RESULTADOS DE OPERAÇÃO QUE PRENDEU GOLPISTAS EM SÃO PAULO
O delegado-geral da Polícia Civil, Nilton Atayde; a delegada Beatriz Silveira, da Delegacia de Repressão a Crimes Tecnológicos (DRCT), e o presidente da AMEPA (Associação dos Magistrados do Pará), juiz de Direito Heyder Ferreira, falaram à imprensa, durante entrevista coletiva, nesta terça-feira, 13, na sede da Delegacia-Geral, dos resultados da operação “Montepio” que levou às prisões de sete golpistas por policiais do Pará, na semana passada, em Praia Grande, no Estado de São Paulo. A quadrilha usava nomes de advogados conhecidos no Estado para enviar correspondências a juízes, procuradores de Estado, promotores de Justiça, auditores fiscais, militares das Forças Armadas e professores da rede estadual, alegando que eles tinham valores em dinheiro a receber de indenizações ou pecúlios.
DELEGADA BEATRIZ, JUIZ HEYDER E DELEGADO ATAYDE |
Com base nas informações, os criminosos forjaram cartas oficiais, com timbres oficiais, e usaram nomes de advogados existentes no Pará para dar aparência de autenticidade aos documentos. Muitos dados foram obtidos no site Portal da Transparência e vendidos em CDs em feiras livres de São Paulo. “Uma vez na internet, o que se pode fazer é uma ação de repressão para investigar e identificar quem utilizou as informações em crimes”, informa a delegada Beatriz Silveira. Uma das pessoas que recebeu a carta foi a presidente do Tribunal de Justiça do Pará, de onde partiu a denúncia do golpe, que deu início às investigações da DRCT.
Os golpistas presos foram indiciados nos crimes de estelionato, falsificação de documentos públicos e privados, falsidade ideológica, formação de bando ou quadrilha, crimes contra a economia popular e lavagem de dinheiro. Segundo a delegada, 42 contas bancárias de São Paulo identificadas para recebimento dos valores depositados já foram bloqueadas. Durante as prisões dos envolvidos com o bando, a Polícia Civil apreendeu, na casa de um deles, um envelope com 500 cartas prontas para serem enviadas.
BANDO PRESO |
A partir das investigações feitas pela DRCT, a equipe do Núcleo vai monitorar os acusados, visando identificar bens adquiridos por meio das fraudes para bloqueá-lo na Justiça até comprovação de origem do mesmo. A meta assim será obter de volta os valores usados pelo bando para tentar reaver o dinheiro adquirido ilegalmente para aquisição do bem. Para a delegada Beatriz Silveira, com as aprovações de dois projetos de lei, em Brasília, que tipificam os crimes na internet e apontam condutas criminosas, como invasão de e-mails. “Com os projetos, a previsão é o aumento da pena para esse tipo de crime”, enfatiza.
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