POLÍCIA CIVIL CONCLUI INQUÉRITO SOBRE DESABAMENTO DE PRÉDIO EM BELÉM

Mais de 1.500 folhas em dez volumes. Assim ficou o inquérito policial aberto para apurar as causas do desabamento do edifício em construção Real Class, em 29 de janeiro deste ano, na travessa 13 de Maio, bairro de São Braz, em Belém. Nesta sexta-feira, 20, o delegado Rogério Morais, responsável pelas investigações criminais, encerrou o inquérito após quatro meses de apurações que contaram com perícias de local de acidente, mais de 40 depoimentos, mídias com imagens do desabamento e matérias jornalísticas, entre outros documentos.

PEÇAS DO INQUÉRITO POLICIAL

Os três engenheiros responsáveis pela obra, entre os quais, o dono da empresa Real Engenharia, dona da obra, foram indiciados por crimes de homicídio culposo e lesão corporal culposa, devido a queda do prédio ter provocado as mortes de três pessoas no desabamento e o ferimentos em outra. Os indiciados são Carlos Paes, dono da Real Engenharia; o filho dele, Carlos Júnior, engenheiro residente da obra, e Raimundo Lobato, responsável pelo cálculo.

O delegado da Divisão de Investigações e Operações Especiais (DIOE) avaliou que as perícias não deixaram dúvidas de que houve imperícia por parte dos responsáveis pela obra por uma sucessão de falhas na execução da obra que poderiam ser evitados caso o projeto tivesse sido revisado. Uma delas, a principal, o erro de cálculo nos pilares de sustentação das vigas. Ainda, conforme o delegado, ficou comprovado que a velocidade do vento não foi determinante para a queda do edifício. Ele explicou que, segundo boletim climático do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), naquele dia a velocidade do vento variou de 30 a 39 quilômetros por hora. A construção de um prédio é para suportar ventos de até no máximo 109 quilômetros por hora. O delegado avaliou como fundamental o esforço de todos os órgãos do Sistema de Segurança Pública, desde o dia do acidente, como as Polícias Militar e Civil, o Corpo de Bombeiros Militar, a Defesa Civil e o Centro de Perícias Científicas Renato Chaves. As peças do inquérito policial serão encaminhadas na próxima segunda-feira (23) ao Fórum Criminal para depois ser repassado para parecer do Ministério Público do Estado.