CONCLUÍDAS INVESTIGAÇÕES SOBRE MORTE DE CASAL EM ICOARACI
A Polícia Civil, por meio da Divisão de Homicídios (D.H.), anunciou, nesta sexta-feira, 6, a conclusão das investigações sobre o duplo homicídio em que foi vítima o casal Diogo Aires de Souza e Tatiany Aparecida Dejard Nogueira. Os dois foram mortos a tiros, em 16 de janeiro deste ano, no interior do carro Gol, placa NTA 0315, na Rua Padre Júlio Maria, entre Travessa Cristóvão Colombo e Rua Pimenta Bueno, bairro do Cruzeiro, distrito de Icoaraci, em Belém. Os autores do crime são Anderson Rodrigo Barros dos Santos, Hugo Renan Santana Campos e Paulo André Marques Braga, de apelido “Preá”. Todos já estão presos. O crime foi motivado por uma rixa entre a vítima Diogo Aires e Hugo Renan. Anderson é apontado como mandante do crime, enquanto que Hugo e Paulo André são os executores. Diogo Aires era empresário e dono do restaurante "Banana Café", situado na orla do distrito.
ANDERSON, HUGO RENAN E PAULO ANDRÉ: PRESOS |
De acordo com o delegado Eduardo Rollo, da D.H., o primeiro a ser preso foi Hugo Renan no último dia 7 de março, em Icoaraci. Renan é primo de Anderson Rodrigo Barros dos Santos, que atua como traficante de drogas e integra uma quadrilha de assaltantes que age em Icoaraci e no município de Castanhal, nordeste do Estado, da qual faz parte Paulo André Marques Braga. Em 23 de março, Paulo André foi preso, no bairro Ianetama, em Castanhal, durante operação da Polícia Civil do município. Na ocasião, ele foi autuado em flagrante por tráfico de drogas, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e uso de documento falso. Ao ser preso, ele portava uma pistola calibre .40, de uso restrito às forças policiais, e ainda tentou atirar contra os policiais civis com a arma. Além da pistola, com ele, foi apreendida uma carteira de identidade com o nome falso de Alberto Patresso Oeiras Pinto. Na época da prisão de Paulo André, os policiais civis de Castanhal pretendiam prender o comparsa dele, Anderson dos Santos. Anderson conseguiu fugir em Castanhal, mas, ao ver que seria procurado pela Polícia por envolvimento no duplo homicídio, resolveu se entregar no Fórum da Comarca de Icoaraci, em 29 de março passado.
O CRIME O duplo homicídio ocorreu em 16 de janeiro deste ano, por volta de 3h45, quando as vítimas foram surpreendidas por dois homens em uma moto preta, de onde foram deflagrados vários disparos contra o carro. Uma pessoa que estava no carro sobreviveu ao atentado. Uma testemunha ouvida relatou à Divisão de Homicídios que o empresário Diogo tinha envolvimento com criminosos. Dois deles conhecidos pelos apelidos de “Uai” e “Fabinho”. Este último – “Fabinho” – era o “braço-direito” de Diogo Aires em crimes como roubos. Tudo começou quando “Fabinho” vendeu para Hugo Renan um revólver de calibre 38 que pertencia a Diogo e era usada nos crimes. A Diogo, “Fabinho” alegou que a arma de fogo havia sido apreendida pela Polícia. Ele vendeu à Hugo o revólver pelo valor de R$ 800, mas, segundo as investigações, Hugo não teria pago todo o valor. Ele – “Fabinho” - teria recebido apenas R$ 400. Outros relatos, no entanto, dão conta de que a dívida pela compra da arma seria de apenas R$ 100.
Assim, “Fabinho” passou a cobrar de Hugo Renan, inclusive com ameaças, o pagamento do restante da dívida pela venda da arma. Por causa das ameaças, Hugo Renan assassinou “Fabinho”. Diogo Aires, que era comparsa de “Fabinho”, passou a nutrir um sentido de vingança contra Hugo Renan. Em decorrência, Diogo convidou Anderson dos Santos com objetivo de matá-lo para vingar a morte de “Fabinho”. No entanto, Anderson não aceitou o pedido, pois alegou a Diogo que não poderia assassinar o próprio primo (Hugo Renan). Para agravar a situação, Anderson delatou a Hugo Renan o plano de Diogo. Assim, Hugo Renan chamou o comparsa “Preá” com objetivo de matar Diogo Aires. No dia do duplo homicídio, Diogo e a esposa participavam de uma festa no bar “Tio Velho”, situado na Rua Padre Júlio Maria, em Icoaraci. Hugo Renan também estava no local seguindo Diogo.
As vítimas se despediram de um casal de amigos que saíram de carro do local. Logo em seguida, Diogo e Tatiany saíram do bar no carro dirigido pelo empresário. As vítimas foram seguidas por Hugo Renan e “Preá” que estavam de moto. “Uma testemunha relatou ter reconhecido Renan como o homem que saiu do local logo após a saída das vítimas”, apurou o delegado Eduardo Rollo. Mais adiante, o carro foi interceptado pelos criminosos e alvejado com diversos tiros. O outro casal, que saiu do bar momentos antes das vítimas, viu pelo retrovisor do carro o momento em que os bandidos atiravam no carro de Diogo e Tatiany. Essas testemunhas foram ouvidas e fizeram o reconhecimento dos criminosos. Com base nas provas, todos os envolvidos tiveram as prisões decretadas pela Justiça e agora aguardarão recolhidos para responder pelos crimes. O relatório final do inquérito já foi enviado à Comarca de Icoaraci.
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