PRESO POR VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE NA CAPITAL

Os investigadores Eduardo Bandeira e Sérgio Peixoto, da Divisão de Atendimento ao Adolescente (DATA), unidade do Programa Pró-Paz da Santa Casa, deram cumprimento, nesta quinta-feira, 3, ao mandado de prisão preventiva expedido pela Vara de Crimes Contra Crianças e Adolescentes da Capital, por prática do crime de violação sexual mediante fraude, previsto no artigo 215-A, do Código Penal, contra Albertino Luiz Ramos Cardoso, 26 anos. Estudante universitário, ele foi indiciado em inquérito sob acusação de abusar sexualmente de seis adolescentes que o denunciaram à Polícia Civil. O crime foi apurado pela delegada Nadiana Cavaleiro de Macedo Rodrigues, da unidade da Polícia Civil. 

Identificando-se como presidente do Instituto Ecoar, organização que tinha por objetivo promover ações sociais, práticas de esportes e profissionalização para adolescentes do bairro da Terra-Firme, Cardoso cooptava adolescentes do bairro e conseguia adquiria a confiança da família dos jovens. Depois, cometia os crimes sexuais, conforme denúncias feitas pelas vítimas. Conforme a delegada Simone Edoron, titular da unidade da DATA/Pró-Paz da Santa Casa, o acusado se reunia com os jovens em uma quadra poliesportiva de um clube recreativo do bairro, onde incitava os adolescentes a manter relações sexuais homoafetivas. "Ele dizia aos adolescentes que era proibido manter envolvimento heterossexual", apurou. 

INDICIADO

O grupo era formado, em sua maioria, por meninos. Havia somente duas meninas, conforme os autos do inquérito policial. Após adquirir a confiança das vítimas, o indiciado apresentou aos jovens um laudo médico, dizendo-se portador de doença grave e rara e que somente conseguiria a cura se ingerisse esperma. Para sensibilizar as vítimas, Cardoso chorava muito e constrangia os jovens a praticar coito anal com ele e, da mesma forma, obrigava os adolescentes a praticar sexo oral. "As vítimas informaram que o abusador dizia que somente teria a cura através de contato físico, não aceitando receber o esperma de outra forma. Disseram ainda que ele promovia viagens para os balneários turísticos de Mosqueiro e Outeiro, em Belém, com objetivo de violar os adolescentes. 

As vítimas declinaram à Polícia que se sentiam constrangidas com o fato e por isso não comentavam entre si a situação", detalhou a delegada. No decorrer do inquérito, as vítimas informaram que, através do sistema via internet MSN, o indiciado indetificava-se como espírita e usava o codinome de "Pai José" para incentivar os adolescentes a terem novas experiências sexuais com ele. Diante das investigações e com base nas provas coletadas, a Justiça decretou a prisão do acusado que agora permanecerá recolhido à disposição da Justiça. O inquérito já foi concluído e encaminhado para apreciação da Justiça. "Nossa preocupação em divulgar os fatos é a possibilidade de identificarmos outras vítimas que se sintam encorajadas a denunciar o crime", asseverou a policial civil. As denúncias devem ser encaminhadas ao serviço Disque-Denúncia por meio do fone 181.