POLICIAL CIVIL APRESENTA VERSÃO SOBRE ACIDENTE ENTRE LANCHA E BARCO NO RIO GUAMÁ
A Polícia Civil, por meio da Divisão de Crimes Funcionais da Corregedoria-Geral, instaurou inquérito para apurar o acidente que resultou na morte de Marcelle Rodrigues, 19 anos. Ela caiu na água após a colisão entre o barco em que estava e uma lancha, na noite de sábado passado, no rio Guamá, perto do porto da Palha, orla de Belém. A lancha era pilotada pelo investigador da Polícia Civil, Alberto Mauro Barbosa de Souza. Com 22 anos de carreira policial, o policial civil apresentou sua versão dos fatos. Na colisão, a jovem caiu no rio e desapareceu. O corpo dela foi encontrado na tarde de hoje. Sobre o acidente, o policial civil confirma que pilotava a lancha no momento do acidente ocorrido por volta de 19 horas. Ele relata que estava seguindo em direção à marina da praça Princesa Isabel, no bairro da Cremação, para recolher a lancha, pertencente a um amigo, na qual passeava com familiares e amigos.
Disse que, no momento, era um horário de difícil visibilidade e, por causa disso, pilotava a lancha em baixa velocidade. "Foi quando nesse momento, senti um impacto provavelmente na lateral esquerda da lancha e imediatamente a parei. Constatei que havia três pessoas boiando e outras três pessoas dentro do barco que ainda flutuava. De imediato, jogamos coletes salva-vidas e boia para resgatar as três pessoas que flutuavam. Logo em seguida, dirigi-me até o barco que ainda flutuava e assim foram resgatadas as outras três pessoas que permaneceram na embarcação", conta. O investigador relata ainda que, no momento em que as pessoas subiram na lancha, em conversa com os resgatados, o policial civil passou a lhes pedir calma e tranquilidade, para que todos fossem resgatados e para tentar apurar o ocorrido. Conforme o policial civil, foi nesse momento em que um dos resgatados teria dito que reconhecia o erro, pois o barco não tinha qualquer iluminação para trafegar no horário noturno.
O último resgatado foi um rapaz de nome Ruan Moreira, namorado de Marcelle Rodrigues, 19 anos, que desapareceu e depois foi encontrada morta. No ato, o rapaz disse ao policial civil que a namorada ainda estava na água e assim, o policial civil conta que deu início às buscas para tentar encontrá-la. "Isso foi em questão de minutos após a tentativa de encontrá-la. Foi então que o rapaz começou a exaltar e passou a agredir verbalmente e fisicamente a integridade física das pessoas que estavam no barco sob minha responsabilidade e então desferiu um soco na boca de meu filho, que no momento, tentava acalmá-lo", revelou o policial civil. Segundo Alberto Mauro, por causa da alteração do rapaz, resolveu deixar as pessoas no porto da marina, pois estavam muito tensas com a situação. Nesse momento, relatou o policial, Ruan pegou uma garrafa de vidro vazia que estava na lancha e tentou golpear o filho do policial civil.
Nesse momento, diz o investigador, os próprios amigos do rapaz o agarraram e pediram para que ele mantivesse a calma, o que não foi obedecido pelo rapaz que continuou a agressão. "Foi então que, nesse momento, para evitar uma possível tragédia, pois estávamos no meio do rio sob risco de causar morte de alguém presente na embarcação ou até mesmo uma possível queda dos passageiros ao rio, identificou-se como policial e disse que deveria se acalmar, o que não foi atendido pelo rapaz", explica. Após isso, temendo o pior, o policial conta que sacou a arma de fogo e efetuou dois disparos de contenção para o alto para evitar algo mais grave. "Deixei as pessoas no porto da marina e voltei com um funcionário da marina e meu filho em busca da moça que estava desaparecida, fato que não obtive êxito e então retornei à marina onde já estava o barco da Capitania dos Portos, da Marinha do Brasil, com o qual voltamos em busca da menina desaparecida, mas não houve êxito", detalha.
Na hora em que o oficial da Marinha apurou os fatos preliminarmente, o policial civil afirma ter apresentado os documentos da lancha e a arrais amador (a carteira de habilitação para pilotar embarcação). No retorno à marina, afirma o policial, já estavam no local a Polícia Militar. "Pedimos aos policiais militares que solicitassem presença do SAMU, pois o piloto do barco, Paulo César Costa Quaresma, estava machucado", conta. Sobre a denúncia de agressão à uma jornalista, que filmava com um celular o fato, o policial civil afirma que ela estava visivelmente embriagada e teria começado a causar transtorno ao trabalho das autoridades presentes no local, como Marinha, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. "Ela, a todo instante, instigava as pessoas da outra embarcação a agredir as pessoas que estavam na lancha, inclusive eu, meu filho e a esposa dele", explica.
Após a apuração da Marinha, o policial afirma ter se deslocado, junto com a guarnição da PM, até a Corregedoria da Polícia Civil, para relatar os fatos e apresentar os documentos de habilitação. O policial conta que se dirigiu ao Instituto Médico Legal, onde foi feito o exame clinico de embriaguez.
O policial nega que havia mulheres nuas na lancha. "Trata-se de um fato sem cabimento, pois estávamos em um passeio com familiares e amigos, dentre eles, meu filho e nora, junto com um casal de amigos, entre outras pessoas", afirma.
Ele relata ainda todos os socorros foram prestados às pessoas do barco, o que foi testemunhado pela guarnição da Polícia Militar, da Marinha e por funcionários da marina.
Quanto ao fato de não ter voltado ao rio, para fazer busca à moça desaparecida, o policial afirma que se trata de uma inverdade. "Retornei duas vezes à procura da mesma, uma na lancha e a outra na embarcação da Marinha, fato comprovado na documentação expedida pela Marinha do Brasil", ressalta.
Ele nega que estivesse embriagado, enquanto pilotava a lancha. "Impossível uma vez que não tomei bebidas com teor alcoólico, o que será comprovado no exame clinico", garante. Quanto ao fato de ter disparado a arma de fogo, que estava em minha posse e de propriedade da Polícia Civil legalmente concedida para uso em serviço, Alberto Mauro confirma ter feito apenas para salvaguardar a vida das pessoas e a própria vida, por ser policial civil e estar preparado para lidar com situações dessa natureza. "Afirmo ainda que sou um policial que possui uma ficha funcional limpa onde não constam agressões, brigas de qualquer natureza e nenhum desrespeito e truculência a qualquer cidadão", salienta. O investigador afirma que outro filho seu, que não estava na lancha, conversou com o pai da moça e se dispôs a ajudar em qualquer necessidade, inclusive deixando o telefone para contato. Ele negou ainda que estivesse fazendo "racha", fato quase impossível de ocorrer por causa da escuridão e também não havia outra lancha próxima
Comentários
mas nao desprezo a dor da familia a qual Deus vai consolar.