EMPRESÁRIO QUE PILOTAVA MOTO AQUÁTICA PRESTA DEPOIMENTO NA SECCIONAL URBANA DE ICOARACI
A Polícia Civil tomou o depoimento, no início da noite de ontem, do empresário Lauro Sérgio Nogueira da Silva, 53 anos, dentro do inquérito policial aberto para apurar o desaparecimento da dançarina e modelo, Fernanda Trindade, 20 anos. A audiência presidida pelo delegado Ocimar Nascimento, responsável pelas investigações, foi realizada na Seccional Urbana de Icoaraci. Condutor da moto aquática em que estava a jovem de carona, em 6 de dezembro, quando ela desapareceu, em um passeio, na orla da ilha de Cotijuba, em Belém, Lauro alegou que ambos estavam usando coletes salva-vidas, mas que os equipamentos de socorro teriam se desprendido por causa de uma forte onda que atingiu o veículo e derrubou o casal na água.
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FERNANDA TRINDADE ESTÁ DESAPARECIDA |
O depoimento durou mais de duas horas. Começou por volta de 18 horas e se estendeu até 20 horas. A audiência estava prevista para acontecer pela manhã, mas, segundo o delegado, o advogado do empresário, Antônio Neto, ao tomar conhecimento da presença de familiares da dançarina e de jornalistas, na Seccional, preferiu só apresentar seu cliente, no início da noite. Durante o depoimento, o empresário chorou e reafirmou o mesmo depoimento já prestado anteriormente no registro do Boletim de Ocorrência Policial feito na própria Seccional.
Alegou ele que era amigo de Fernanda Trindade e que a havia convidado para dar um passeio de moto aquática, até a ilha de Cotijuba. Contou que pegou emprestado o veículo de um amigo, que havia deixado-o na marina do Iate Clube do Pará, no bairro da Condor, em Belém. Foi ali nesse local que o empresário e a dançarina pegaram o veículo e passaram a passear pela orla de Belém. Inicialmente, os dois seguiram até um restaurante na ilha de Cotijuba, onde almoçaram e passaram o dia. Já, à noite, os dois retornaram para a capital, quando teria ocorrido, segundo versão do empresário, uma fatalidade. Ele conta que, após deixar Cotijuba, foi surpreendido por uma onda de mais de dois metros de altura.
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FATO OCORREU PERTO DA ILHA DE COTIJUBA |
Com o impacto da forte onda, segundo o empresário, a moto aquática teria virado, jogando os dois na água. Como sabia nadar, Lauro conta que conseguiu nadar até a margem da ilha, mas não conseguiu salvar a jovem. Segundo ele, a força da onde tirou o colete salva-vidas de seu corpo. O mesmo teria ocorrido com Fernanda Trindade. Conforme o empresário, como é um veículo de três lugares, a moto aquática tinha mais de dois coletes salva-vidas à disposição. Na ocasião, conta o empresário, ele e a dançarina estavam usando coletes, enquanto havia mais dois coletes guardados no compartimento do veículo náutico. O empresário alegou que ainda chegou a prestar ajuda durante as buscas pela jovem desaparecida, conseguindo jetskis.
INDICIAMENTO Para o delegado, o depoimento prestado pelo empresário deixou várias lacunas. O fato de ele alegar que a força da onda arrancou os coletes salva-vidas não tem lógica, uma vez que os coletes que eram usados tinham fechos que prendem o equipamento ao corpo da pessoa e dificilmente se soltam. Ainda, conforme o delegado, o depoimento já fecha sua convicção de que o empresário será indiciado por homicídio culposo, apesar de o corpo não ter sido encontrado, mas todos os indícios mostram que a jovem está morta. Outras duas pessoas, na condição de testemunhas, serão ouvidas, no decorrer da semana, e assim, adianta o delegado, o inquérito deverá ser finalizado, até a semana que vem, quando será feito o relatório e encaminhado à Justiça.
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