PRESA QUADRILHA DE ESTELIONATÁRIOS EM SEIS ESTADOS BRASILEIROS
A Polícia Civil do Pará apresentou nesta segunda-feira (12), na sede da Delegacia-Geral, em Belém, uma quadrilha de golpistas presa entre os dias 4 e 8 de setembro, em Belém e Dom Elizeu, no Pará; e nos Estados do Piauí; Maranhão; Ceará; Pernambuco e em Goiás. Eles são acusados de aplicar golpes em praticamente todos os Estados do Brasil, atuando no chamado “Conto do Vigário”. Os golpistas recrutavam pessoas que ficavam responsáveis por indicar vítimas, apelidadas no esquema criminoso de “fregueses”, com objetivo de aplicar o golpe. O integrante da quadrilha conhecido por “arrastador” era responsável em arregimentar as vítimas. Ele apresentava a vítima ao integrante do bando conhecido por “Doutor” - fabricante de notas falsas - e este lhe oferece a proposta para ganhar dinheiro.
Os delegados Neyvaldo Silva e Rosamalena Abreu, da Divisão de Investigações e Operações Especiais (DIOE), responsáveis pelas investigações, explicaram que o golpe se dava da seguinte maneira: O golpista alegava à vítima que conhecia um ex-funcionário da Casa da Moeda do Brasil que tinha em seu poder papeis-moeda que seriam sobras da produção de notas da união. O “Doutor” fazia a proposta ao “freguês” - vítima - que se lhe desse uma nota de R$ 50 poderia lhe fornecer três notas semelhantes. Para convencê-lo, o “Doutor” entregava ao freguês algumas notas verdadeiras, alegando que as mesmas foram conseguidas de sobras da Casa da Moeda. Para tanto, repassava ao “freguês” as notas verdadeiras e acaba por convencê-lo a realizar o negócio. As notas chegavam a ser “montadas” na presença da vítima para convencê-la de que o esquema era verdadeiro. Muitas pessoas, com a expectativa de ganhar mais dinheiro no esquema, acabavam por repassar altas somas em dinheiro, que eram levadas pelos golpistas, deixando prejuízo ao “freguês”. Entre as vítimas estão empresários, profissionais liberais e até políticos.
Uma das vítimas, um empresário, registrou boletim de ocorrência em 29 de janeiro deste ano, em Belém, o que ensejou abertura de inquérito na Divisão de Investigações e Operações Especiais (DIOE). A vítima perdeu para os golpistas R$ 97 mil. Através das investigações, a Polícia Civil passou a investigar a quadrilha. Em outro golpe aplicado contra um político, em Salinópolis, no mês de julho deste ano, R$ 270 mil foram levados da vítima. A Polícia Civil descobriu que o esquema era praticado pelo bando em praticamentos todos os Estados brasileiros. Os golpistas viajavam para outros Estados e, após aplicar os golpes, retornavam para os Estados de origem. O “Doutor” do bando, Luiz Gonçalves Costa, conhecido por “Lula”, preso em Goiânia (GO), atua no esquema criminoso há mais de vinte anos. Ele já foi preso em Tocantins e tem um mandado de prisão preventiva decretado no Rio de Janeiro. O acusado ainda tem antecedentes criminais em Recife (PE).
Além deles, foram presos José Marcos Pinto; Renato da Silva Lago; Francisco Gomes de Oliveira; Jozimar da Cruz Silva; Maria de Lourdes Silva, esposa de “Lula”, e Cláudia Maria Martins da Silva, mulher de Jozimar. As mulheres ficavam responsáveis em fornecer as próprias contas bancárias para receber o dinheiro do golpe. Os golpistas enganavam as vítimas por meio de dois tipos de golpes. Um deles é conhecido por o golpe das “notas prontas”, quando a vítima recebiam blocos de notas que seriam supostamente de cédulas de 50 reais, no entanto, no meio havia apenas papel sem validade. O outro esquema é o golpe do “rodo”, pelo qual os estelionatários “fabricavam” cédulas de Real e as enrolavam em rodos de papel.
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