POLÍCIA CIVIL VAI INVESTIGAR MORTE DE RAPAZ E SUPOSTO INCÊNDIO CRIMINOSO EM ICOARACI

O delegado Carlos Ivan, da Seccional Urbana de Icoaraci, determinou a instauração de inquérito policial para apurar as circunstâncias da morte do adolescente Thiago Gonçalves Pereira, 17 anos, que morreu eletrocutado, na tarde de ontem, ao pisar em um arame energizado, nos fundos de uma casa, na rua do Cortume, bairro do Tapanã, distrito de Icoaraci, em Belém. Em decorrência da morte, moradores da área teriam tocado fogo na casa, nesta quinta-feira, 3. As chamas foram debeladas por homens do Corpo de Bombeiros Militar. Os donos da casa estão em viagem de férias na ilha do Marajó.

A filha dos donos do imóvel esteve na casa e constatou a destruição do imóvel. Foi ela quem registrou o boletim de ocorrência na Seccional e foi encaminhada pelo delegado ao Centro de Perícias Científicas "Renato Chaves" com a requisição para perícia na casa incendiada. O laudo pericial irá apontar se o incêndio na casa foi ou não criminoso. A perícia também vai atestar a causa da morte do jovem Thiago Pereira. Segundo apurou o delegado, os donos da casa teriam colocado arames com energia elétrica como uma espécie de armadilha, no quintal da casa, como forma de evitar que ladrões arrombassem a casa, como já havia ocorrido anteriormente.

A filha dos donos da casa alega que Thiago, o rapaz que morreu, seria envolvido em uma gangue de ladrões que age no bairro cometendo crimes. A versão dada por moradores vizinhos à casa é de que o adolescente teria pulado o quintal da casa para apanhar frutas de açaí em um açaizeiro existente no local, por volta de 16 horas de ontem, quando teria esbarrado em um arame e morrido eletrocutado. O corpo foi removido ao Instituto Médico Legal para exame de necropsia que vai apontar a causa da morte.

Nesta quinta-feira, 3, o Corpo de Bombeiros Militar foi acionado para combater as chamas de dominavam a casa onde ocorreu a morte. No local, as chamas ameaçavam atingir casas vizinhas. Moradores tiveram de entrar no local para salvar alguns móveis da casa. Outros tentaram apagar o fogo, para evitar que se alastrasse para outros imóveis. Uma perícia feita por técnicos do Corpo de Bombeiros Militar deverá apontar a causa do incêndio. O delegado pretende ouvir pessoas no local para tentar identificar suspeitos de participação no incêndio da casa. Ao mesmo tempo, se a perícia constatar que a morte do rapaz foi provocada pela instalação irregular de arames energizados no imóvel, o dono da casa poderá ser indiciado por homicídio culposo (sem intenção de matar) ou até doloso (dolo eventual), por ter assumido o risco de matar alguém ao instalar a armadilha na casa.