DESARTICULADO GOLPE DO EMPRÉSTIMO A APOSENTADOS EM ITAITUBA

A Polícia Civil desmontou em Itaituba, oeste do Pará, um esquema criminoso de desvios de empréstimos de aposentados no município. O golpe envolvia dois funcionários de uma empresa financeira, um servidor do INSS local e um ex-servidor municipal. Os quatro acusados foram presos em cumprimento de ordem judicial de prisão temporária. Eles são o casal Roberta Nogueira Tertulino, 28 anos, e Cleiton Mesquita dos Santos, 37; e os servidores públicos Braz Allan Karder Viana Pereira, que atua no INSS, e Valterlon Paiva, 30, ex-servidor municipal. A Justiça também concedeu mandados de busca domiciliar nas casas dos acusados e na sede da empresa CR Financeira, onde foram apreendidos objetos usados no crime que servem de provas de materialidade, como CPU's, contratos de empréstimos, entre outros.
APREENSÕES
APREENSÕES
Iniciada em 19 de janeiro deste ano, a investigação começou com instauração de inquérito para apurar autoria e circunstâncias em que ocorreram crimes de formação de quadrilha ou bando, falsidade de documento público, estelionato, falsidade ideológica e corrupção ativa e passiva. Segundo informações, Valterlon Paiva, funcionário concursado da Prefeitura Municipal de Itaituba onde atua na função de Auxiliar Administrativo, foi designado, em 2008, a prestar serviços como servidor administrativo na 19ª Seccional Urbana da Polícia Civil, em Itaituba, onde era encarregado de proceder ao registro de ocorrências juntamente com outros dois funcionários do município.

Ele permaneceu na atividade por pouco mais de um ano. Depois, retornou a atuar na função no início de 2010. No final de setembro desse ano, o servidor foi procurado por Roberta Nogueira Tertulino, que trabalhava na CR Financeira, empresa do ramo de empréstimos a aposentados e pensionistas. Valterlon, em depoimento, confirmou que já havia visto Roberta anteriormente, pois ela frequentava as dependências da Seccional da Polícia Civil. Ela levava clientes, em geral pessoas idosas, para registrar boletins de ocorrências com objetivo de comunicar supostos “empréstimos indevidos” lançados nas contas bancárias deles. Pelos relatos, Roberta, inicialmente, chegava a levar à unidade policial de dois a três idosos por semana, geralmente, às terças ou quartas-feiras. Apesar da frequência dela na unidade policial, o funcionário não desconfiou e continuou a registrar as ocorrências encaminhadas por ela.

Uma vez, Roberta esteve sozinha na unidade com documentos de pessoas que iriam registrar ocorrência sob alegação de que os “clientes” estavam em seu escritório no aguardo de irem ao INSS. “Ela alegou que, por causa das idades deles, era inconveniente os mesmos virem à Seccional para enfrentar filas. Para tanto, apresentou uma procuração assinada por àqueles”, explicou. Ao perceber a desconfiança do servidor, Roberta passou a oferecer lhe de R$ 10 a R$ 15 para que ele registrasse as ocorrências com os dados das pessoas. “Ela passou a trazer os endereços das pessoas e os dados delas nos quais os endereços estavam como moradores na zona rural no município sem apontar a localidade”, explicou. Ainda, segundo Valterlon, de início, desconfiou que algo não estava correto e disse que não faria mais os registros, pois isso acabaria em problema. Dias depois, o marido de Roberta, Kleiton Mesquita dos Santos, sócio dela no esquema, foi até a Seccional para falar com Valterlon para convencê-lo a registrar as ocorrências, sob alegação de que não havia qualquer coisa errada. Valterlon, por sua vez, continuou a fazer as ocorrências. Ao todo, a Polícia Civil contabilizou um total de 50 ocorrências com as mesmas características. Todas apresentavam os endereços das supostas vítimas com endereço residencial na zona rural do município.

Ainda, de acordo com Valterlon, para receber os documentos das pessoas e realizar os registros de ocorrências, Kleiton lhe telefonava e lhe entregava papeis no escritório da CR empréstimos, onde recebia pagamento pelo “serviço”. Os valores aumentaram de R$ 15 a R$ 20. Valterlon alegou, em depoimento, desconhecer quanto Kleiton e Roberta embolsavam dos valores de empréstimo e que não sabia que as ocorrências eram utilizadas em fraudes. As investigações mostraram que, para despistar escrivães e delegados, de forma que não tomassem conhecimento do número excessivo de registros de empréstimos indevidos, Valterlon não lhes repassava os BOP's.

Tudo foi descoberto quando uma vítima denunciou o fato à Seccional Urbana da Polícia Civil de Santarém. Ele comunicou a adulteração de seu documento de identidade, onde consta ser analfabeto enquanto o mesmo é alfabetizado. Segundo o que foi apurado, Cleiton e Roberta, de posse dos dados dos aposentados. em conluio com Valterlon e Viana no INSS, registravam BOP com falsas informações. Com os BOP's, eles cancelavam o empréstimo feito e, dessa forma, ficavam com parte do dinheiro referente ao empréstimos cancelado. Em seguida, Cleiton e Roberta efetuavam um novo empréstimo e, assim, apropriavam-se de todo o valor do empréstimo. Eles permanecerão presos à disposição da Justiça. As ordens de prisão têm validade por cinco dias.

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