POLÍCIA CIVIL DESARTICULA QUADRILHA DE APLICAVA GOLPE PARA OBTER CARTÕES DE CRÉDITO
A Polícia Civil desarticulou nesta quinta-feira, 12, um esquema de fraudes, que envolvia estelionato por meio de fraudes com cartões de crédito, em Belém. Durante a operação “Cover”, coordenada pela Divisão de Prevenção e Repressão aos Crimes Tecnológicos (DPRCT), comandada pelos delegados Beatriz Silveira e Samuelson Igaki, foram presos Kelly Cristina da Silva Alves, o ex-companheiro dela, Arlan Freitas de Souza, e o cabo da Polícia Militar, Daniel Husman Lavareda dos Santos, envolvidos no crime. Foram apreendidas duas adolescentes, de 15 e 17 anos, filhas de Kelly, também por participação no esquema. Kelly Cristina já foi presa por quatro vezes apenas pela DPRCT e uma vez pela Polícia Federal. Ela responde há, pelo menos, uma dúzia de processos, já tendo, inclusive, sido condenada em alguns deles. Atualmente, ela estava em liberdade, há menos de um mês, por determinação da Justiça através de Habeas Corpus. Cerca de 14 vítimas já foram identificadas durante as investigações. A ação criminosa rendeu prejuízo aproximado de R$ 400 mil.
PRESOS E APREENSÕES |
Com os presos, diversos documentos, como anotações de números de senhas e dados pessoas de vítimas, comprovantes de depósitos bancários, máquina leitora de cartões de crédito, entre outros, além de televisores de LCD, equipamentos de som e notebooks, obtidos por meio do crime, foram apreendidos. Segundo o delegado Samuelson Igaki, as investigações tiveram início a partir do registro de um boletim de ocorrência por uma ex-juíza de Direito, que se disse vítima de um golpe. Após a denúncia, outras pessoas também comunicaram terem sido vítimas da mesma quadrilha.
Com base nas denúncias, as investigações iniciaram e chegaram à conclusão de que se tratava de uma quadrilha organizada, que age de maneira fraudulenta, com auxílio de telefones fixos ou telefones celulares. As vítimas eram sempre aposentadas com alta renda, residentes em prédios, conjuntos e condomínios residenciais.
O delegado explica que as meninas eram orientadas pela mãe a ficar perto de estabelecimentos comerciais para observar pessoas que usavam cartões de crédito de alto poder aquisitivo, para depois segui-las até suas casas. As meninas eram levadas, de carro, por Arlan de Souza. Nesses locais, as meninas conseguiram mais dados sobre as possíveis vítimas, em conversa com os porteiros de prédios ou de conjuntos residenciais.
Já de posse até do telefone do prédio ou do conjunto e dados das possíveis vítimas, a adolescentes repassavam as informações para Kelly Cristina, que, por sua vez, dava início ao golpe.
A prática ocorreu enquanto ela estava presa no presídio CRF (Centro de Recuperação Feminino), em Ananindeua. Ela telefonou para a portaria das residências das vítimas, passando-se por gerente geral de bancos e funcionária de empresas, para conseguir falar com os donos dos cartões de crédito, aos quais se identificava como um nome falso e se dizia gerente de banco, e alegava que os cartões haviam sido usados em compras indevidas, de altos valores, e portanto estariam clonados. Para tanto, ela dizia às vítimas que iria fazer o cancelamento dos cartões. Para passar credibilidade, a golpista pedia às vítimas que colocassem o cartão em um envelope lacrado para, no dia seguinte, levá-lo à agência, para fazer a troca.
Já, depois, a golpista ligava novamente para a casa, alegando que iria mandar até à casa da vítima jovens aprendizes do banco que fariam a coleta do cartão. A vítima caía no golpe e entregava o cartão para as falsas funcionárias do banco, que eram, na verdade, as filhas da acusada. Com os cartões das vítimas, as adolescentes eram orientadas por telefone, pela mãe, que fornecia as senhas dos cartões às filhas, para que elas fizessem saques, transferências e compras.
Segundo o delegado, dentro do esquema, o policial militar arregimentava pessoas para receber em suas contas pessoais dinheiro desviado de forma ilegal dos cartões.
PRESOS |
Por meio das investigações e trabalho de inteligência, foi possível identificar outros integrantes da quadrilha. Conforme o delegado, o policial militar Daniel Husman, atualmente, está afastado de suas funções profissionais, sob alegação de ter obtido licença médico, mas na verdade, o afastamento era para ter tempo livre para cometer delitos. As duas adolescentes apreendidas foram encaminhadas para a DATA (Divisão de Atendimento ao Adolescente) para procedimento policial. Já o policial militar foi preso pela DECRIF (Divisão de Crimes Funcionais), para ser autuado em flagrante por posse ilegal de uma arma de fogo, por ter sido preso com uma arma ilegal, e por já ter mandado de prisão preventiva.
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