POLÍCIA CIVIL MONTA QUEBRA-CABEÇA DE DUPLO ASSASSINATO EM TOMÉ-AÇU
As investigações das mortes do advogado Jorge Pimentel e empresário Luciano Capácio, em 2 de março deste ano, em Tomé-Açu, demonstraram ainda que “Raimundinho”, identificado como intermediário, manteve contatos com o prefeito. “Jorge recebeu a moto e o revólver calibre 38 usados no crime”, ressalta.
Antes da dupla execução, “Andrezinho” esteve na serraria, de propriedade de “Raimundinho”, em Moju, onde já estava Wellington Marques, o outro executor. “Andrezinho” e “Neném” foram presos em 17 de março deste ano, por policiais civis, que os abordaram em uma operação na rodovia BR-316, na divisa do Pará com o Maranhão. Já o terceiro indiciado como executor das vítimas, Davi Paulino veio do Ceará para Tomé-Açu para participar do crime. Ele é condenado por homicídio em Paragominas, no Pará, e responde no Ceará também por homicídio.
ENVOLVIDOS NO CRIME |
O perito criminal Edézio Lima explica que foram retirados dois projéteis do corpo do advogado para fazer a comparação microbalística, cujo objetivo é verificar se os projéteis da arma são os mesmos encontrados na vítima. Ele explica que o revólver tinha resíduos de chumbo no cano, o que gerou dificuldade para a perícia devido o atrito gerado pelo chumbo que causou rasuras na arma. Mas, a dificuldade, ressalta o perito, não impediu a equipe pericial de constatar que os projeteis são do mesmo calibre. Os peritos realizaram a análise da quantidade de raias (linhas que existem dentro do cano das armas) na arma para concluir o laudo. Na perícia, afirma o perito, a possibilidade de não ser a arma usada no crime é igual a possibilidade de existir, em uma mesma pessoa, duas impressões digitais diferentes, ou seja, praticamente impossível.
As investigações mostraram que a causa do duplo assassinato foi uma animosidade entre o prefeito de Tomé-Açu e Luciano Capácio, pelo fato de o empresário ter parado de dar apoio político ao prefeito, que é do PMDB, pois Luciano almejava a presidência do PSDB na região, para ser candidato a prefeito de Tomé-Açu. Como retaliação, o prefeito Carlos Vinícios mandou cancelar o aluguel do maquinário de propriedade de Luciano Capácio para a Prefeitura Municipal. Aliado a isso, houve denúncias feitas por Luciano Capácio, junto com seu advogado, Jorge Pimentel, quanto a supostas irregularidades num empreendimento imobiliário do grupo empresarial pertencente ao pai do prefeito. Por conta disso, as investigações mostraram que, para calar o empresário, o prefeito e o pai planejaram encomendar a morte de Capácio.
Comentários