Já foram transferidos para o Presídio Regional de Castanhal, nordeste do Pará, as 14 pessoas - entre elas um vereador - presas ontem em Maracanã, após envolvimento na depredação e destruição de uma viatura policial, no município. A Justiça de Castanhal homologou (confirmou), nesta quinta-feira, 14, os flagrantes lavrados pela Polícia Civil, por diversos crimes, entre os quais, formação de quadrilha, danos ao patrimônio público e lesão corporal. O delegado Luiz Xavier, titular da Polícia Civil em Castanhal, informou que já requisitou ao Poder Judiciário a internação dos cinco adolescentes apreendidos durante os tumultos iniciados depois que o vereador Geovan Pinheiro Martins descumpriu a ordem de baixar o volume do som de uma carrinho de som na praça central em Maracanã, por volta de 02h30.
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DROGA APREENDIDA COM VEREADOR |
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PRESOS |
No horário, os policiais militares pediram para que o vereador diminuísse o volume de som de sua aparelhagem, visto que faltavam já havia encerrado o prazo para o fim do carnaval promovido pela prefeitura que era até 2 horas. Indignado com a ordem policial, o vereador passou a discutir com os militares que estavam ao seu redor. Amigos do parlamentar que estavam próximo presenciaram a cena e entraram na discussão. Os policiais foram expulsos da praça da cidade debaixo pauladas, pedradas e até tiros. “Tivemos que correr por dois quilômetros porque a população partiu pra cima da nossa guarnição. Mesmo atirando para cima para dispersar, a multidão não se acalmou e nos encurralou na delegacia”, contou o Comandante do Destacamento de Maracanã, sargento Wallace Frazão.
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VIATURA POLICIAL FOI DESTRUÍDA |
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POLICIAIS FICARAM FERIDOS |
Na Delegacia, cerca de dez policiais, entre civis e militares, foram atacados a paus, tijolos, pedradas e garrafadas. Os policiais tiveram de abandonar o prédio. Do lado de fora, uma viatura da Polícia Civil foi queimada. A Delegacia foi destruída com portas, janelas, paredes e quartos deteriorados. “Foi uma cena de guerra. Eles (vândalos) estavam incontroláveis. Pareciam estar drogados, nada os acalmava. Lembro-me que antes de deixar o local, um botijão de gás foi colocado do lado de fora e ateado fogo, para explodir de vez o prédio da delegacia”, disse o sargento Wallace Frazão. Seis policiais ficaram feridos no confronto, alguns com escoriações nos braços, pernas e dedos fraturados.
Com a situação fora do controle. Os policiais pediram apoio para os municípios vizinhos. Cerca de trinta policiais militares e civis de Castanhal e Igarapé-Açu se deslocaram para Maracanã, os lideres da manifestação foram sendo identificados um por um. Primeiro foi vereador Geovan Martins, ele já estava em sua residência quando foi preso. Com o parlamentar ainda foram encontrados 300 gramas de pedras de "óxi" de cocaína.
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PRESOS FORAM LEVADOS PARA A DELEGACIA EM CASTANHAL |
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VEREADOR (BLUSA AZUL) É O LÍDER DOS ATOS DE VANDALISMO |
Na Delegacia de Castanhal, o vereador confessou que discutiu com os policiais e que a situação ficou incontrolável por que ele é muito querido pela população. “Isso aconteceu porque o povo me ama! Tenho intenções de ser prefeito da cidade e o povo me apóia em tudo que faço. Como eles (população) viram a polícia discutindo comigo, partiram para cima. Não pude fazer nada!”, disse Geovan Martins.
Para a Polícia Civil, o vereador foi o grande responsável pela onda de violência em Maracanã. O parlamentar teria distribuído drogas para que a população destruísse a delegacia da cidade. “Ele incentivou toda manifestação porque não queria cumprir uma ordem policial. Há informações que ele forneceu entorpecentes em troca de violência contra nossos policiais. Todos serão encaminhados para exames toxicológicos. É lamentável, pois um vereador deve servir de exemplo para a população. Mas a partir de agora ele será exemplo sim, para que outros fatos como esse não venham acontecer novamente”, disse o superintendente da Zona do Salgado, delegado Luiz Xavier.
Os manifestantes foram autuados por tráfico e associação para o tráfico de drogas, formação de quadrilha, tentativa de homicídio, incêndio criminoso, danos ao patrimônio público e corrupção de menores.
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