POLÍCIA CIVIL SEDIA AUDIÊNCIA DA COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO DO TRÁFICO DE PESSOAS
A Polícia Civil sediou, nesta sexta-feira, 25, audiência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), do Tráfico de Pessoas, em que foram ouvidos o empresário paulista Roger Rocha, 44 anos, e o cabeleireiro José Guedes, 25, presos no último dia 17, em Belém, por policiais civis da Divisão Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) envolvidos em um esquema de tráfico de mulheres que seriam submetidas à prostituição no Estado de São Paulo. A sessão contou com as presenças da delegada-geral adjunta, Christiane Ferreira; as delegadas Alessandra Jorge e Sandra Veiga, da DEAM, e o deputado federal Arnaldo Jordy, que preside a CPI e que foi responsável pela audiência realizada na plenária do Conselho Superior da Polícia Civil, na Delegacia-Geral.
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ROGER ROCHA ESTÁ PRESO |
As investigações que resultaram no flagrante foram realizadas pela equipe da DEAM após recebimento de denúncia sobre o envio de mulheres, do interior do Pará, por meio de voo comercial, que sairia do Aeroporto Internacional de Belém.
Na ocasião, seis mulheres foram encontradas, por volta de meia-noite, no Aeroporto, junto com o empresário, que adquiriu os bilhetes das passagens aéreas para levá-las para fora do Pará. Com ele, todos os documentos de identidade das mulheres foram encontrados. No mesmo dia, pela manhã, no município de Inhangapi, nordeste do Pará, policiais civis da Superintendência Regional do Salgado, sob comando do delegado Luís Xavier, prenderam o cabeleireiro José Guedes, 25, considerado o intermediador do aliciamento das mulheres nesse município e de mantê-las em sua casa até serem levadas por Roger Rocha ao Aeroporto, em Belém.
Na sede da DEAM, em depoimento, as mulheres confirmaram que receberam propostas tentadoras por parte de Rocha, que lhes prometeu ganhos elevados para trabalhar em uma casa noturna em São Paulo, inicialmente, como balconistas, mas que estariam livres para fazer programas sexuais, nos quais poderiam ter ganhos financeiros de até R$ 500 por programa. Ao ser ouvido, Roger Rocha, que também é conhecido como Toni, disse que tem vindo ao Pará desde o ano passado, pois é dono de uma propriedade rural em Marapanim e estaria fazendo negócios com comércio de açaí na região. Ele alegou que o objetivo de levá-las para São Paulo seria para oferecer trabalho, mas negou o esquema de prostituição. Na audiência da CPI, o empresário alegou que o custo das viagens com as mulheres para São Paulo foi de R$ 9 mil.
Segundo ele, parte dos custos seriam cobertos por um amigo dele, que é dono de uma boate na capital paulista. Ele relatou ainda que é divorciado e que já conhecida uma das mulheres que viajariam para São Paulo. Para a delegada Alessandra Jorge, a CPI do Tráfico de Pessoas tem uma função muito importante, até para corroborar com as investigações já realizadas pela Polícia Civil e reforçar o indiciamento dos presos junto à Justiça. "Acredito que tudo o que vier em favor do trabalho investigativo é positivo", salienta. Para o deputado federal, o depoimento do empresário foi repleto de contradições. "Tundo indica mesmo que se trata de uma articulação para tráfico de pessoas", assevera, ao ressaltar que vai aguardar o restante das investigações para formar convicção. Após a audiência, os presos foram levados de volta ao Sistema Penitenciário do Pará.
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