PRESERVAÇÃO DE LOCAL DE CRIME É TEMA DE PALESTRA
Peritos criminais e policiais dizem que o local do crime “fala”, ou seja, revela evidencias que ajudam a desvendar o crime desde que não tenha sido “violado ou contaminado” pela ação de curiosos.
Com essa preocupação, a Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe) realizou, nesta quarta-feira (10), a palestra “Gerenciamento de Local de Crime: Isolamento e Preservação”, com o objetivo de mostrar aos gestores de unidades prisionais a importância de se preservar o local do crime para o recolhimento de provas que irão subsidiar o inquérito policial, caso o delito venha acontecer em uma das prisões do Estado.
“Embora não seja frequente a ocorrência de crimes dolosos dentro de unidades prisionais, em especial casos de homicídios, é importante que os dirigentes de unidades e seus funcionários estejam capacitados a adotar todas as providências de preservação do local onde ocorreu o fato, a fim de facilitar e fortalecer as ações de investigação”, explicou o superintendente da Susipe, André Cunha.
APRESENTAÇÃO NA SUSIPE |
Com duração de 4 horas, a palestra foi conduzida pelo perito criminal e gerente de Local de Crime do Centro de Pericias Cientifica Renato Chaves (CRPCR), José dos Santos Cordeiro, que abordou vários pontos do universo da perícia criminal, conhecimentos sobre local de crime, prova material, preservação e isolamento para garantir as evidências que ajudam a elucidar a investigação de um caso. “Isolar o local para recolher as provas legais ajuda a perícia criminal a adquirir provas importantes para o inquérito policial”, afirma o palestrante.
Cordeiro também explicou sobre os os materiais brutos encontrados no cenário do crime, chamados de vestígios que podem ser, cartuchos, projéteis, impressões digitais, pegadas, manchas, sinais de lutas e fios de cabelo. “Os vestígios de forma isolados não representam muita coisa, mas quando analisados juntos fazem parte de um conjunto de exames periciais que se comunicam para elucidar o crime”, ensina.
O perito disse ainda que na maioria das vezes a cena do crime é modificada por curiosos que querem olhar de perto, filmar, socorrer as vítimas, além da retirada de objetos pessoais do local. “Primeiramente, no cenário do crime, deve-se observar os sinais vitais da vítima. Se ela já estiver morta, é preciso isolar o local de tal maneira que seja possível coletar o máximo possível de evidências, em seguida comunica-se imediatamente as autoridades competentes”, orientou.
A partir da palestra, a diretora da Central de Triagem Metropolitana II (CTM II), Mylene Fonseca, conheceu os processos básicos relativos ao isolamento e preservação dos vestígios em locais de crimes, garantindo a inviolabilidade dos indícios. “Vou levar para o dia a dia os conhecimentos adquiridos, o que deverá contribuir para a melhoria da qualidade da perícia realizada na cena do crime”, afirmou.
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