ao crime no Estado. O falecimento do ex-delegado-geral Rafael Bezerra Neto também foi sentido por outros experientes policiais civis do Estado, que tiveram a honra da trabalhar com o delegado. Um deles é o também ex-delegado-geral Gilvandro Furtado. "A Polícia Civil perdeu um de seus mais destacados integrantes, cuja carreira se confunde com a própria história da instituição. A morte de Rafael Bezerra Neto deixa um imenso vazio em todos aqueles que durante grande parte de suas vidas estiveram a seu lado no árduo trabalho de combate à violência e criminalidade", destaca. O escrivão Walter Pimenta, que trabalhou com Rafael Bezerra Neto, lamentou: "Um excelente profissional que com competência registrou seu nome na história da instituição".
A delegada Rosamalena Abreu, da Divisão de Investigações e Operações Especiais (DIOE), também lamentou o falecimento, ao lembrar que começou a trabalhar na Polícia Civil ao lado de Rafael Bezerra. "Entrei na Polícia (Civil) em 91. Ele era o coordenador geral de Polícia. Por ter sido o primeiro lugar fui trabalhar em seu gabinete. Daí foi a primeira de muitas lotações ao seu lado. Com ele, aprendi a não abaixar a cabeça e me fazer respeitar sempre, sem desrespeitar o próximo, a dialogar com os colegas de trabalho, independente de categoria. Ele foi líder até o último dia", ressalta a policial civil. Outro experiente delegado que lamentou o falecimento de Rafael Bezerra Neto foi Armando Mourão, diretor da Seccional de Ananindeua e um dos últimos remanescentes da época dos comissários de Polícia ainda em atividade. "Um valoroso homem, um divisor de águas entre a Polícia Civil do passado e a Polícia Civil contemporânea. Sua partida deixa uma grande lacuna", destacou.
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