ARTIGO: SEGURANÇA PÚBLICA - SOLUÇÕES QUE "DESCEM REDONDO"

POR FRANK PIRES*

Tenho postado no Facebook, mesmo com a plena consciência de que o alcance desses textos não seja grande e poucas pessoas preocupadas com o tema os leem, sobre a problemática da violência e da criminalidade em nosso Estado (que não é diferente dos outros da Federação) procurando crer que o importante é a qualidade e não a quantidade. Sou um defensor da segurança do cidadão de bem, da valorização do profissional da Segurança Pública e da tolerância zero com a bandidagem, não escondo isso de ninguém. Policiais Civis, Policiais Militares, Bombeiros, Rodoviários, Federais e até os guerreiros Guardas Municipais, merecem respeito, dignidade e reconhecimento. São os únicos servidores públicos que sangram e morrem na prestação de seus serviços a sociedade. 


Tenho dito que o Piso Salarial Nacional é uma medida mais que urgente para que se faça justiça entre os policiais do Brasil. É claro que o piso nacional não resolve o problema, mas é um passo importante. É inconcebível que policiais que exercem a mesma função em partes diferentes do país recebam salários com diferenças que chegam a 300%. E da mesma forma, é inconcebível, inadmissível, que os políticos do nosso país tenham resistência em aprovar medidas que corroborem a valorização do policial, como temos visto na ALEPA (Assembleia Legislativa do Pará). 

Recentemente postei que o ano de 2014 é o ano da Polícia e temos que travar batalhas importantes para garantir conquistas inadiáveis. Patrocinadores da Copa 2014 estão cobrando do governo federal medidas para coibir manifestações durante o evento e a senhora Dilma (Roussef) já avisou que vai mandar 10 mil homens da Força Nacional. Tudo para conter uma população insatisfeita e cansada de ser enganada. Segurança Pública no Brasil não se faz com 10 mil homens e já está na hora de mostrar a insatisfação nacional dos policiais. A desculpa é sempre a mesma. Não se tem dinheiro para pagar um piso salarial nacional, algo em torno de R$ 11 bilhões para implantação e R$ 840 milhões ao mês, incluindo ativos e inativos de todos os estados. 

Senhora Dilma, quer saber de onde tirar esse dinheiro? Vou lhe dizer! Basta querer. Primeiro é fundamental a criação de um Fundo Nacional, sem onerar a população que já sofre com uma enorme carga tributária. Esse dinheiro pode vir do setor que mais contribui para o aumento da violência e que mais mata no Brasil, que é o responsável por mais de 90% dos crimes violentos e acidentes de trânsito em nosso país, ou seja, o setor que mais dá trabalho para a polícia: A indústria do álcool. Só latinhas de cerveja senhoras e senhores, o setor vendeu mais de 36 bilhões de latinhas de cerveja e movimentou quase R$ 110 bilhões ano passado. Apenas latinhas. Imaginem todas as bebidas alcoólicas. 

A indústria da bebida alcoólica não contribui em nada com nosso país, pelo contrário, traz enormes prejuízos na saúde pública e a sua publicidade é danosa a nossa juventude. Uma pequena taxa para criação de um Fundo Nacional da Segurança Pública, para se implantar e pagar um piso salarial nacional e até modernizar e profissionalizar o sistema penitenciário brasileiro. O que falta é gente comprometida que queira fazer a coisa acontecer nesse país. Setores nocivos à saúde humana, como a indústria do cigarro e do álcool, que atuam livremente dentro do país têm sim que indenizar o país pelo dano causado a sociedade, pois não dão nenhuma contrapartida para minimizar os efeitos de seus produtos. Essas medidas, mais que urgentes, trariam um norte inicial para melhorar o atual caos que o país vive em seus Órgãos de Segurança Pública. 

* O AUTOR DO ARTIGO É INVESTIGADOR DA POLÍCIA CIVIL DO PARÁ, COMUNICADOR, ESCRITOR E EDUCADOR. 

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