POLÍCIA CIVIL PRENDE SEGUNDO ENVOLVIDO NA MORTE DE TRATORISTA EM SÃO FÉLIX DO XINGU
A Polícia Civil cumpriu a prisão preventiva do segundo acusado de envolvimento na morte do tratorista Welbert Cabral Costa, 26 anos, em São Félix do Xingu, sul do Pará. O empregado rural Maciel Berlanda do Nascimento, 31, foi preso, na noite de ontem, em decorrência da operação comandada pelo delegado Lenildo Mendes, em São Félix do Xingu. Funcionário da fazenda Vale do Triunfo, da Agro Santa Bárbara, Nascimento é acusado de participar do crime e ajudar o comparsa, Divo Ferreira, 44, também funcionário da empresa, a ocultar o corpo da vítima. Welbert foi morto no dia 24 de julho na porteira de acesso à fazenda.
Maciel Berlanda do Nascimento teve o mandado de prisão cumprido, na sede da Delegacia local, após se entregar.
MACIEL BERLANDA |
Segundo o delegado, Maciel percebeu que Divo Ferreira, o comparsa no crime, já havia se entregado à Polícia Civil desde o último dia 2, e as investigações prosseguiam para prendê-lo. "Não vendo outra saída, ele também resolveu se entregar para a Polícia Civil e se apresentou com advogado na Delegacia", explica o delegado Lenildo Mendes. Ouvido em depoimento, o acusado negou participação no crime. Maciel Berlanda do Nascimento está indiciado por homicídio e já está recolhido à disposição do Poder Judiciário. O outro envolvido no crime, Divo Ferreira, 44 anos, confessou a autoria do crime. O tratorista Welbert Cabral Costa foi vítima de um tiro na cabeça, em 24 de julho deste ano, após ter ido à propriedade rural para reivindicar o pagamento de R$ 18 mil de dívidas trabalhistas.
O corpo de Welbert foi encontrado, quase um mês depois, na mata dentro da fazenda, a 15 quilômetros da portaria do local. De acordo com o delegado Lenildo Mendes, a prisão de Divo Ferreira foi realizada na Delegacia de São Félix do Xingu, onde ele se entregou, após perceber o cerco da Polícia Civil se fechando na região para prendê-lo, e por não suportar mais a pressão. O acusado resolveu acionar o advogado e procurou o delegado para se entregar. Ele entregou ao policial civil um revólver de calibre 38, tipo cromado, de 7 polegadas, que, segundo o acusado, foi a arma de fogo usada para matar Welbert Costa.
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DIVO FERREIRA |
Ouvido em depoimento, Divo Ferreira alegou que o crime teria sido resultado de uma discussão com o tratorista, que foi demitido da fazenda dias antes. Segundo a versão apresentada na Delegacia, no dia 24 de julho, a vítima teria chegado de moto à portaria da fazenda, dizendo que precisava entrar no local. Divo Ferreira, que trabalhava como fiscal de serviço, teria impedido o tratorista de entrar na área rural, alegando que não tinha ordem para deixá-lo entrar. Welbert, segundo o acusado, começou a discutir com Divo a quem disse que iria entrar de qualquer maneira na fazenda. Nesse momento, conforme alegou Divo Ferreira, a vítima teria dito que iria matá-lo.
O tratorista, então, teria se abaixado para abrir a mochila, que havia deixado no chão, para supostamente pegar uma arma de fogo.
Divo Ferreira afirma ter visto um revólver dentro da mochila. Foi nesse momento que o acusado disparou. Ele alegou que, após o crime, teria agido sozinho, negando envolvimento de Maciel Berlanda. O acusado afirmou ainda ter colocado o corpo da vítima na carroceria da caminhonete da fazenda e o levado até a mata, onde o abandonou.
Depois, retornou à portaria da fazenda, onde teria pego a moto e saído em fuga, levando a mochila de Welbert. Ao delegado, o acusado alegou que pretendia se apresentar na Delegacia, porém, no caminho, a moto teria travado. Divo contou que teria abandonado o veículo e a mochila da vítima na estrada e decidido fugir, pegando uma carona. Segundo o delegado Lenildo Mendes, o acusado permaneceu escondido em uma localidade chamada Vila Central, a 170 quilômetros da sede de São Félix do Xingu. Após ser interrogado, o acusado foi recolhido para ser transferido ao Presídio Regional de Redenção.
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