ARTIGO: "CARNE VALE" POR ARMANDO MOURÃO*
O carnaval é uma festa pública originária da Grécia de meados de 600 a 520 aC.
Por incrível que pareça, passou a ser uma comemoração adotada pela Igreja Católica em 520 d.C. como “adeus à carne” daí o nome “carne vale”.
O carnaval moderno, feito de desfiles e fantasias é produto da sociedade vitoriana do século IX. A cidade de Paris foi o principal modelo exportador da festa carnavalesca para o mundo. Cidades como Nice, Nova Orleãs, Toronto e Rio de Janeiro se inspirariam no carnaval parisiense para implantar suas festas momescas.
Entretanto, já há muito tempo carnaval no Brasil lembra de perto Sodoma e Gomorra, decorrente dos excessos sexuais, etílicos, entorpecentes e nudez total, recursos que além de contrariarem a lei dos homens, ferem de morte a de Deus. A abstinência de carne, recomendada na lei católica durante o carnaval, período que antecede a Quaresma foi literalmente jogada na lata de lixo. Churrascos são à tona para acompanhar o consumo exagerado de álcool e drogas afins.
Vivenciamos um carnaval totalmente empanado pela violência de cada dia, com assassinatos sendo praticados dentro dos blocos carnavalescos frequentados por grande quantidade de marginais, culminando por destruir sua tradição, antigamente retratada nas “batalhas de confete” realizadas nos bairros mais chegados ao samba, pelos consagrados foliões, como “Mário Cuia” falecido eterno Rei Momo, “Dr. Passa O Pau”, lendário curandeiro do carnaval de rua e outras celebridades da época.
Hoje, eles não mais vistos por quem os aplaudia, na tradição dos blocos familiares, ranchos, grandes sociedades, agremiações carnavalescas que abandonaram as ruas, deixando de animar o público, determinados pela violência, responsável também pelo desaparecimento dos mais famosos bailes de carnaval, patrocinados pela elite dos clubes paraenses. Com o parco recurso recebido da prefeitura, - quando ocorre - a escola vai às ruas atualmente como pode.
Daí, o fracasso absoluto no desfile oficial, cujos vencedores são antecipadamente reconhecidos, já que sempre bancam suas festas promocionais, absolutamente desinteressado ao grande público, pois ali nas cercanias estabeleceu-se, não só a criminalidade, mas sobretudo a violência, razão pela qual afastou o grande público. Não há atração. O “espetáculo” é pobre de tudo, rico apenas da violência infindável. Só Deus e políticos não corruptos para resgatar a beleza do carnaval que tivemos, a ponto de ter sido considerado o 4° melhor do Brasil. Vamos lutar pelo soerguimento de nossas tradições. O povo paraense merece todo respeito.
* ARMANDO MOURÃO É DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL DO PARÁ E DIRETOR DA SECCIONAL URBANA DE ANANINDEUA NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM.
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