POLÍCIA CIVIL DESCOBRE ESQUEMA DE FRAUDE AMBIENTAL

O delegado Rogério Morais, da Divisão de Investigações e Operações Especiais (Dioe), atendeu a imprensa, nesta tarde, na sede da Divisão, para falar sobre a descoberta de um esquema de fraude visando a obtenção ilegal de créditos de projetos de manejo florestal emitidos pela Secretaria de Estado de Meio-Ambiente (Sema). Cinco pessoas – um egresso do Sistema Penitenciário do Pará em atuação no protocolo do órgão ambiental do Estado, um despachante do órgão e mais três beneficiários do esquema – estão presos. Durante o inquérito, o delegado representou pelas prisões dos acusados junto ao Poder Judiciário. Os indiciados foram presos entre quinta-feira passada e a tarde de anteontem. As investigações mostraram que o grupo roubou 40 mil metros cúbicos em créditos florestais de madeira dentro do sistema da Sema. 

PRESOS: HAMILTON, MARCELO, MENANDRO E EDUARDO
No total, os créditos valem R$ 10 milhões em produtos florestais. Depois, fraudaram documentos. O trabalho investigativo levou sete meses. A fraude aconteceu, explica o delegado, que é titular da Delegacia de Ordem Administrativa (DOA), da Dioe, por meio da falsificação de documentos. O esquema teve envolvimento dos funcionários da Sema. Ainda, pelo esquema, a quadrilha se favoreceu usando empresas de fachada e nomes de pessoas. Um dos presos é o despachante da Sema, Hamilton Lacerda Leitão, que usa também o nome de Hamilton Lacerda Neto, na identidade. Ele é considerado o líder do esquema fraudulento. 

Também estão presos Eduardo Sousa de Oliveira, ex-presidiário egresso do Sistema Penitenciário, que trabalhava no protocolo da Sema; o empresário Menandro Souza Freire, dono da empresa GMF, situada no residencial Greenville, em Belém, apontado como a pessoa que adquiriu os créditos florestais usando a empresa Madeira Marupaúba, situada em Tomé-Açu; o empresário Brás Cuzzuol Rui, de Paragominas, dono da empresa Madeira Marapaúba; e o despachante da Sema, Marcelo Coqueiro, que atuou como procurador de Brás Rui. O golpe teve início com o roubo de créditos florestais da empresa Rancho Alegre II, localizada em Altamira, em 23 de setembro de 2011. 

Ainda, de acordo com o delegado, outro servidor da Sema, já falecido, também participou do esquema. O crime contou com a fraude de um documento chamado de Contrato de Comodato de Imóvel Rural da empresa Rancho Alegre II. O documento falso indicava um médico cardiologista, que, na verdade, teve o nome usado no golpe. Com o documento, o despachante da Sema - Hamilton Leitão - teria gerado uma nova senha dentro do sistema da Sema - o Gesflora - para transferência dos créditos. Para tanto, um requerimento chegou a ser assinado por Eduardo. 

A assinatura dele foi submetida ao exame grafotécnico que apontou ser de Eduardo a assinatura. O golpe veio à tona depois que o dono da empresa Rancho Alegre II descobriu o desaparecido dos créditos, fez denúncia na Sema e, depois, registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil. Só no ano passado, a empresa usando os créditos movimentou R$ 30 milhões em comercialização de madeira junto à Sema. Os presos vão responder por falsidade ideológica, falsificação de documento particular, uso de documento falso, estelionato, receptação do roubo dos créditos e formação de quadrilha. Eles permanecerão presos à disposição da Justiça.

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