CONCEIÇÃO DO ARAGUAIA (PA): SEQUESTROU EX-MULHER POR AMOR
A Polícia Civil solucionou, ontem, um sequestro registrado na cidade de Redenção, sudeste do Pará, com a prisão do autor do crime e a liberação de duas reféns. Foi por volta de 10 horas da manhã, quando Wallas Pereira de Abreu foi preso em flagrante. Ele, na noite anterior, por volta de 19:30, sequestrou uma servidora do Fórum da Comarca de Redenção, no momento em que a vítima entrava em seu carro, após sair de um consultório odontológico, na cidade de Conceição do Araguaia. Armado com uma faca, ele entrou no veículo com a vítima, sob forte ameaça, tomando-lhe como refém. depois, ele assumiu a direção do veículo. Os policiais apuraram que o motivo do crime foi que Wallas queria usar o carro da refém para sequestrar a ex-companheira e levá-la à força para o Estado de Tocantins. Ele e a ex-mulher conviveram durante oito meses, mas, há alguns dias, haviam rompido a relação. Wallas, contudo, não aceitava o fim do relacionamento e tentou a todo custo reatar o caso.
WALLAS PEREIRA |
Aos policiais, amigos e familiares da ex-companheira do acusado relataram que, após o término do relacionamento, Wallas teria rasgado fotos da ex-companheira, inclusive, recortando os olhos da mesma nas fotografias em nítida demonstração de desequilíbrio emocional. Após raptar a servidora pública, o sequestrador não se contentou em apenas tomar-lhe o veículo, mas também obrigou a vítima a ligar de seu próprio telefone celular para a ex-companheira, que trabalha num salão de beleza. Nas ligações, a vítima foi obrigada a passar por cliente para fazer uma solicitação de serviços de estética, com objetivo de descobrir onde a ex-companheira do acusado estava. Assim, após descobrir que a mulher estava no salão de beleza trabalhando, Wallas foi até o local, em companhia da sequestrada, usando o carro da vítima e, lá no salão, armado de faca, também obrigou a ex-companheira a entrar no carro.
A Polícia Civil foi acionada e passou a seguir o veículo. Sob coordenação do delegado Lúcio Flávio FIlho, diretor do Núcleo de Apoio à Investigação (NAI), de Redenção, órgão vinculado ao Núcleo de Inteligência Policial (NIP), foram realizadas buscas na cidade.
O trabalho contou com o apoio dos delegados Gláucia Cristo, de Redenção; Gabriel Henrique, de Conceição do Araguaia, e do major Daniel, de Redenção, além de outros policiais civis e militares, familiares e amigos das vítimas. Após investigações, a Polícia Civil descobriu o nome do sequestrador e o objetivo dele. “Wallas Pereira desejava levar à força a ex-companheira para a cidade de Gurupi, em Tocantins, valendo-se, para tanto, do veículo tomado da vítima, como 'escudo humano'. As duas mulheres passaram toda a noite e madrugada dentro do carro com o sequestrador. Ele as levou por estradas vicinais de Redenção até Conceição do Araguaia, na fronteira do Pará com o Estado de Tocantins”, explica o policial civil.
Já, por volta de 08:50, deste domingo, de posse de informações sobre o paradeiro do criminoso e reféns, uma equipe de policiais civis conseguiu localizar o sequestrador na cidade de Conceição do Araguaia, onde foi abordado e preso em flagrante enquanto ainda mantinha as duas mulheres como reféns. As vítimas foram liberadas, sem maiores traumas ou violência, exceto o trauma psicológico e a tortura mental sofrida durante toda a noite e madrugada. Preso em flagrante, Wallas confessou o crime e relatou que teria feito aquilo por amor, por não aceitar ser abandonado pela companheira e que pretendia levá-la à força para morar com ele em Tocantins.
Ele disse ainda que, após chegar em Tocantins, abandonaria a dona do carro. "O crime é horrendo e eu não consigo imaginar o terror que as duas mulheres sofreram nas mãos dele. Ele deve ser julgado com o rigor que a Lei impõe, para que sinta a força punitiva do Estado e jamais pense em praticar novamente o crime", enfatizou o delegado Lúcio Flávio Filho.
O inquérito policial foi lavrado pela equipe do plantão da Delegacia, presidido pela delegada Gláucia Cristo. Wallas foi autuado em flagrante pelo crime de roubo com aumento de pena previsto pela restrição da liberdade da vítima em concurso com o crime de sequestro e cárcere privado. O delegado Lúcio Flávio Filho fez questão de destacar o trabalho integrado com várias forças policiais, o que possibilitou o sucesso da missão, bem como a efetiva e célere atuação do Poder Judiciário local. “Considerando-se as penas máximas previstas para os dois crimes, caso seja condenado, o preso poderá receber pena de cerca de 20 anos de prisão. A operação policial contou com coordenação estratégica-operacional do delegado Cláudio Galeno, diretor do Núcleo de Inteligência Policial, atendendo diretrizes da Delegacia-Geral da Polícia Civil”, informou.
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