PRESOS DO CENTRO DE DETENÇÃO DE ICOARACI PERMANECEM INTERNADOS NO HOSPITAL METROPOLITANO
O Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência informou, no início da noite desta quarta-feira (9), que não houve grandes alterações no quadro clínico dos pacientes que sofreram queimaduras durante o princípio de motim de presos no Centro de Detenção Provisória de Icoaraci, ocorrido na noite de terça-feira (8). Deram entrada no Pronto-Atendimento do hospital 25 pacientes. Entre o fim da manhã e o início da noite desta quarta, 16 deles continuavam internados. Um morreu no início da manhã. O Pronto-Atendimento do hospital está lotado e continua em vigor o Protocolo de Catástrofe, com as equipes médicas de urgência e emergência concentradas no atendimento às vítimas do incêndio.
INCÊNDIO DESTRUIU CELA |
Dos 25 queimados que deram entrada no Metropolitano, oito tiveram alta durante a manhã e um não resistiu aos efeitos da inalação de fumaça tóxica e quente. Ele morreu às 6h45. No meio da tarde, um paciente foi transferido para o Centro de Tratamento de Queimados porque o estado clínico dele se agravou.
O quadro geral dos 16 pacientes que continuam internados é grave. Alguns estão com até 95% do corpo queimado; os mais graves têm queimaduras das vias respiratórias porque inalaram fumaça tóxica e quente. O Plano de Contingência aplicado pelo hospital foi fundamental no atendimento dos queimados.
A mobilização de equipes adicionais de médicos e enfermeiros contribuiu para uma resposta rápida na triagem das vítimas e para os primeiros procedimentos. Aos dez médicos que estavam de plantão, na noite de terça-feira, somaram-se mais oito convocados extraordinariamente. O Hospital Metropolitano, administrado pela Pró-Saúde, sob contrato com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), é o único no Norte e Nordeste do país onde existe um Centro de Tratamento de Queimados.
HOSPITAL METROPOLITANO, ONDE ESTÃO INTERNADOS OS PRESOS |
PROTOCOLOS Ao longo da madrugada e início da manhã desta quarta-feira, oito pacientes receberam alta. Onze continuam respirando com ajuda de aparelhos, com quadro gravíssimo, inspirando cuidados no atendimento de unidade de terapia intensiva (UTI). Na chegada, os pacientes foram atendidos na urgência do hospital, onde receberam os primeiros atendimentos. Desde então, o Hospital Metropolitano está operando segundo o Protocolo de Catástrofe, que permitiu priorizar o atendimento somente dos casos dos queimados durante o motim.
O diretor técnico do Hospital Metropolitano, Derval Leão, disse à imprensa que o estabelecimento do Protocolo de Catástrofe e do Plano de Contingência foi fundamental para garantir o pronto atendimento às vítimas. “Recebemos uma quantidade de pacientes muito acima do normal. Mobilizamos de imediato médicos e enfermeiros que não estavam no plantão e conseguimos efetivar uma triagem rápida para priorizar os casos mais graves, mas todos tiveram um atendimento rápido, e essa agilidade nos permitiu cuidar e estabilizar os pacientes, para evitar que um maior número evoluísse para quadros ainda mais graves”, explicou.
VISITAS A direção do Hospital Metropolitano informa que as famílias dos presos queimados estão recebendo informações a respeito do quadro de saúde de seus parentes por intermédio do Serviço Social da Superintendência do Sistema Penal (Susipe), em comum entendimento com o Serviço Social do HMUE. À tarde, a mãe de um paciente e a irmã de outro foram recebidas no hospital por médicos, enfermeiros e psicólogos do Metropolitano, além de assistentes sociais da Susipe, que estão dando apoio às famílias.
As visitas aos pacientes no Pronto Atendimento não são permitidas. O procedimento é praxe na área de emergência do hospital, independentemente de serem ou não custodiadas pelo Sistema Penal, que impõe regras de segurança para acesso ao hospital.
As duas familiares receberam informações que as visitas a pacientes custodiados ocorrem sempre às quartas-feiras. Os médicos informaram que os pacientes estão entubados porque o estado deles é grave.
A direção do hospital compreende o sofrimento dos familiares das vítimas e reconhece a angústia pela qual estão passando, mas, por questões técnicas, não é possível acolher os visitantes. A área de emergência está sobrecarregada de pacientes, o movimento é intenso e não é possível a presença de pessoas estranhas aos serviços hospitalares, sob pena de prejudicar a segurança hospitalar.
Resumo do último Boletim Médico:
Total de pacientes que deu entrada com queimaduras: 25; Alta médica (até às 12h30 desta quarta-feira, 9): 8; Óbitos: 1; Internados não graves: 5; Internados com quadro grave: 11.
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