POLÍCIA CIVIL PRENDE AUTORES DA MORTE DO DENTISTA CALIXTO JOSÉ YAGHI EM MARABÁ
A Polícia Civil anunciou, neste domingo, 27, em Marabá, sudeste paraense, o desvendamento da morte do dentista Calixto José Yaghi, 66 anos, após prender três homens envolvidos no crime. Um adolescente, que também teve participação no latrocínio (roubo seguido de morte), foi apreendido, em decorrência das investigações efetuadas por policiais civis da Superintendência Regional do Sudeste do Pará, da 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil de Nova Marabá e da Delegacia Especializada no Atendimento ao Adolescente de Marabá (DATA). Os presos são Ronivon Dias de Souza, 18 anos, de apelido "Roni", apontado como autor do assassinato, junto com o adolescente; e os comparsas Valdione Francisco da Silva e Neemias Lopes da Silva, responsáveis em vender os bens roubados da vítima. Com eles, objetos roubados da casa do dentista e o carro foram recuperados.
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RONIVON, NEEMIAS E VALDIONE: PRESOS |
Os acusados, que tiveram mandados de prisão preventiva decretados pela Justiça de Marabá, foram presos, na sexta-feira passada. Já o adolescente, que teve mandado de apreensão decretado, foi apreendido, no último sábado. As investigações apontaram que a vítima tinha envolvimento homoafetivo com o acusado "Roni" e com o adolescente, que frequentavam a casa do dentista. O trabalho investigativo iniciou após a comunicação do achado do corpo à Polícia Civil. Servidor público de Marabá, Calixto Yaghi foi encontrado morto já enterrado em uma cova rasa, na zona rural do município, em 17 deste mês.
Na ocasião, o delegado Rayrton Carneiro, que estava de plantão da Seccional Urbana de Nova Marabá, instaurou inquérito policial e solicitou junto ao Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, em Marabá, as perícias de Local de Crime e de Necrópsia. Os peritos criminais foram à casa da vítima, que também passou por perícia.
As investigações mostraram que o dentista foi morto por estrangulamento, na própria casa, na Folha 30, em Marabá, no último dia 16. "Roni" e o adolescente foram responsáveis em planejar o crime e arranjar pessoas que iriam vender os objetos e usar cartões e o cheque roubados da vítima.
OBJETOS APREENDIDOS |
No dia do crime, os dois dominaram a vítima e a mataram com o golpe conhecido como "gravata". Os dois se revesaram no crime. Depois, os dois colocaram a vítima no porta-malas do carro do dentista, um Voyage branco. O veículo foi dirigido por "Roni", que junto com o adolescente, enterrou o corpo na zona rural de Marabá.
Da casa, os dois roubaram um computador do tipo notebook, relógio de pulso, telefone celular, cartões bancários e cheques. No decorrer das investigações, a delegada Simone Felinto, titular da DATA de Marabá, juntou-se à equipe de investigadores da Superintendência Regional do Sudeste para atuar no caso, após a descoberta do envolvimento no crime de um adolescente.
Os policiais civis passaram a monitorar os passos do adolescente e de "Roni" depois da comprovação de que os dois usaram os cartões roubados da vítima para comprar suplementos alimentares para hipertrófica muscular em lojas de conveniência de postos de combustíveis em Marabá. "Foi possível identificar Ronivon de Souza a pessoa que matinha relação homoafetiva com a vítima. Já o adolescente seria o co-autor do crime", detalha o delegado Ricardo Rosário, titular da Superintendência Regional.
Em depoimento, "Roni" confessou que se relacionou por dois meses com o dentista. Ele disse que conheceu a vítima, pois trabalhou como vigia noturno na rua da casa de Calixto. Nesse tempo, o acusado disse ter apresentado o adolescente ao dentista.
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VÍTIMA |
Ainda, segundo ele, foram solicitadas medidas judiciais cautelares ao Poder Judiciário de Marabá, cujo mandado de prisão de "Roni" foi decretado pela juíza Elaine Neves de Oliveira, responsável pela 5ª Vara Penal de Marabá. Já o juiz Eduardo Antônio Martins Teixeira, da 6ª Vara Cível de Marabá, determinou a internação provisória do adolescente infrator. Com as ordens judiciais, policiais civis da Seccional de Marabá e da Superintendência, sob comando do delegado Carlos Vieira, e da DATA de Marabá, coordenados pelos delegados Carlos Vieira e Simone Felinto, cumpriram os mandados judiciais. Ronivon foi preso na Rua Adelina, bairro Liberdade, em Marabá, enquanto o adolescente foi encontrado em casa, no mesmo bairro.
Os policiais apreenderam outros produtos comprados com o cartão roubado. Já, com o adolescente, foram encontrados o notebook e produtos comprados com o cartão de crédito que pertencia à vítima. Aos policiais, os acusados confessaram o crime. Em depoimento, eles declinaram as participações de Valdione e Neemias no crime. Conforme os acusados, Francisco da Silva seria o responsável por revender o carro da vítima. Neemias foi preso na posse do cheque e do celular da vítima. Ao ser preso, Valdione levou os policiais civis até uma mata, situada em uma estrada vicinal, a 30 quilômetros da sede de Marabá, no sentido da cidade de Bom Jesus do Tocantins. No local, o carro estava escondido. Valdione e Neemias foram autuados em flagrante por receptação dolosa e foram recolhidos à disposição da Justiça. Na casa de Ronivon, foi localizado um relógio da vítima.
CARRO DA VÍTIMA |
ANTECEDENTES Ronivon já teve passagem pela Polícia. "Ele cumpriu medida sócio-educativa, enquanto era adolescente, por envolvimento em ato infracional assemelhado ao crime de homicídio, na cidade de Ourilândia do Norte, em 2013", detalha o delegado Rosário. Algumas outras investigações ainda serão realizadas, antes da conclusão do prazo de conclusão do inquérito policial. O delegado Rayrton Carneiro agradeceu aos policiais civis de Marabá pelo empenho na apuração do caso. "Quem ganha é a sociedade de Marabá, pois a Polícia Civil tem dado respostas no combate à criminalidade, contribuindo para a sensação de segurança no município", salienta.
Para a delegada Simone Felinto, a integração das três unidades policiais de Marabá com os Poderes Legislativo e Judiciário, do município, foi fundamental para a elucidação do crime. "Recuperamos todos objetos subtraídos da casa da vítima, mas infelizmente, não pudemos resgatar-lhe a vida. Sentimos que, com a prisão dos acusados, pudemos confortar a família e a sociedade marabaense", pontuou a delegada.
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