POLÍCIA CIVIL INSTAURA INQUÉRITO PARA INVESTIGAR DESABAMENTO DE PRÉDIO

A Polícia Civil, por meio da Divisão de Investigações e Operações Especiais (DIOE), instaurou inquérito criminal para investigar as circunstâncias do desabamento do edifício Real Class, da construtora Real Engenharia. Mandados de buscas e apreensão expedidos pela Justiça foram cumpridos, nesta segunda-feira, dia 31, por policiais civis e promotores de Justiça, na sede da empresa, na travessa Timbó, bairro do Marco, em Belém. Na construtora, documentos referentes à ações da empresa, que podem ajudar na apuração do desmoronamento, foram apreendidos. Tudo será periciado.

O delegado Rogério Moraes, da DIOE, está encarregado de apurar criminalmente as responsabilidades pelo desabamento do prédio, ocorrido na tarde de sábado passado, na travessa Três de Maio, entre Avenidas Magalhães Barata e Governador José Malcher, bairro de São Braz. O prédio de 32 andares, ainda em construção, desabou, por volta de 13h45. Dois operários que trabalhavam no local estão desaparecidos. Partes dele atingiram uma casa ao lado. Uma mulher foi atingida fatalmente. O corpo dela foi retirado dos escombros na madrugada de ontem, domingo.
PRÉDIO
IMAGEM DO PRÉDIO ANTES E DEPOIS DO DESABAMENTO
Em nota, o diretor-geral do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, perito Orlando Salgado, confirmou que a mulher encontrada é Maria Raimunda Fonseca Santos, 67 anos. Após ser localizado pelas equipes de busca, o corpo de Raimunda foi levado para necropsia. Familiares não conseguiram fazer o reconhecimento devido ao estado em que o corpo foi encontrado. Houve coleta de sangue para exame de DNA.

O diretor do CPC Renato Chaves informou ainda que as vistorias realizadas pelo Renato Chaves e por especialistas nos edifícios vizinhos ao que desabou, o Blumenau e o Londrina, confirmaram que nenhum deles apresenta anomalias estruturais devido ao impacto do desmoronamento. Mesmo com a liberação para a volta dos moradores, as buscas a possíveis sobreviventes ou aos corpos continuam em ritmo acelerado. Depois de ter localizado o corpo da idosa, as equipes de resgate ganharam o reforço de máquinas de alta tecnologia usadas nesse tipo de operação, no entanto, nenhum sinal de vida foi detectado.

Rodolfo Oliveira/Ag. Pa
LOCAL DA RETIRADA DOS ESCOMBROS
A previsão é que a remoção dos escombros dure ainda mais duas semanas. As equipes do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Polícia Civil, Defesa Civil Municipal e Estadual, Cruz Vermelha, Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, Serviço de Atendimento Médico Urgente (Samu/192), Companhia de Transportes de Belém (CTBel), Departamento de Trânsito do Pará (Detran) e Guarda Municipal, além de tropas do Exército e Fuzileiros Navais trabalham 24 horas na retirada dos entulhos que restaram do desabamento do Real Class e na esperança de ainda encontrar alguém com vida, num efetivo que reúne cerca de 500 pessoas na área da tragédia.

Pelo menos 11 máquinas estão em atividade ininterruptamente, como três retroescavadeiras, pás mecânicas e até um guindaste. O trabalho não para nem de madrugada. Às 2h da manhã desta segunda-feira (31), as máquinas silenciaram e foi instalado o localizador de vítimas de tecnologia canadense Delsar, que funcionou durante duas horas em busca de sinais de sobreviventes. O equipamento possui sensores capazes de detectar até a respiração humana. Como não foi identificado sinal de vida, foram reativadas as retroescavadeiras.

O secretário de Segurança Pública, delegado Luiz Fernandes, e o coronel Mário Solano, comandante-geral da PM, passaram pelo local da tragédia nesta segunda, para acompanhar os trabalhos das equipes do governo do Estado. "Estamos trabalhando de forma integrada, todos os órgãos de governo, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Polícia Militar, Polícia Civil, entre outros, além do Ministério Público Estadual, que está dando assistência aos moradores próximos do local da tragédia. A mobilização rápida ajudou. Logo que aconteceu o acidente, em menos de meia hora todas as equipes estavam trabalhando no local do desabamento", afirmou o secretário.

FOTO: RODOLFO OLIVEIRA (AGÊNCIA PARÁ/GOVERNO DO ESTADO)

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