POLICIAIS CIVIS DA DECA PERMANECERÃO NA REGIÃO DO PDS EM ANAPU
Policiais civis da Delegacia Especializada em Conflitos Agrários (DECA), sediada em Marabá, sudeste paraense, sob comando do delegado José Humberto de Melo Júnior, retornaram, nesta quinta-feira, 20, para a área do Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS), também conhecida como PDS Esperança, na zona rural de Anapu, sudoeste do Estado. A medida visa dar apoio para guarnecer a segurança no local. A ação policial atende as determinações da Delegacia-Geral da Polícia Civil, por meio do diretor de Polícia do Interior, delegado Silvio Maués. Na semana passada, a equipe policial apurou ameaças de conflito armado entre trabalhadores rurais assentados e madeireiros na região.
POLICIAIS CIVIS NA ÁREA |
De acordo com denúncias preliminares, madeireiros com anuência de assentados compram madeira extraída de forma ilegal do projeto de desenvolvimento. No entanto, outros assentados, também pertencentes ao projeto e em protesto à exploração ilegal de madeira da área de reserva coletiva, decidiram montar uma barreira na estrada vicinal de acesso ao projeto de assentamento com objetivo de impedir a entrada e saída dos caminhões de madeireiros. Após chegada a área do PDS Anapu I, os policiais civis da DECA constataram um clima de tensão na área com possibilidade de conflito armado no local em razão do comércio ilegal de madeira.
EXTRAÇÃO ILEGAL DE MADEIRA |
“A administração da sustentabilidade no projeto era para ser responsabilidade da Associação dos Moradores do local, com o apoio do INCRA e do IBAMA. No entanto, em razão de interesses econômicos diversos, houve uma divisão da Associação local em que a maioria dos integrantes admite a extração e a minoria não permite a retirada de madeira das áreas coletivas. Por isso, eles montaram um bloqueio na estrada para impedir a entrada e saída de caminhões madeireiros”, explicou o delegado.
O policial civil ressalta que o PDS Anapu I tem 20% da área do projeto destinada ao assentamento dos trabalhadores rurais e os demais 80% constituem-se em uma área de reserva natural coletiva. A equipe da DECA constatou que a disputa na área acontece pela retirada irregular de madeira com autorização por parte dos assentados nas áreas coletivas. “Percebemos que existe uma disputa interna entre os próprios assentados e um consequente estímulo ao conflito pelos madeireiros”, explica José Humberto.
ÁREA DO PDS |
Ele salienta que, após a constatação do clima de tensão no local, imediatamente, as providências necessárias foram adotadas. “Os assentados foram ouvidos. Realizamos buscas no Projeto de Desenvolvimento Sustentável para verificar a veracidade das informações prestadas pelos assentados e constatar a retirada ilegal de madeira”, garantiu o delegado. Além disso, diversas barreiras policiais foram realizadas na tentativa de encontrar armas de fogo. Também foram efetuadas rondas preventivas no local a fim de impedir novos crimes.
Durante a permanência da DECA na área, dois TCO’s (Termos Circunstanciados de Ocorrência) foram lavrados por crimes de ameaça e extração ilegal de madeira contra José Junior Avelino Sirqueira, conhecido como “Junior da Semente”, apontado como principal autor das ameaças e de extração irregular de madeira. Na avaliação do delegado, há necessidade de medidas emergenciais por parte do IBAMA e do INCRA quanto à organização, controle e fiscalização do PDS em Anapu. “Essas são as principais reivindicações dos trabalhadores rurais assentados no local”, finaliza o policial civil.
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