TOLERÂNCIA ZERO À VIOLÊNCIA ENTRE GRUPOS DE TORCEDORES RIVAIS
A Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (SEGUP) anunciou, nesta terça-feira, 5, tolerância zero à violência entre grupos de torcedores rivais durante jogos de futebol entre Remo e Paysandu, no Pará. A informação foi dada em entrevista coletiva a jornalistas, no auditório da Delegacia-Geral da Polícia Civil, no final da tarde. Na ocasião, foi apresentado um homem preso acusado de ser o autor da morte de um torcedor do Paysandu, em 26 de janeiro, dia do clássico pelo campeonato paraense. O crime aconteceu no Canteiro Central do Conjunto Paar, em Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém. O preso é Marcelo Rodrigues Leal, 20 anos, de apelido “Mascote”.
ANÚNCIO FEITO EM ENTREVISTA A JORNALISTAS |
A SEGUP anunciou ainda a criação de uma força-tarefa, composta pelas Polícias Civil e Militar, Secretaria Adjunta de Inteligência e Análise Criminal (SIAC), Ministério Público do Estado e outras instituições, para atuação durante jogos entre os dois clubes, para combater crimes relacionados a confrontos entre grupos rivais de torcedores.
Marcelo Rodrigues Leal
Presidida pelo delegado-geral, Rilmar Firmino, a entrevista coletiva contou com as presenças do secretário adjunto de Inteligência e Análise Criminal da SEGUP, Cláudio Galeno; do promotor de Justiça Domingos Sávio Campos, do Ministério Público Estadual; do delegado Roberto Teixeira, diretor de Polícia Metropolitana; da delegada Daniela Santos, diretora da Seccional Urbana do Paar e responsável pelo inquérito do crime, e do coronel Roberto Campos, comandante de Policiamento da Capital.
Durante a entrevista coletiva, foi exibido um vídeo obtido durante as investigações do crime.
As imagens mostram momentos após o baleamento de Ronald Thyego Pessoa Cunha, 25 anos, integrante da Torcida Uniformizada Terror Bicolor (TUTB), do Paysandu. Ele foi atingido na cabeça, por dois integrantes da Torcida Pavilhão 6, do Remo. O vídeo mostra ainda o momento em que a vítima era socorrida e a chegada de uma viatura da Polícia Militar ao local do crime. “As imagens estavam sendo repassadas entre membros de grupos de torcedores que comemoravam e se vangloriavam pela morte do rival”, explicou Cláudio Galeno.
Segundo a delegada Daniela Santos, dois indivíduos em uma moto foram os autores do disparo. Outras pessoas, segundo apurou a policial civil, também chegaram a ser baleadas no mesmo dia no local. As vítimas foram levadas ao Hospital Metropolitano, onde Ronald morreu. No decorrer das investigações, a delegada chegou à mãe de um adolescente de 17 anos, identificado por envolvimento no crime. À delegada, ela revelou que o filho havia lhe confidenciado participação no homicídio junto com Marcelo Leal.
No transcurso do inquérito, a delegada descobriu que Marcelo Leal já estava preso, desde domingo passado, na Central de Triagem da Cidade Nova, em Ananindeua, após ter sido preso em flagrante, por policiais militares, com uma arma de fogo ilegal.
MARCELO LEAL |
O preso foi apresentado na unidade policial para responder por porte ilegal de arma. Nesta terça-feira, o adolescente foi localizado em Ananindeua, onde, em depoimento à delegada, admitiu envolvimento no crime, mas alega que o tiro foi deflagrado por Marcelo.
Este, por sua vez, diz que o autor do disparo fatal foi o adolescente. A arma encontrada com Marcelo, já apreendida no Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, passará por perícia de microcomparação balística, para verificar se foi a mesma usada no homicídio. As investigações prosseguem. O promotor de Justiça Domingos Sávio elogiou a atuação das Polícias Civil e Militar no combate aos criminosos infiltrados em torcidas organizadas. Ao classificar como “lamentável” e “chocante” as cenas exibidas no vídeo, o delegado-geral afirmou que as Polícias irão se empenhar ainda mais para combater os crimes cometidos por grupos de torcedores rivais em 2013.
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