POLÍCIA CIVIL FLAGRA ESQUEMA DE COMPRA DE PESCADO COM DADOS DE CARTÕES DE TERCEIROS
A Polícia Civil, por meio da equipe da Divisão de Prevenção e Repressão a Crimes Tecnológicos (DPRCT), prendeu em flagrante, nesta segunda, 10, por estelionato e falsa identidade, Bruno Rafael de Lima Pereira, 24 anos, que comprou mais de 90 quilos de pescado, por R$ 2 mil, usando dados de cartões de outras pessoas. Ele foi flagrado, por volta de 12:30, no momento em que recebia a carga em sua casa, no Conjunto Cidade Nova 6, bairro do Coqueiro, em Ananindeua, região metropolitana de Belém. No ano passado, ele comprou cerca de uma tonelada de camarão rosa graúdo em um total de compras avaliadas em R$ 40 mil por meio do mesmo golpe. A prisão foi comandada pelo delegado Samuelson Igaki, da DPRCT. Conforme o policial civil, desde julho do ano passado, a equipe de policiais civis já investigava um golpe de que foi vítima uma empresa que trabalha com venda de peixe e camarão rosa por telefone.
Na ocasião, explica o delegado, a denúncia feita pela empresa prejudicava deu início às investigações. O delegado explica que o preso não trabalha com cartões clonados, pois não usa o cartão, mas apenas os dados dos cartões necessários para fazer compras por telefone e pela internet, no caso, os dígitos que formam o número do cartão, os três dígitos do código de segurança e a data de validade - mês e ano - do cartão, informações que sempre são solicitadas para fechar compras com o cartão. Com a informação de que uma nova entrega, com uso de dados de um cartão pertencente a uma moradora do Rio de Janeiro, seria feita na Cidade Nova 6, os policiais civis passaram a acompanhar o deslocamento e a chegada do veículo entregador do produto na casa do acusado.
Ali, os policiais civis observaram que o responsável em receber o produto era um homem. Ao ser abordado, ele admitiu ter usado dados de um cartão. Para fazer a compra, ele usou o nome falso de Rafael Brito Lima. Aos policiais, o preso alegou ter comprado entre 200 e 300 dados de cartões diferentes de um conhecido pelo valor de R$ 300.
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O PRESO BRUNO PEREIRA. AO CENTRO, O PESCADO APREENDIDO. AO LADO, SAMUELSON IGAKI |
Ainda, conforme a equipe policial, os valores das dívidas pelas compras eram debitados nas contas dos donos dos cartões, que, ao receberem a fatura, percebiam as compras que não haviam feito e faziam a reclamação à operadora do cartão. "Assim, os valores cobrados eram estornados (cancelados) e a empresa responsável pela venda dos produtos ficava no prejuízo", detalha Samuelson Igaki.
Bruno admitiu que também usava os dados para fazer compras em diversos sites de compras virtuais, como Submarino e Americanas.com. "Ele confessou ter comprado desde notebooks até telefones celulares, que foram revendidos no site de compras OLX", detalha. O delegado ressaltou que as investigações irão prosseguir para identificar as pessoas que compraram os produtos, para apurar se as compras foram feitas de boa ou má fé. "Elas podem responder, no mínimo, pelo crime de receptação culposa", asseverou. O delegado orienta às pessoas que não comprem, pela internet, produtos cujos preços estão muito abaixo do valor de mercado.
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