ARTIGO DO DIA: EDUARDA X ROSILENO - O JULGAMENTO DE UMA AMIZADE

* POR EDUARDA PINHEIRO

Essa história começou assim...

Era uma vez... Era uma vez, não! Até parece texto de criança... Vamos ver um começo melhor...

De tarde, três recrutas - Cabeça de Tartaruga, Aldo e o Corpo de Guarda Roupa - estavam na frente do C. P. R. (Comando de Policiamento Regional da Polícia Militar), e eu – Eduarda - estava andando de skate, quando de repente o corpo de guarda roupa fala assim:

- Dá uma volta aqui!

Dei um giro e falei:

- Pronto!

Os três ficaram olhando pra mim e eu disse com toda educação:

- Eu sou espelho?

Ele respondeu:

- O que?

Eu disse:

- É por que você fica olhando para mim!

E foi uma discussão danada! Dias depois descobri o nome desse recruta. Era Rosileno. Eu não o suportava, toda vez que estava de serviço ficava o mais longe possível do C. P. R. Toda tarde era só botar o pé no pátio que ele aparecia e no mesmo pé eu entrava. Até que um dia, quando estava em meu esconderijo secreto, planejei um ato maldoso sobre ele. O plano era o seguinte: toda vez que eu o enxergasse faria careta, mostraria língua só para ele pegar raiva de mim. Só que depois de ter planejado isso, os recrutas passaram dias fora daqui e eu não mais o vi. Sempre sabia quando estava de serviço, pois ele sempre fica tocando um instrumento horrível. Um amigo meu estava de serviço e eu e minha irmã fomos conversar com ele. Quando falo com algum recruta, tenho costume de perguntar quem é que está de serviço e ele me respondeu:

- Graziela e o Rosileno.

E eu perguntei:

- Esse Rosileno não é o corpo de guarda roupa?

E ele afirmou que sim! A partir desse momento eu fiquei doida para entrar para casa, só para nós não nos encontrarmos! E quando acabo de pensar isso, adivinha quem apareceu no portão. O maldito Rosileno! Não quis nem olhar para a sua cara, só o fiquei remendando por trás do meu amigo!

Minutos depois ele aparece novamente, fala boa noite e fica enchendo o saco, perguntando o nome da minha irmã e depois perguntou o meu e disse que não lhe interessava! E perguntou pra mim por que não gostava dele, fui sincera e falei:

- Eu nunca fui com a sua cara depois daquele dia que você fez graça para mim!

Ele respondeu:

- Sim! Eu só falei aquilo porque achei interessante uma menina andando de skate e ainda mais em uma rua só buraco! Depois que estava tudo explicado eu não aceitei as desculpas dele e falei:

- Está bem, só que eu ainda não gosto de você!

O tempo passou e ele ficou conversando com minha irmã e se de repente eu fechasse meus olhos não acreditava que fosse aquela pessoa que estivesse falando. As palavras foram se aprofundando cada vez mais e eu falei:

- Não acredito que estou brava com essa pessoa tão legal.

Ficava mostrando língua para ele e fazendo careta, só que não estava mais brava! Depois começamos conversar e tudo está melhor a cada dia. E ainda gosto do apelido de corpo de guarda roupa. Vejamos... O que posso dizer dele... É um homem de Deus... Educado... Amigo... E muito chato. Estou brincando! No final de tudo ele me perguntou o que eu aprendi com isso que aconteceu e acabo dizendo o final desse texto como uma moral:

- Nunca e jamais julgue a aparência, tente entender o lado da outra pessoa e não deixar uma mágoa no seu coração por uma besteira e fazer que uma amizade tão boa se acabe. Como eu fiz e me arrependo...

Ainda bem que não foi tarde demais para voltar atrás!

* A AUTORA É ESTUDANTE, TEM 13 ANOS E MORA EM ABAETETUBA, INTERIOR DO PARÁ. CRIADORA DO BLOG - www.edu-p-meublog.blogspot.com

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