RESULTADOS DE OPERAÇÃO QUE PRENDEU GOLPISTAS EM SÃO PAULO

O delegado-geral da Polícia Civil, Nilton Atayde; a delegada Beatriz Silveira, da Delegacia de Repressão a Crimes Tecnológicos (DRCT), e o presidente da AMEPA (Associação dos Magistrados do Pará), juiz de Direito Heyder Ferreira, falaram à imprensa, durante entrevista coletiva, nesta terça-feira, 13, na sede da Delegacia-Geral, dos resultados da operação “Montepio” que levou às prisões de sete golpistas por policiais do Pará, na semana passada, em Praia Grande, no Estado de São Paulo. A quadrilha usava nomes de advogados conhecidos no Estado para enviar correspondências a juízes, procuradores de Estado, promotores de Justiça, auditores fiscais, militares das Forças Armadas e professores da rede estadual, alegando que eles tinham valores em dinheiro a receber de indenizações ou pecúlios. 

DELEGADA BEATRIZ, JUIZ HEYDER E DELEGADO ATAYDE
Para tanto, deveriam depositar em contas valores referentes a percentuais da quantia que seria recebida a título de honorários. No Pará, cinco pessoas caíram no golpe. Duas delas depositaram valores de R$ 30 mil e R$ 92 mil. As demais quantias de R$ 5 mil. No caso do maior valor depositado - R$ 92 mil - a vítima contou ter depósitos em quatro contas diferentes. Pelas investigações, os golpistas tinham à sua disposição informações que deveriam ser sigilosas, como dados pessoais, endereço, salários, e-mail e até telefone celular, de autoridades do Judiciário e demais servidores públicos, que receberam as correspondências. 

Com base nas informações, os criminosos forjaram cartas oficiais, com timbres oficiais, e usaram nomes de advogados existentes no Pará para dar aparência de autenticidade aos documentos. Muitos dados foram obtidos no site Portal da Transparência e vendidos em CDs em feiras livres de São Paulo. “Uma vez na internet, o que se pode fazer é uma ação de repressão para investigar e identificar quem utilizou as informações em crimes”, informa a delegada Beatriz Silveira. Uma das pessoas que recebeu a carta foi a presidente do Tribunal de Justiça do Pará, de onde partiu a denúncia do golpe, que deu início às investigações da DRCT. 

Os golpistas presos foram indiciados nos crimes de estelionato, falsificação de documentos públicos e privados, falsidade ideológica, formação de bando ou quadrilha, crimes contra a economia popular e lavagem de dinheiro. Segundo a delegada, 42 contas bancárias de São Paulo identificadas para recebimento dos valores depositados já foram bloqueadas. Durante as prisões dos envolvidos com o bando, a Polícia Civil apreendeu, na casa de um deles, um envelope com 500 cartas prontas para serem enviadas. 

BANDO PRESO
Para o juiz Heyder Ferreira, a tentativa de golpe foi um ato de ameaça não aos magistrados, mas ao Estado Democrático de Direito, devido ao fato de que os golpistas tinham em mãos os dados bancários e pessoais de juízes. O juiz informa que irá fazer uma ocorrência formal para preservar o direito dos juízes do Pará e fará uma comunicação oficial à presidência da AMATRA (Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho) e acionar a entidade sindical nacional que representa a categoria de magistrados. O delegado-geral, Nilton Atayde, enfatizou que a Polícia Civil do Pará dispõe do Núcleo de Combate à Corrupção e À Lavagem de Dinheiro (NCCLD), formado por policiais civis, cujo objetivo é atuar na repressão a esses tipos de crimes. 

A partir das investigações feitas pela DRCT, a equipe do Núcleo vai monitorar os acusados, visando identificar bens adquiridos por meio das fraudes para bloqueá-lo na Justiça até comprovação de origem do mesmo. A meta assim será obter de volta os valores usados pelo bando para tentar reaver o dinheiro adquirido ilegalmente para aquisição do bem. Para a delegada Beatriz Silveira, com as aprovações de dois projetos de lei, em Brasília, que tipificam os crimes na internet e apontam condutas criminosas, como invasão de e-mails. “Com os projetos, a previsão é o aumento da pena para esse tipo de crime”, enfatiza.

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