CONCLUÍDA PERÍCIA DOS CORPOS DE VÍTIMAS DO DESASTRE AÉREO EM BELÉM
O Centro de Perícias Científicas (CPC) Renato Chaves concluiu, no início da tarde desta sexta-feira (06), a perícia nos corpos de duas vítimas do acidente aéreo com o monomotor Cessna, da empresa de táxi aéreo Dourado, que caiu na tarde da última terça-feira (3), na mata da Ceasa (Centrais de Abastecimento do Pará), em Belém. O material biológico coletado das vítimas um dia após o acidente foi submetido à análise de DNA, o que confirmou as identidades dos seguranças Anderson de Oliveira Conceição (31) e Rocivaldo Rabelo de Castro (39). Os corpos foram liberados para as famílias às 16:00 horas desta sexta.
PERÍCIA NO LOCAL DO DESASTRE |
Em entrevista coletiva a jornalistas, à tarde, representantes das coordenações de Medicina Legal, Laboratório e Odontologia Legal do CPC esclareceram os procedimentos adotados pela Perícia Oficial do Pará para a identificação dos corpos. A primeira vítima a ser liberada foi o piloto da aeronave, Joaquim Calixto Neto (64 anos), ainda na manhã do dia 4. Ele foi identificado por meio de perícia odonto-legal (arcada dentária), após realização de comparação com ficha odontológica.
Para o perito criminal Jones Mota, da Coordenação de Odontologia Legal e Antropologia Forense (Colaf), a rapidez nas identificações, após dois dias de análises em laboratório, só foi possível pela qualidade do material coletado das vítimas. “No dia da necropsia coletamos sangue, urina e músculo, mas o item que obteve melhor avaliação das peritas do laboratório de DNA foi o sangue. Este foi o principal motivo pelo qual houve redução no tempo de finalização da perícia, de 20 dias para pouco mais de 48 horas”, explicou.
ORLANDO SALGADO, DIRETOR DO CPC |
O Centro de Perícias Científicas possui uma equipe multidisciplinar, capaz de avaliar casos de difícil identificação de corpos, informou o diretor geral da instituição, Orlando Salgado. “Temos profissionais de excelente formação, tanto no Instituto de Criminalística quanto na Medicina Legal, aptos para atuação imediata em catástrofes, como desabamentos e acidentes aéreos. Trata-se de um trabalho de equipe, cujo objetivo principal é finalizar as análises no menor tempo possível, de maneira a minimizar a dor dos familiares”, ressaltou.
Neste ano, o Centro de Perícias Científicas usou a mesma técnica para identificar vítimas de 10 corpos carbonizados em um acidente com o avião bimotor prefixo PT-VAQ, modelo 821-Carajás, que caiu na noite de 12 de março em Monte Dourado, distrito de Almeirim (no oeste do Pará). As análises de DNA, iniciadas assim que as vítimas chegaram ao Instituto Médico Legal (IML), foram concluídas após 15 dias, tempo considerado recorde pela Perícia Oficial do Pará.
Atualmente, o laboratório de DNA também trabalha na identificação de dois corpos carbonizados, vítimas de acidente envolvendo dois caminhões, ocorrido no KM-43 da Alça Viária, na noite da última quarta-feira (4), um dia após a queda do monomotor nas matas da Ceasa. Familiares já compareceram ao Centro de Perícias Científicas e coletaram material genético, que está sendo analisado pelo laboratório.
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