CONCLUÍDO INQUÉRITO COM INDICIAMENTO DE POLICIAL RODOVIÁRIO POR HOMICÍDIO
A Polícia Civil concluiu, nesta quarta-feira, 10, o inquérito instaurado para apurar as circunstâncias do assassinato a tiros do vigia David Martins dos Santos, de 37 anos, ocorrido no último dia 24 de setembro, em Santarém, oeste do Pará. O policial rodoviário federal Carlos André da Conceição Costa foi indiciado por homicídio doloso - quando há a intenção de matar - pelo delegado Gilvandro Furtado, da Divisão de Homicídios (DH), responsável pelas investigações do crime. O policial foi transferido hoje, de Santarém, para o Presídio Estadual "Coronel Anastácio das Neves", específico para servidores públicos presos, situado no distrito de Americano, em Santa Izabel do Pará, nordeste do Estado.
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VÍTIMA ACIMA E ACUSADO ABAIXO |
O delegado tomou hoje o depoimento do preso, na sede do 3º Batalhão da Polícia Militar, em Santarém. A audiência foi acompanhada pelos promotores de Justiça, do Ministério Público Estadual, Ione Nakamura; Gilberto Lima Souza Filho e Adler Calderaro Sirotheau. No depoimento, o indiciado voltou a alegar a tese de legítima defesa. Carlos Costa relatou que é lotado na PRF, em Brasília, e que estava de férias, em Santarém, de onde é oriundo.
Ele conta que caminhava pela praça do Mirante do Tapajós, na orla de Santarém, à noite, quando percebeu um homem com uma arma na cintura, revistando quatro jovens no local. Suspeitando de que se tratava de um assalto, ele resolveu sacar sua arma pessoal, uma pistola calibre .40, e se identificou como policial para a vítima, mandando que o homem levantasse as mãos.
A vítima, contudo, teria sacado a arma de fogo, fazendo com que o policial rodoviário federal efetuasse disparos contra o vigia. O laudo de necropsia do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, de Santarém, mostrou que o vigia foi alvejado com dois tiros na região torácica. Depois dos tiros, Carlos Costa acionou a Polícia Militar e o serviço de ambulância do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), para prestar socorro à vítima, que não resistiu e veio a óbito.
Após ser feito o procedimento na Seccional, foi aberto inquérito para apurar as circunstâncias do fato. As armas usadas pelo policial e a do vigia, um revólver calibre 38 com numeração raspada, foram apreendidas e encaminhadas para perícia.
O laudo comprovou que os tiros que levaram à morte da vítima partiram da arma do policial. Como se tratou de apresentação espontânea, segundo a legislação brasileira, Carlos não pode ser autuado em flagrante e, assim, foi liberado. Com a decretação da prisão preventiva, o policial rodoviário federal ficou preso, na sede da PRF, na capital federal, até ser transferido ontem para Santarém, por ordem da Justiça. Durante o inquérito, diversas testemunhas foram ouvidas e afirmaram que o autor dos disparos contra o vigia foi Carlos André que permanecerá preso à disposição da Justiça para ser levado a julgamento.
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