POLÍCIA CIVIL HOMENAGEIA AS MÃES QUE ATUAM NA CORPORAÇÃO POLICIAL

Ainda, aproveitando as comemorações pelo Dia das Mães, no segundo domingo do mês de maio, a Polícia Civil resolveu fazer uma singela homenagem a todas as mães que trabalham na instituição, mostrando relatos de algumas mães policiais e servidoras administrativas sobre o desafio de conciliar o trabalho com a vida de mãe. É uma forma de mostrar o lado “super mãe” dessas mulheres, que desempenham vários papéis, todos os dias. Primeira e única mulher a ingressar na Polícia Civil, no cargo de motorista policial civil, extinto desde o ano de 2005, Carmem Lúcia Ataíde tem atualmente mais de 20 anos de carreira. 

CARMEM COM FILHOS E CÉLIA
Mãe de um casal de filhos, um rapaz de 19 e uma menina com 11 anos de idade, ela conta que conciliar a vida de mãe com o lado profissional foi complicado, logo no início, mas que, com empenho e dedicação, todas as barreiras foram superadas. “No começo, quando meus filhos eram pequenos, foi muito difícil, pois não tinha uma pessoa que me ajudasse a tomar conta deles. Então, eu os trazia comigo para o trabalho. Eu morava distante da Delegacia e dependia de ônibus para ir”, destaca, ao ressaltar que conseguiu se acostumar com a rotina.

"Sempre gostei do trabalho que faço e precisava também de uma estabilidade financeira. Por isso, não desisti da minha profissão. Depois, quando meus filhos já estavam crescidos, sempre consegui dividir o tempo para estar sempre presente no dia a dia e na vida escolar deles”, garante a servidora pública, que trabalha atualmente na Diretoria de Identificação da Polícia Civil. 

Se para Carmem Lúcia não foi simples conciliar a vida profissional com a tarefa de cuidar dos filhos, para a papiloscopista policial Célia Cordeiro não houve problemas. Com dois filhos de 19 e 17 anos, ela conta que escolheu ser mãe aos 34 anos.

"Foi como um chamado da natureza. Quando tive meus filhos já possuía estabilidade financeira e contei com ajuda de uma prima, que durante muitos anos, cuidou deles para mim. Acho que um dos maiores desafios para todas as mães é encontrar uma pessoa de confiança para cuidar dos filhos como nós mães cuidaríamos”, acredita.

Segundo Célia, os filhos sempre lhe compreenderam e incentivaram sua vida profissional. “Meu trabalho me ofereceu também a possibilidade de me realizar profissionalmente e me ajudar a passar segurança e confiança aos meus filhos”, ressalta.

Superar as dificuldades

ANA NOEMI E LOURDES ADDÁRIO
Já a escrivã de Polícia Civil, Ana Noemi Silva, afirma que, apesar da rotina corrida, sempre conseguiu estar presente na vida dos filhos. “Sempre acompanhei o dia a dia deles e nunca deixei de ir a festinhas ou a reuniões da escola”, enfatiza ela, que é mãe de dois filhos de 24 e 25 anos e que atualmente trabalha na Diretoria de Administração da Delegacia-Geral.

No início da vida profissional, lembra a policial civil, teve de contratar uma pessoa para cuidar dos filhos, pois só contava com a ajuda do marido, que ficava com as crianças em casa quando acontecia algum imprevisto ou quando ela saía para ir ao trabalho.

"Às vezes, não tinha com quem deixá-las e era preciso pedir a algum vizinho ou parente que tomasse conta delas", destaca. Agora prestes a se aposentar, a escrivã salienta que os desafios foram muito importantes em sua vida, pois só lhe ajudaram a superar as dificuldades. 

Outra mãe dedicada ao trabalho é a investigadora Lourdes Addario, que também um casal de filhos, ela com 26 e ele com 28 anos de idade.

A policial civil relata que, no começo de sua vida como servidora na Polícia Civil, teve de organizar o tempo, para poder estar junto aos filhos, na época, a filha estava com 1 ano e meio e o filho com 3 anos.

"Eu ia para o trabalho correndo para depois correr de volta pra casa para dar atenção às crianças e fazer as tarefas da casa também", lembra, ao acrescentar que sempre se preocupou em acompanhar a vida escolar dos filhos e estar sempre presente, apesar do tempo muitas vezes apertado. Segundo ela, os filhos sempre entenderam seu trabalho e, até hoje, lhe dão muita força para seguir a diante. "Se não fosse essa força, eu acabaria desanimando”, conclui.

Jornada dupla

CÁSSIA E LIANE MARTINS
Para a auxiliar técnica de Polícia Civil Cássia Barbosa, o apoio da família é fundamental para sua carreira. Mãe de um único filho e formada no curso superior de Farmácia, a servidora pública ingressou na área de Segurança Pública via concurso público e passou a atuar inicialmente no Centro de Perícias Científicas Renato Chaves. Há cerca de dez anos trabalha na Polícia Civil, sete deles dedicados à Diretoria de Atendimento ao Servidor (DAS), da corporação policial, onde é responsável pelo serviço de Farmácia prestado aos servidores policiais e administrativos, e também aos familiares. Para ela, os desafios fazem parte de qualquer profissão. Assim, sempre superou tudo para cuidar do filho sem prejudicar o lado profissional. "A gente perde algumas datas, algumas comemorações, mas nada significativo graças ao apoio que tive", destaca ela, que é casada com um professor. Cássia salienta que sempre procurou orientar o filho sobre a importância da responsabilidade com o trabalho. Na busca de sempre fazer o melhor na profissão, ela salienta que tudo o que tem em sua vida conseguiu graças ao trabalho. "Gosto do que faço e tudo isso repassei ao meu filho", ressalta, ao acrescentar que, para ser uma boa mãe, é preciso também ser uma boa profissional. "Acho que as duas coisas se complementam e nos trazem um equilíbrio", conclui. 

Outra mãe que tem história para contar é a atual corregedora-geral da Polícia Civil, delegada Liane Martins. Mãe de duas meninas, a mais velha com 21 anos e a caçula com 14, a policial civil conta que sua experiência de conciliar a profissão e a tarefa de cuidar dos filhos começou quando tinha dois anos de trabalho na Polícia Civil. "Tive minha primeira filha nessa época. Eu tinha uma secretária para cuidar da casa e da minha filha e procurava sempre dar atenção a ela nos meus horários de folga e nos finais de semana, além de ter sempre o apoio dos meus pais. Tive também a sorte de não ter ido trabalhar no interior do Estado, o que me possibilitou estar sempre por perto”, celebra. A delegada conta que teve a segunda filha aos 35 anos de idade, período em que já estava com a vida esquematizada. "Contava com a ajuda de duas secretárias e de meus pais também”, afirma. Para ela, a vida de mãe não deve ser vista como um empecilho para trabalhar. “Na minha opinião, você não deve abrir mão do seu trabalho, da sua independência financeira e da sua realização profissional", aconselha. 

Determinação para superar barreiras 

GREYCE MARA
Fácil ou não, a vida de mulheres que mantêm a dupla jornada de mãe e profissional da área de Segurança Pública é vista sempre como uma forma de superar as dificuldades. É assim, do ponto de vista da investigadora Greyce Mara Caetano Ferreira, que abraçou o cargo de chefe de operações da Unidade Integrada Pro Paz (UIPP), do bairro do Distrito Industrial, em Ananindeua, na Grande Belém.

Mãe de três filhos, de 17, 16 e 9 anos de idade, ela afirma que conseguiu conciliar a vida dupla, pois se sente realizada na profissão que escolheu. “É um dom, nasci pra isso e gosto de desafios. Nem nos momentos mais difíceis pensei em desistir ou mudar de profissão. É algo que faz parte de mim e meus filhos se sentem orgulhosos, porque sou feliz com minha carreira”.

Segundo ela, o tempo com os filhos é bem aproveitado. “Conversamos sobre tudo o que diz respeito à vida familiar, como a vida escolar deles, a vida financeira da família e a administração da casa", afirma.

Greyce Mara acredita que a vida de mãe policial é muito mais que uma jornada dupla. "Temos de saber administrar e organizar também a vida das pessoas que dependem de nós”, ressaltar, ao destacar os filhos como maior motivação para o trabalho de todos os dias. “É por eles que trabalho e não desisto de lutar por uma sociedade melhor”, finaliza. 

GEOVANE SANTOS
Para muitas mães policiais que moram em uma cidade, mas que trabalham em outra, principalmente, no interior do Estado, os desafios podem ser maiores ainda por conta do tempo distante da família. Mas, mesmo assim, a vontade de vencê-los é mais forte. É o caso da escrivã de Polícia Civil, Geovane Santos, que atualmente trabalha na Seccional do bairro de Jaderlândia, em Castanhal, onde reside, mas que, durante alguns anos, já trabalhou no município de São Miguel do Guamá, nordeste do Pará.

Ela lembra que, quando começou a trabalhar como policial civil, o filho, atualmente com seis anos, tinha somente seis meses de vida. "Foi difícil passar sete dias longe dele", destaca. Para ela, a jornada diária de trabalho na Polícia Civil é compensada com o sorriso estampado no rosto do filho ao chegar em casa. "Tenho de lidar diariamente com diversas situações que envolvem conflitos diretos com a lei, mas tenho aquele momento em que deixo de ser aquela policial para ser chamada de mãe. Aí, esqueço esses momentos conturbados”, salienta. Assim como outras mães, Geovane sempre buscou forças no filho para encarar o trabalho. "Fiz e faço tudo por ele, para o futuro dele e para o meu também", salienta. Nesse dia das mães, ela manda um recado para elas. “Somos verdadeiras guerreiras iluminadas por Deus, temos o dom de cuidar e de amar sem medidas. Cada dia vencido é uma vitória”. 

À espera de uma nova vida 

MONALISA JEZINI
Diferentemente de outras servidoras da Polícia Civil que já são mães, a servidora administrativa Monalisa Jezini, da Diretoria de Recursos Humanos, vive momentos de expectativa com a chegada da vida materna. À espera do nascimento da primeira filha, ela conta que já sente mudanças em sua vida.

“É uma experiência nova, um universo novo pra mim, porque nunca tive contato com ninguém próximo que tenha passado pela mesma situação. Mudei completamente a minha personalidade, a minha forma de pensar sobre a vida. É um amadurecimento muito grande. A gravidez é um momento incrível, especial, é uma mudança brusca, para a melhor”, define.

Ela acredita que terá em breve de encontrar formas de conseguir harmonizar a vida profissional com a vida de mãe, o que não encara como um empecilho. "Dá um medo, um frio na barriga, porque hoje já penso em como vou ter que sair de casa para trabalhar e deixar minha filha. Mas tudo é uma questão de adaptação”, comenta. Enfim, o amor de mãe é o combustível que capacita um ser humano comum a fazer o impossível.

Feliz Dia das Mães!

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