POLÍCIAS CIVIL E MILITAR ACOMPANHAM MOBILIZAÇÃO DE INDÍGENAS EM JACAREACANGA

Policiais civis, da Superintendência Regional do Tapajós, e militares da Ronda Tática Metropolitana (Rotam), já estão em Jacareacanga, oeste paraense, acompanhando a mobilização de indígenas da tribo Munduruku, que desde sexta-feira, 21, mantêm três pessoas - dois biólogos e um funcionário de empreiteira - como reféns na sede do município. As ações policiais são coordenadas pelo delegado José Dias Bezerra. Ainda, neste sábado, o delegado-geral da Polícia Civil, Rilmar Firmino, e o superintendente da região do Tapajós, delegado Edinaldo Sousa, deverão chegar ao município para acompanhar as negociações para liberação dos reféns. 

Segundo Edinaldo Sousa, a mobilização dos cerca de 150 indígenas mantém-se pacífica. "Em momento algum, os reféns chegaram a ser maltratados. Os indígenas querem a presença de algum representante do Governo Federal para libertá-los", informou. Ainda, conforme o delegado Edinaldo, os indígenas querem dialogar com um responsável pelo projeto de implantação de duas usinas hidrelétricas na região - Jatobá e São Luís do Tapajós. Segundo eles, as obras passam por dentro da área da aldeia indígena. Os reféns foram pegos, na sexta-feira passada, no momento em que estavam, dentro da área indígena, fazendo estudos de viabilidade para a construção. "Eles (os reféns) faziam análises, entre outras coisas, sobre a fauna e a flora na região", detalhou o superintendente. 

Inicialmente, os reféns foram levados para a aldeia e, depois, foram conduzidos para um local na sede de Jacareacanga. "Seria um barracão, na praça central, onde, geralmente, os indígenas se reúnem na cidade", ressalta. Informações preliminares dão conta de que os reféns chegaram a ser amarrados, mas que já tiveram as amarras retiradas. Segundo informações, os reféns seriam funcionários da empresa Concremat, prestadora de serviços ao Consórcio Grupo de Estudos Tapajós, que é formado pela Camargo Correia, GDF Suez, Eletrobrás e Eletronorte.