SERVIÇO SOCIAL DA POLÍCIA CIVIL PRESTA 3,1 MIL ATENDIMENTOS
ASSISTENTES SOCIAIS FAZEM MEDIAÇÃO DE CONFLITO |
Hoje, 15 de maio, Dia do Assistente Social, a Polícia Civil do Pará divulga dados mais recentes de atendimentos sociais nas Seccionais, Delegacias e Divisões da Polícia Civil. Apenas no primeiro quadrimestre de 2012, o Setor Social da Polícia Civil prestou mais de 3,1 mil atendimentos nas unidades policiais. Ao todo, mais de 1,4 mil casos passaram por mediação feita pelos assistentes sociais nas Delegacias. A maioria dos acordos firmados entre as partes foi feita de forma espontânea, sem necessidade de registro de boletim de ocorrência policial. Do total de casos atendidos neste ano, mais de 850 pessoas receberam orientações sobre seus direitos, leis e benefícios.
Outras 650 pessoas tiveram encaminhamentos para a rede de serviços sociais, jurídicos e assistenciais do Estado, como Defensoria Pública. No ano passado, o trabalho de mediação de conflitos realizado por assistentes sociais da Polícia Civil resultou em mais de 15 mil atendimentos sociais nas unidades policiais da região metropolitana de Belém, e em Abaetetuba, região do Baixo-Tocantins. Ao todo, a Polícia Civil dispõe de mais de 30 profissionais do Serviço Social para o atendimento nas unidades. Eles são responsáveis em realizar a mediação de conflitos entre pessoas, como casos de brigas entre vizinhos, desavenças familiares e até apurar denúncias de maus tratos de pessoas no lar. A maioria dos atendimentos prestados pelo Serviço Social da Polícia Civil, em 2011, foi de conflitos familiares com mais de 3,3 mil casos resolvidos.
ATENDIMENTO SOCIAL EM DELEGACIA |
Os assistentes sociais, além de prestar encaminhamentos para a rede de serviços sociojurídicos e assistenciais, também são responsáveis em dar orientações sobre os direitos do cidadão e realizar visitas domiciliares para acompanhar pessoas atendidas e verificar situações de violação de direitos contra crianças, adolescentes e idosos, além de atender e acompanhar casos de violência doméstica, de calúnia, ameaças, difamação, injúria, consumo de drogas, lesão corporal, pertubação de sossego, conflito escolar, fugas do lar, entre outros. “Os atendimentos realizados pelos assistentes sociais contribuem com o trabalho da autoridade policial para a diminuição de procedimentos policiais, como Termos Circunstanciados de Ocorrências (TCOs), visando a redução de processos encaminhados ao Judiciário. Portanto, com a intervenção do Serviço Social, as partes chegam a um acordo reforçando a credibilidade do profissional diante da população, e o fortalecimento da cultura do diálogo visando a paz”, explica a assistente social Simone Aguiar, que atua na Delegacia Especializada no Atendimento ao Idoso.
DESAFIOS E AVANÇOS Os casos de conflitos conjugais são apontados como os mais difícil resolução na avaliação da assistente social Consuelo Santos, da Diretoria de Atendimento do Servidor da Polícia Civil. O motivo é a complexidade existente em cada caso de brigas de casal, pois existem diversos detalhes que devem ser levados em conta, como a situação dos filhos, por exemplo. Com 29 anos e oito meses na Polícia Civil, Consuelo é a assistente social mais antiga em atividade. Ela recorda os primórdios da profissão na instituição policial. Conta ela que, por volta do ano de 1988, surgiram as primeiras atividades do Setor Social na Polícia Civil. “Ficava restrita a uma Delegacia às proximidades do Aeroporto de Belém. Depois, já no início da década de 1990, por meio de concurso público, houve a expansão do número de assistentes sociais que passaram a atuar em outras Delegacias”, lembra.
Para ela, com o passar do tempo, houve várias mudanças no Setor Social na Polícia Civil, principalmente, no aperfeiçoamento do profissional para desenvolvimento de um trabalho com mais qualidade. Segundo a assistente social Marlene de Fátima Mello, da Seccional Urbana da Pedreira, o maior desafio da profissional é vencer o chamado “ranço do ódio” por parte de algumas pessoas atendidas nas unidades policiais. “Em geral, as pessoas chegam com aquele sentimento de raiva, de ódio, por causa da situação de conflito. E assim temos de agir com aconselhamento, com todo um jogo de cintura, para poder, por meio de argumentos, mediar os conflitos e chegar a uma conciliação”, detalha.
ASSISTENTE SOCIAL MÁRCIA BASTOS |
REPERCUSSÃO Uma assistente social, que atua na Polícia Civil do Pará, teve seu Trabalho de Conclusão de Curso (T.C.C.) publicado na revista “Full Dentistry In Science”, de renome internacional. Márcia Bastos, da Seccional Urbana da Cremação, realizou o trabalho junto à DEAM (Divisão Especializada no Atendimento à Mulher), do Pará, sob o tema “Análise dos traumas de face que acometem mulheres vítimas de violência doméstica”. O estudo, segundo detalhado no resumo do trabalho, visa abordar os diversos tipos de violências acometidos contra a mulher. Para tanto, a assistente social junto com os parceiros do trabalho - Rodolfo José Gomes de Araújo; Thamires Miranda Castro; Mário Tavares Moreira Júnior; Amanda Britto Lima Araújo e Lorenna Mendes Pacheco - analisaram 21 laudos periciais e as atividades realizadas na DEAM, nos anos de 2009 e 2010.
O trabalho foi publicado na revista no final do ano passado. Pela análise, os profissionais do Serviço Social constataram que “as agressões acontecem por meio da violência física direta, com socos e pontapés em 50% dos casos, tendo como região mais acometida a região nasal com 35 ocorrências, contabilizando 12% dos casos”. Ainda, de acordo com o estudo, a faixa etária dos 23 a 36 anos representou 72% das situações de violências. A maior quantidade de ocorrências registradas está entre as mulheres casadas. Defende-se, a partir deste estudo, que as ações contra as violências devam ser assumidas por todas as políticas sociais e por todos na sociedade, visto que os serviços estatais precisam passar por ações de investimentos, seja de infraestrutura, seja de formação continuada para os profissionais.
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