CURIÓ: MANANCIAL DE EMOÇÕES POR GENÉSIO SANTOS*

GENÉSIO SANTOS
Ó, doce nostalgia, abre meu coração 

E me faz, com doce poesia, 

Viajar em lirismo 

À terra da minha fantasia! 

Onde o galo cedeu a um canto maior. 

Não podia de ser de outra 

Senão donde canta o curió! 

Canta, Curió! Canta aqui, canta acolá! 

Canta, nas Castanheiras, mais alto que o sabiá! 

Canta , Curió! Canta a beleza... Canta mais ela! 

Canta a tristeza, também canta a mazela! 

Canta o Utinga, vereda do Cabano 

Que trouxe garra e esperança! 

Aviva a Maria Fumaça num abano 

E aquece meu sonho de criança! 

Canta, Curió! Canta a Inocência! 

De virar bicho e pintar o sete 

De poetar nas cacimbas da adolescência teu nome a canivete! 

Canta, Curió! Mesmo Cunfrio! Preguiça! 

O puraqué te aquece 

E o zóio de jacaré – na Mulhé de Branco - aparece. 

Canta, Passarinho! Cada Buraco Quente que surgiu 

Entre Castelo Branco, elefante branco e Itororó. 

Traz de volta Felisberto, e a poesia que sumiu. 

Canta, Curió! Acorda o Murucutum, 

A patativa, o carapirá, o Ribeirinho em cada um, a mariposa apaixonada sem nome e carinho 

E canta o bentevi que denuncia o fim da boneca e do carrinho. 

Canta, canta Curió! Canta a boemia! 

Viva a Noite no Encontro dos Amigos! Cotal! 

Sagrado Espadarte com Leite na caldeirada! IAC! 

Mil amores sem perigos! Onze Unidos no Time da Gelada! 

Canta, Curió! “Ao pôr do sol que eu vou te dizer que o nosso amor não pode morrer”! 

Arrocha, Curió, nesse baile da saudade! 

Canta, canta a alegria 

E acorda o Pinto do Meu Pai 

Para mais, muito mais poesia!!!

* GENÉSIO SANTOS É INVESTIGADOR DE POLÍCIA CIVIL E POETA.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

8 DE MARÇO: O DIA EM QUE A EURODANCE PERDEU UM DE SEUS GRANDES ARTISTAS

PROCURADO POR USO DE NOTAS FALSAS

HISTÓRIA MUSICAL - 3 DE FEVEREIRO E "O DIA EM QUE A MÚSICA MORREU"