POLÍCIA CIVIL INVESTIGA CIRCUNSTÂNCIAS DA COLISÃO ENTRE BALSA E PILAR DE PONTE NO PARÁ

A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Polícia Fluvial (DPFlu), instaurou inquérito policial, nesta segunda-feira, 24, para apurar as circunstâncias da colisão entre uma balsa e a quarta ponte da Alça Viária, que faz a travessia sobre o rio Moju, no nordeste do Pará. Na noite de ontem, por volta de 22h30, a balsa foi levada, sob escolta policial, ao porto do Grupamento de Polícia Fluvial (GFlu), na rodovia Arthur Bernardes, onde está sediada a Delegacia. O delegado Felipe Schmidt, da DPFlu, tomou todos os depoimentos. Pela manhã, equipe de peritos criminais do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, fez o trabalho de perícia na balsa. Eles analisaram o sistema de comando do empurrador da balsa, para verificar a existência de pane no equipamento. É que, segundo versão apresentada pela tripulação, houve um rompimento da corrente hidráulica do leme, peça responsável em manobrar a embarcação.
PERÍCIA NA BALSA
O fato teria ocorrido já às proximidades da ponte, o que fez com que a balsa ficasse à deriva e, assim, acabasse colidindo com um dos pilares de sustentação da ponte. A balsa apresenta visíveis danos da parte lateral, que seriam resultantes da colisão com o pilar. Conforme o delegado Dilermando Dantas, diretor do GFlu, uma reprodução simulada dos fatos, mais conhecida como reconstituição, deverá ser realizada na próxima sexta-feira, com a presença da balsa, no local da colisão.
 
Com 60 metros de comprimento por 12 de largura, a balsa pertence à Companhia de Navegação da Amazônia, que presta serviços à indústria Agropalma, e fazia o transporte de uma carga de 900 toneladas de óleo de dendê, desde o porto da indústria, no alto rio Moju, até a orla de Belém, na rodovia Arthur Bernardes. Ezequias Pinheiro, 61 anos, comandante da balsa, disse que no momento da colisão estava no camorote, pois havia acabado de sair do plantão. A embarcação era pilotada pelo imediato e contramestre Paulo Ronaldo Sousa. O comandante informou ao delegado Felipe Schmidt que, após o rompimento da corrente do leme, a balsa foi empurrada pela maré em direção ao pilar da ponte, causando a colisão. Com o impacto, relatou o comandante, houve a quebra do pilar, que acabou por desabar.
 
Ponte sobre o rio Moju desabou
PONTE QUE PARTIU
Ao perceber o que havia ocorrido, Ezequias Pinheiro disse que, de imediato, seguiu em outra embarcação em direção à estrada, para sinalizar aos motoristas. Depois que a corrente do leme foi consertada, a balsa seguiu viagem até o destino. O comandante relatou ainda que conhece bem a região, pois navega cerca de quatro vezes por semana no local. Ele explica que a balsa deveria passar pelo vão central da ponte, situada em um trecho de largura superior a 80 metros, usada para passagem de grandes embarcações. Porém, com a quebra da corrente hidráulica do leme, a balsa foi projetada para outro vão, que tem entre 30 a 40 metros de largura. Conforme o delegado, uma perícia já foi feita no local da colisão.
 
INVESTIGAÇÕES O delegado Felipe Schmidt explica que o inquérito policial vai investigar duas situações. A primeira é referente ao dano ao patrimônio público, para saber se houve dolo eventual por parte do piloto da balsa. Ele explica que, conforme a lei, só caberia responsabilidade criminal em caso de comprovação de dolo, ou seja, se a colisão que levou aos danos for intencional. Caso essa possibilidade não seja comprovada, cabe responsabilização apenas na área cível. A segunda é referente ao crime previsto no artigo 261 do Código Penal, sobre expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato tendente a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea, cuja pena prevista é de reclusão, de dois a cinco anos. Ainda, conforme o delegado, outros depoimentos serão coletados, no decorrer dos próximos dias, entre eles, o de policiais que prestaram os primeiros atendimentos no local.

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