Os acusados de participação na morte da comerciária Ana Karina Matos Guimarães deverão ser submetidos a julgamento popular em sessão de júri. A decisão é do juiz Líbio Araújo Moura, da 3ª Vara Penal da Comarca de Parauapebas, sudeste do Pará, em sentença de pronúncia datada desta quinta-feira, 3 de novembro. O magistrado determinou ainda que os réus Alessandro Camilo de Lima, de apelido "Macarrão"; Francisco de Assis Dias, de apelido "Magrão", e Florentino de Souza Rodrigues, conhecido por "Minego", permaneçam presos, aguardando julgamento, considerando que ainda estão presentes os requisitos da prisão provisória, dentre eles a garantia da ordem pública e aplicação da lei penal.
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ALESSANDRO CAMILO DE LIMA: MANDANTE |
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FRANCISCO DE ASSIS DIAS |
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FLORENTINO RODRIGUES |
Graziela Barros de Almeida, também ré no processo, continuará em liberdade, mas deverá se apresentar mensalmente ao Juízo, justificando suas atividades na Comarca de Parauapebas, e manter atualizado seu endereço, “forma de permitir a continuidade da persecução contra si sem delongas decorrentes de uma eventual fuga”. O quinto acusado no processo, Pedro Lordeiro, foi excluído da ação penal, mas deverá ser julgado por porte ilegal de arma de fogo, uma vez que sua ação consistiria na cessão de arma.
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GRAZIELA ALMEIDA |
De acordo com os autos do processo, Ana Karina, que estava grávida de nove meses, foi assassinada em 10 de maio de 2010, figurando como suposto mandante o pai da criança que esperava, Alessandro Camilo. Conforme a denúncia, Alessandro teria planejado o crime com o apoio de sua noiva, Graziela, e atraído a vítima para uma emboscada. Alessandro , sob o argumento de que repassaria valores a Ana Karina para as despesas do parto, marcou encontro com a vítima, levando-a para um local ermo, onde já aguardavam Francisco de Assis Dias, e Florentino de Souza Rodrigues. A vítima foi morta a tiros, sendo depois colocada em um tambor que estaria na carroceria da caminhonete de Alessandro, e jogada no rio Itacaiunas. Antes, no entanto, os acusados teriam colocado pedras no tambor e feito perfurações, para que permanecesse no fundo do rio. O corpo da vítima, embora os acusados tenham apontado o local onde foi jogado o tambor, nunca fora encontrado.
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ANA KARINA: VÍTIMA |
Ainda de acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público, o crime teria sido motivado em virtude da pressão que Ana Karina estaria fazendo com Alessandro, para fazer frente às despesas com o nascimento da criança. Além disso, haveria ainda a intenção do acusado em não pagar pensão alimentícia. A denúncia foi recebida em 30 de julho de 2010 e a instrução ocorreu em três audiências, nos dias 06 e 09 de dezembro de 2010 e 09 de fevereiro de 2011, somente não se consumando em uma única data pela ausência de apresentação dos réus presos, os quais estão custodiados em Santa Izabel do Pará. O juiz afirmou que ainda não há data para o Tribunal do Júri, uma vez que ainda há possibilidade de recursos contra a sentença de pronúncia.
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