POLÍCIA CIVIL VAI INVESTIGAR CIRCUNSTÂNCIAS DO INCÊNDIO QUE MATOU CINCO DETENTOS EM PRESÍDIO DE ICOARACI
Um inquérito será aberto pela Divisão de Homicídios da Polícia Civil para apurar as circunstâncias do incêndio que matou cinco internos e deixou outros 27 com queimaduras no Centro de Detenção Provisório de Icoaraci (CDPI), em Belém, por volta das 18 horas desta terça-feira (8), após o princípio de um motim. O titular da Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe), André Cunha, está neste momento na unidade prisional, para acompanhar a situação. Em instantes, a lista com os nomes dos mortos será divulgada, durante entrevista coletiva.
O incêndio – que foi controlado pelo Corpo de Bombeiros – começou depois que 32 internos da cela 25 atearam fogo em colchões e objetos pessoais.
MOTIM EM PRESÍDIO |
Homens da Companhia de Operações Especiais (COE) da Polícia Militar foram acionados para controlar a situação. Segundo os bombeiros, o sistema de hidrantes da unidade prisional estava em condições adequadas de funcionamento, o que facilitou o trabalho da equipe no controle do fogo.
Os internos que tiveram queimaduras receberam o primeiro atendimento médico na própria unidade prisional, por paramédicos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Os presos com ferimentos de maior gravidade estão sendo encaminhados ao Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência, em Ananindeua, na região metropolitana de Belém.
CENTRO DE DETENÇÃO DE ICOARACI |
O Instituto Médico Legal (IML) foi acionado para fazer a remoção dos corpos.
"Situação triste, provocada pelos próprios internos, que só não teve resultados ainda piores devido à pronta atuação dos agentes penitenciários no combate ao incêndio e na atuação rápida do Corpo de Bombeiros. Os presos da cela 25 são os que trabalham na unidade prisional, em serviços gerais na cozinha e limpeza, e ainda os internos que têm problemas de convivência com outros presos da casa penal. Esses detentos, ao ouvirem os demais presos batendo nas celas do pavilhão carcerário principal, julgaram tratar-se de um princípio de motim, o que na verdade não ocorreu”, disse André Cunha, após chegar ao local.
“Pensando que os outros presos estariam vindo na direção da cela 25, os internos dessa cela fizeram uma barricada com colchões e lençóis na porta da cela e atearam fogo para 'se proteger'. O fogo se alastrou para o interior da cela, causando a morte dos cinco internos, provavelmente por asfixia da fumaça. O inquérito policial vai apurar melhor as circunstâncias do caso", afirmou o superintendente, ressaltando que o governo do Estado vai prestar assistência às famílias dos presos atingidos.
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