EXAME DE DNA AJUDA A ELUCIDAR HOMICÍDIO EM SOURE
Policiais civis e militares cumpriram mandado judicial de prisão contra Devyson da Silva Padilha, 21 anos, acusado da autoria de um assassinato na madrugada de 7 de setembro deste ano, em Soure, no arquipélago do Marajó. Ele foi localizado em operação integrada sob comando dos delegados Arilson Caetano, superintendente Regional dos Campos do Marajó, e Luciano Cunha, com apoio do sargento J. Oliveira, após levantamento investigativo. O acusado, que ficou conhecido na cidade como "Assassino da 2ª Rua", é apontado como autor da morte de Janivaldo Amaral de Almeida, 58 anos, morador na rua 2ª Rua de Soure. Segundo a equipe policial, em informações colhidas durante o inquérito, o acusado, que era vizinho da vítima, bateu à porta da casa de Janivaldo, que autorizou a entrada de Devyson.
ARRANHÕES NO CORPO DO ACUSADO |
Os policiais apuraram que a vítima costumava conversar com o acusado em casa. Janivaldo morava em Soure havia pouco tempo.
Após a entrada do acusado, ambos foram para a cozinha e depois ao quarto da vítima, onde ocorreu o crime. Devyson aplicou golpes de faca no corpo da vítima, a começar no pescoço. Em seguida, ele levou a vítima até a sala onde a imobilizou, com um golpe chamado de “mata-leão”, fazendo-a desmaiar. Por fim, o acusado desferiu diversos golpes no pescoço. O acusado fugiu do local, levando a arma do crime. Somente na manhã seguinte, um morador que conhecia a vítima descobriu o corpo. "Esse morador acionou as Polícias Civil e Militar, que chegaram rapidamente ao local do crime, fizeram o isolamento do local para deixar a área idônea para a realização da Perícia e deram início à investigação e identificação de testemunhas", explicou o delegado Arilson Caetano.
O crime causou repercussão na cidade, pois a vítima era um homem franzino, com problemas de saúde, que sofria de epilepsia, não bebia, não fumava e muito querido pelos vizinhos e parentes. Há dois meses, ele cuidava de uma casa na 2ª Rua do bairro Novo, local onde foi morto.
O policial civil entrou em contato com Instituto Médico Legal (IML), em Belém, para solicitar o envio ao município de um perito criminalista do Centro de Perícias Cientificas "Renato Chaves" à cidade marajoara. A Secretaria de Segurança Pública do Estado colocou à disposição um helicóptero para conduzir o perito ao município. A perícia do local do crime foi realizado por Vamilton Albuquerque, perito criminal do CPC Renato Chaves.
Uma das ações tomadas pelo perito foi a coleta de material biológico no corpo da vítima. "Foi constatada luta corporal no local o crime, onde a vítima tentou se defender do homicida. Já tínhamos naquele momento um suspeito (Devyson), que apresentava lesões nas costas, semelhantes a marcas de unha. Por isso, a importância da coleta do material genético", detalhou o delegado. Segundo Arilson, Devyson aceitou realizar o exame de DNA e, assim, foi levado pela Polícia Civil ao Instituto Médico Legal (IML), em Belém, para a coleta do matrial genético. "Pedimos ao Judiciário as medidas cautelares que foram deferidas com a finalidade de elucidar o caso. O então suspeito ficou sendo monitorado pela Polícia Civil em total sigilo até termos provas do envolvimento dele no crime, por meio do laudo pericial", explicou Caetano.
O Instituto Médico Legal enviou no último dia 8 os laudos periciais dos exames que atestaram que o material genético coletado no corpo da vítima era de Devyson da Silva Padilha.
Assim, no último dia 9, o delegado solicitou ao Poder Judiciário a prisão preventiva do acusado, em que o juiz de Direito Antônio Carlos de Souza Motta Koury, ao analisar o pedido e o laudo, determinou a ordem de prisão. Devyson foi localizado em sua casa, em Soure. Após a prisão, Devyson, que até então negava o crime, acabou por confessar a autoria do homicídio. "Cabe salientar que as investigações continuam com a finalidade de elucidar o crime e a possível participação de uma outra pessoa, além de apurar se Devyson cometeu outros crimes na cidade", assevera o delegado. O policial civil ressalta o trabalho em conjunto dos órgãos de Segurança Pública do Estado para a elucidação do caso, cuja investigação foi de alta complexidade. "Todas as ações foram importantíssimas para a elucidação do crime hediondo, oportunidade em que agradecemos a todos por suas ações", comemora o delegado.
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