ACUSADO DA MORTE DE MÉDICA EM SANTA MARIA JÁ ESTÁ EM PRESÍDIO
Já está recolhido no presídio Centro de Recuperação Regional de Castanhal, o auxiliar de enfermagem Francisco Charles dos Santos acusado da autoria do assassinato da companheira, a médica Viviani Marins dos Santos. Ele foi preso na noite de ontem, por volta de 21h30, por policiais civis, no momento em que chegava à casa de sua mãe, em Mãe do Rio, nordeste do Pará. Francisco Santos teve a prisão preventiva decretada na quarta-feira pelo juiz de Direito Augusto Bruno de Moraes Favacho, titular da Comarca de Santa Maria do Pará. O preso foi transferido nesta quinta-feira, 6, para Santa Maria do Pará, pelo delegado Otto Wirtz. De acordo com o policial civil, logo após a decretação da prisão preventiva, policiais civis de Santa Maria do Pará, Mãe do Rio e Paragominas passaram a procurar o acusado nos dois endereços dele. No entanto, ele não foi encontrado durante a tarde.
Francisco Charles foi abordado por uma equipe de investigadores, coordenados pelo delegado José Ricardo Oliveira, superintendente regional da Zona Guajarina, em via pública. Os policiais seguiram o acusado e o prenderam no momento em que chegava à casa da mãe, em Mãe do Rio. Ele não esboçou reação. Em seguida, ele foi conduzido para a Delegacia de Ipixuna do Pará, município vizinho a Mãe do Rio, para ficar recolhido no aguardo de transferência ao Sistema Penitenciário. O delegado Wirtz deslocou-se na tarde desta quinta-feira para Ipixuna do Pará para transferir o preso até Santa Maria do Pará. Logo em seguida, o delegado compareceu ao Fórum Judiciário do município para dar ciência ao juiz do cumprimento da ordem de prisão preventiva. À noite, por volta de 20h, o preso foi conduzido até a penitenciária em Castanhal. As investigações mostraram que o crime foi premeditado e motivado por interesses financeiros por parte do acusado.
A médica foi morta com um tiro na nuca durante viagem entre Belém e Paragominas, em 20 de setembro de 2010, na rodovia BR-010, zona rural de Santa Maria do Pará. No momento do crime, estavam apenas a vítima e o acusado no interior do veículo do casal. Na versão inicial de Francisco, um homem e uma mulher teriam simulado um acidente de trânsito para obrigar o carro a parar na estrada e, ainda segundo a versão inicial do acusado, no momento em que ele parou o carro para prestar socorro, um homem armado apareceu e teria anunciado assalto. O acusado, que conduzia o veículo, teria acelerado para fugir e, nesse instante, o suposto assaltante teria feito um disparo que atingiu a vítima, que estava sentada no lado de Francisco. A versão ainda é sustentada pelo auxiliar de enfermagem. A reprodução simulada do crime foi realizada durante as investigações. A ordem de prisão veio após um ano da conclusão de inquérito policial presidido inicialmente pelo delegado Leandro Jorge de Oliveira, depois substituído pelo delegado Otto Wirtz.
Francisco foi indiciado por homicídio qualificado incurso no artigo 121, parágrafo 2º, incisos I e II, do Código Penal Brasileiro, com agravante de motivo torpe e emboscada. Após os autos enviados à promotora de Justiça Francys Lucis Galhardo, o acusado foi denunciado criminalmente em 27 de setembro deste ano, e teve a representação de prisão feita à Comarca Judiciária que determinou pela decretação da prisão preventiva como medida segregatória para garantir a ordem pública e assegurar os fins do processo. O juiz, após análise dos autos, entendeu haver requisitos para decretação da prisão preventiva do indiciado. O denunciado está respondendo por crime cuja pena privativa de liberdade é de doze a 30 anos de reclusão. Segundo a denúncia, "o réu agiu ardilosamente, planejando e executando o crime de forma cruel e fria, contra a vida da própria companheira, mãe do filho dele, sem qualquer sentimento de piedade, por puro interesse econômico, com demonstração de possuir personalidade agressiva e cruel".
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