SUDESTE DO PARÁ NÃO REGISTRA MORTES POR CONFLITOS AGRÁRIOS

A Delegacia de Conflitos Agrários (Deca), sediada em Marabá, não registra, desde outubro do ano passado, mortes motivadas por conflitos agrários, nos 16 municípios do sudeste do Pará, situados na área de abrangência da unidade policial. A informação é do delegado Victor Leal, diretor da Delegacia, que é responsável pela investigação de crimes dessa natureza. Para o policial civil, o dado é resultado do trabalho preventivo realizado na região pelas Polícias, em conjunto com os movimentos sociais e as entidades representativas dos trabalhadores rurais. Também está neste contexto a Ouvidoria Agrária Nacional, com o repasse de denúncias às autoridades policiais, de possíveis conflitos agrários em áreas de acampamentos na zona rural. 

Policiais na área do acampamento Baronesa
POLICIAIS VÃO A ACAMPAMENTO
Foi o caso das denúncias feitas por acampados de que disparos de armas de fogo e explosões de bombas teriam sido ouvidos na área da fazenda Baronesa, situada a 15 quilômetros da sede de Goianésia do Pará, sudeste do Estado. As denúncias foram relatadas inicialmente à Ouvidoria Agrária Nacional, que solicitou à Polícia Civil a apuração dos fatos e uma ação preventiva na região, onde há acampamentos de trabalhadores rurais. O delegado Victor Leal, responsável pelo inquérito, informou, nesta segunda-feira, 3, já ter tomado depoimentos de quatro funcionários e do gerente da fazenda, e da presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Goianésia do Pará, que representa o acampamento da Baronesa, além de integrantes do movimento social. Falta ainda ouvir o dono da fazenda, que mora em outro Estado, mas que já se comprometeu em comparecer à Deca. 

Dentro do prazo normal, o inquérito ainda tem dez dias para ser concluído. O delegado já vislumbra a possibilidade de requerer ao Ministério Público a prorrogação de prazo. Segundo Victor Leal, nos relatos, os dois lados – funcionários da fazenda e acampados – negam a autoria dos tiros e das explosões, e atribuem ao outro grupo a responsabilidade pelos disparos. Para prevenir possíveis conflitos agrários na área, uma operação, denominada “Triângulo Rural”, foi realizada por policiais civis e militares, que fizeram uma varredura, no final do mês passado, nas fazendas Baronesa; Triângulo e Ararajuba. Estiveram em atuação policiais civis da 15ª Seccional Urbana de Tucuruí, e da Delegacia de Goianésia do Pará, sob coordenação dos delegados Herbert Renan e Paulo Renato Pinto, e militares do Comando de Policiamento Regional IV, por meio do Grupamento de Goianésia do Pará e do Grupamento Tático de Tucuruí, sob comando do capitão PM Wagner Mendes e tenente PM Memória. 

Policiais conversam com acampados
PRESENÇA POLICIAL EM ÁREAS DE ACAMPAMENTO
Conforme o delegado Herbert Renan, superintendente da Polícia Civil na região do Lago de Tucuruí, que abrange a cidade de Goianésia do Pará, o objetivo principal foi prevenir crimes contra as pessoas, como ameaças, e combater o porte e uso de armas ilegais. Os agentes não constataram a presença de pessoas armadas nessas áreas. Na fazenda Triângulo, a 30 quilômetros da sede do município, os policiais fizeram abordagens de pessoas e veículos, na estrada vicinal de acesso à propriedade. Ouvido pelos policiais, o dono da fazenda, Eduardo de Souza, disse não ter conhecimento de que pessoas armadas, de forma ilegal, estariam no interior da área. Relatou ainda aos policiais não ter problemas há, pelo menos, quatro anos, com os acampados nas fazendas Baronesa e Ararajuba, situadas às proximidades da área da fazenda Triângulo. 

Os policiais fizeram buscas na propriedade, mas nenhuma arma foi encontrada. No acampamento da Ararajuba, os policiais entraram em contato com os acampados e fizeram nova vistoria sem localizar armas ilegais. Já no acampamento da fazenda Baronesa, o grupo de acampados relatou aos policiais que, no dia 25 de julho deste ano, ouviram disparos de arma de fogo e explosões de bombas perto da área. “A denúncia já estava sendo apurada pela Deca de Marabá”, confirmaram os acampados, segundo o delegado Renan. Os trabalhadores rurais foram orientados pelos policiais a entrar em contato, o mais breve possível, com a Delegacia de Goianésia do Pará, caso fatos dessa natureza voltem a ocorrer na região.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

8 DE MARÇO: O DIA EM QUE A EURODANCE PERDEU UM DE SEUS GRANDES ARTISTAS

PROCURADO POR USO DE NOTAS FALSAS

HISTÓRIA MUSICAL - 3 DE FEVEREIRO E "O DIA EM QUE A MÚSICA MORREU"