PRESO TAXISTA POR ENVOLVIMENTO EM SEQUESTRO NA CAPITAL

Policiais civis da Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), da Polícia Civil do Pará, cumpriram, nesta quinta-feira, 1º, mandado de prisão contra o taxista Edmar Trindade Galvão, 45 anos, acusado de envolvimento no sequestro de um estudante de 15 anos ocorrido em setembro deste ano, na capital. Ele recebeu a ordem de prisão, por volta de 13h30, em sua casa, na Passagem São Miguel, bairro do Jurunas, de onde foi conduzido para a DRCO. A operação foi coordenada pelo delegado Ivanildo Santos, diretor da Divisão. Segundo o policial civil, a prisão do taxista foi requisitada e decretada pelo Poder Judiciário com base nas provas obtidas durante as investigações. Edmar trabalhava para a família da vítima e era responsável em conduzir, diariamente, quatro estudantes para suas escolas. 

Edmar Galvão
PRESO
O delegado elencou diversas evidências que demonstram o envolvimento direto do taxista com a quadrilha de sequestradores. Uma delas foi o fato de que chip do telefone celular, cadastrado em nome do taxista, ter sido usado nas negociações para pagamento do resgate do jovem. O delegado explica que o chip do celular tem cadastro datado do dia 9 de junho deste ano, feito pelo taxista. O chip foi usado em alguns telefonemas e depois ficou sem qualquer uso, durante dois meses. O chip só foi reativado no dia do sequestro para ser usado no crime. O acusado alegou, em depoimento, que os bandidos teriam lhe tomado a carteira de identidade e o documento do CPF para fazer um cadastro do chip de seu celular, junto à operadora, para usá-lo durante o sequestro.

Em consulta à operadora, durante as investigações, a equipe da DRCO recebeu informação de que não houve qualquer cadastro do chip durante o período em que ocorreu o crime. Outro fator investigado e comprovado pela equipe da DRCO foi que o número do chip, de propriedade do taxista, não era de conhecimento da família da vítima. “Era o único número de telefone celular que Edmar omitiu da família do estudante”, asseverou Ivanildo Santos. Ainda, durante os depoimentos, enquanto estava na condição de suposta vítima do crime, o taxista alegou ter sido agredido com coronhadas de arma de fogo na cabeça pelos sequestradores, enquanto estava no cativeiro, como refém. Contudo, a perícia não constatou qualquer lesão em Edmar, nem antiga nem recente, ao ser submetido a exames periciais de lesão corporal no Centro de Perícias Científicas Renato Chaves.

Outra evidência do envolvimento do taxista foi o fato de que o sistema de travas automáticas das portas do táxi estava desativado no dia do crime, quando o taxista mudou a rotina diária de transporte dos estudantes. “Ele deixava na escola, primeiramente, o adolescente e a irmã dele, para depois deixar outras duas adolescentes. No dia do sequestro, ele inverteu a ordem, deixando primeiro as adolescentes, ficando no carro apenas com a vítima”, explicou. Ao longo das investigações, a equipe da DRCO encontrou diversas imagens de circuitos de câmeras de monitoramento de ruas que mostram o percurso feito pelo táxi. “Em momento algum, há qualquer abordagem feita por bandidos ao carro no primeiro trajeto do veículo até Ananindeua feito no dia do crime”, afirma Santos. Além disso, não havia outra pessoa ligada à família da vítima que tivesse informações privilegiadas sobre a rotina do estudante sequestrado. Outra prova que incrimina o taxista foi o depoimento prestado por um dos presos, Raimundo Santos, que era o vigia do local usado como cativeiro.

Ele, que era vizinho do taxista, afirmou que foi Edmar Galvão quem lhe repassou as informações sobre a família da vítima. “Foi ele (o taxista) que informou aos bandidos que a família tinha dinheiro e que o pai era muito agarrado ao filho”, detalhou o delegado. O inquérito do caso já foi concluído e enviado à Justiça. As informações que levaram à prisão do taxista fazem parte das diligências complementares que faltavam ao inquérito e que serão encaminhadas ao Judiciário até a próxima segunda-feira, encerrando, em definitivo, as investigações do caso. Edmar Galvão foi indiciado nos mesmos crimes dos outros seis membros da quadrilha de sequestradores presa: extorsão mediante sequestro, formação de quadrilha e porte ilegal de arma. Após passar pelas perícias de praxe, ele ficou de ser encaminhado a uma unidade do Sistema Penitenciário do Pará, para aguardar determinação da Justiça do Estado.

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