CRIMINOSOS PRESOS EM SÃO PAULO E GOIÁS TRANSFERIDOS AO PARÁ
Estão em Belém, dois homens presos pela Polícia Civil do Pará nos Estados de Goiás e São Paulo. Os criminosos: Vailton Pereira Evangelista e Carlos Roberto Ferreira participaram dos assassinatos do delegado André Albuquerque e de Antônio Ribeiro de Sousa, vice-presidente da Associação dos Pequenos Produtores Familiares do Projeto Pedro Alcântara, respectivamente. A dupla de acusados será apresentada às 10 horas da próxima terça-feira, 11, durante entrevista coletiva no auditório da Delegacia Geral. As prisões são resultados do trabalho desenvolvido pelo Núcleo de Inteligência Policial da Polícia Civil. Vailton Pereira Evangelista, 27 anos, indiciado por envolvimento no assassinato do delegado André Albuquerque, em Parauapebas, sudeste do Pará, foi preso pela polícia do Pará em Goiânia, capital de Goiás, na última quarta-feira, 5, A prisão do acusado foi realizada pela equipe policial coordenada pelo delegado Lúcio Flávio Filho, do Núcleo de Apoio à Investigação (NAI), da Polícia Civil em Redenção, órgão vinculado ao Núcleo de Inteligência Policial (NIP).
Vailton Evangelista foi preso, por volta de 07:30, pela equipe policial paraense. Ele foi abordado pela equipe da Polícia Civil do Pará no momento em que saía de sua residência em via pública. O preso deverá ser transferido para o Estado do Pará, após autorização do Poder Judiciário do Estado de Goiás. O preso permaneceu recolhido na capital goiana até a tarde desta segunda-feira, quando foi transferido para a capital paraense. O assassinato do delegado foi em 3 de outubro de 2010, por volta de 20:30, em uma área de invasão, em Parauapebas. As investigações contaram com o deslocamento de policiais do Pará para os Estados do Maranhão, de Tocantins e de Goiás, para realizar levantamentos que possibilitaram a localização dos indiciados. "A periculosidade e articulação da quadrilha ficou demonstrada pela facilidade com que os mesmos saíram do Estado do Pará, após o assassinato, ramificando-se em vários outros Estados da Federação", salientou o delegado Lúcio Flávio.
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"CARLÃO" E VAILTON |
Para ele, tal fato não foi empecilho para a execução das prisões dos criminosos graças à seriedade do trabalho realizado pela equipe policial. O delegado Cláudio Galeno destaca que “os criminosos devem ficar cientes de que a Polícia Civil do Pará atua intensamente no embate ao crime, bem como a fuga deles a outros Estados não é nem será obstáculo para a aplicação da lei”. As investigações continuam para localizar e prender o último integrante da quadrilha, de nome Ronaldo Rodrigues Lopes, de apelido "Rodrigo". A Polícia Civil solicita à população que, se souber do paradeiro do foragido, deve telefonar para o número 181, o Disque-Denúncia. A ligação é gratuita e totalmente sigilosa. A operação policial atendeu à determinação da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará e da Delegacia-Geral da Polícia Civil do Estado.
CARLÃO Carlos Roberto Ferreira, foi preso na última sexta-feira, 7, em um balneário na cidade de Ilha Solteira, em São Paulo. Conhecido como “Carlão”, ele é acusado de homicídio praticado na cidade de Redenção, no último dia 23 de julho deste ano. "Carlão" confessou ser o autor do assassinato de Antônio Ribeiro de Sousa, que era conhecido por "Antônio Filho". Crime ocorrido no interior da fazenda Ibiruna, localizada há cerca de oito quilômetros de Redenção, sul do Pará, por meio de disparo de arma de fogo. "Carlão" era, na ocasião do crime, presidente da Associação dos Pequenos Produtores Familiares do Projeto Pedro Alcântara, que reivindica a área da fazenda. A vítima era o vice-presidente da mesma associação. A área onde o assassinato ocorreu é conhecida como acampamento da "Curte França". A prisão de “Carlão” é resultado da Operação "França", realizada por policiais civis do Núcleo de Inteligência Policial (NIP), no interior do Estado de São Paulo.
O crime foi resultado de uma discussão por causa da disputa interna pelo comando da Associação entre os dois.
As investigações sobre a morte de "Antônio Filho" mostraram que antes de cometer o assassinato, já no dia do crime, "Carlão" teve uma discussão com um homem identificado como José Carlos Carneiro de Sousa, que seria agricultor, em razão de discordância entre ambos quanto à demarcação de terra realizada por eles na área. Durante o bate-boca, o acusado teria agredido fisicamente José Carlos a golpes de facão. Com ferimentos pelo corpo, José Carlos foi socorrido por outros agricultores e levado para atendimento médico. Enquanto era socorrido, segundo relatos de testemunhas, o vice-presidente da Associação, Antônio Ribeiro de Sousa, teria incentivado José Carlos a ir até a Delegacia de Redenção, para prestar queixa contra o acusado. O fato foi apenas um pretexto para que o acusado fosse prestar contas com Antônio.
Ao tomar conhecimento da atitude de "Antônio Filho", o presidente da Associação armou-se e, ao encontrar com Antônio, sacou a arma e disparou contra a vítima. "Juntou-se a esse fato, a discussão já existente dentro da Associação quanto à divisão dos lotes da área de invasão", apurou o delegado Marcelo Delgado, titular da Delegacia de Conflitos Agrários (Deca), de Redenção, responsável pelas primeiras investigações do crime. Com os depoimentos de diversas testemunhas, que presenciaram o crime, o delegado fez a representação, junto à Comarca de Redenção, pela prisão preventiva contra "Carlão". A ordem de prisão foi expedida pelo Poder Judiciário da Comarca de Redenção, passando o acusado à condição de foragido da Justiça. Após o homicídio, segundo relatos testemunhais, "Carlão" fugiu para dentro de uma região de mata. Depois de alguns dias, ele fugiu do Estado do Pará, seguindo rumo à região sudeste do Brasil.
LOCALIZADO EM CIDADE TURÍSTICA Com as investigações feitas de forma conjunta pela equipe da DECA de Redenção e do Núcleo de Inteligência Policial, sob coordenação do delegado Cláudio Galeno Filho, titular do NIP, foi descoberto que o foragido estava escondido no interior do Estado de São Paulo, na cidade de Votuporanga, a 520 quilômetros da capital, na região noroeste do Estado. A equipe policial viajou, então, no último dia 6, até a cidade paulista, para prender o foragido. Segundo o delegado Lúcio Flávio Filho, titular do Núcleo de Apoio à Investigação de Redenção (NAI), unidade vinculada ao NIP, os policiais civis descobriram que "Carlão" fugiu para fora do Pará, após alguns dias do crime, escondido dentro de um carro. Inicialmente, ele seguiu em direção à cidade de Santa Maria das Barreiras, no extremo-sul do Pará, na fronteira com a região centro-oeste do Brasil.
Depois, ele atravessou de balsa para Araguacema, em Tocantins, onde familiares paulistas já o aguardavam para lhe dar fuga até Votuporanga. "A partir daí, foi montada uma operação policial para deslocar a equipe policial paraense ao Estado Paulista. Assim, em parceria com a Polícia Civil Paulista, uma equipe de policiais do Núcleo de Inteligência Policial do Pará foi à Votuporanga, onde conseguiu localizar o procurado", explica.
Ainda, conforme Lúcio Flávio, "Carlão" foi encontrado e preso na cidade turística de Ilha Solteira, fronteira com o Estado do Mato Grosso do Sul, onde passava o feriado de 7 de setembro com familiares. No momento da prisão, por volta das 10 horas da manhã de ontem, o foragido estava no interior de um balneário localizado numa praia da represa hidroelétrica do Rio Paraná. "Ele se preparava para fazer um churrasco com seus familiares", informou o delegado.
O titular do NAI de Redenção destacou que as investigações iniciais feitas pelo delegado Marcelo Delgado foram decisivas para a descoberta da autoria. "Conseguimos descobrir a rota de fuga e o paradeiro do foragido. Conseguimos localizá-lo depois em Votuporanga. Depois, já em São Paulo, seguimos o foragido até a cidade de Ilha Solteira, onde fizemos a prisão dele sem maiores atropelos. Não houve tempo nem espaço para reação", detalhou. Ouvido em depoimento, ainda na cidade paulista, o acusado confessou o crime. Com a prisão de "Carlão", o acusado ficará recolhido, em uma casa penal, em Redenção, à disposição do Poder Judiciário do Pará, para ser levado a julgamento pelo Júri Popular. A operação "França" teve coordenação do diretor do Núcleo de Inteligência Policial, delegado Cláudio Galeno Filho, por determinação da Delegacia-Geral da Polícia Civil.
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