ENCERRADO CASO DA MORTE DE PROFESSOR NA CAPITAL
A Polícia Civil encerrou, nesta segunda-feira, 10, as investigações sobre o assassinato do professor universitário e engenheiro mecânico, Raimundo Lucier Marques Leal Júnior, 59 anos, com a prisão do último envolvido no crime. Edmilson Ricardo Farias, 23 anos, de apelidos "Juca" ou "Juquinha", foi preso no último final de semana, por uma guarnição da Polícia Militar, após ser flagrado com um carro roubado, no município de Marituba, na Região Metropolitana de Belém. Levado à Seccional Urbana de Marituba, ele foi identificado como a pessoa indiciada no inquérito sobre o homicídio apontado como o autor dos disparos fatais contra a vítima. Edmilson está com mandado de prisão preventiva decretado pela Justiça. Ele foi apresentado, hoje, na sede da Divisão de Homicídios, em Belém, onde foi ouvido em depoimento pelos delegados Gilvandro Furtado, diretor da DH, e Vicente Gomes.
CARLOS AUGUSTO, ALLAN PATRICK E EDMILSON RICARDO |
Outros dois já estavam presos por envolvimento no homicídio ocorrido em 4 de agosto deste ano.
Carlos Augusto: mandante
Um dos presos é o engenheiro químico Carlos Augusto de Brito Carvalho, 38 anos, acusado de ser o mandante e de ter contratado o executor da morte de Raimundo Lucier, baleado mortalmente ao volante do próprio carro, enquanto fazia um retorno no canteiro central da Avenida Duque de Caxias, bairro do Marco, na capital. O outro preso, por participação no assassinato, é o mototaxista Allan Franklin Ferreira Rego, 21 anos, responsável por pilotar a moto usada na fuga depois do crime. Todos tiveram as prisões preventivas decretadas pela Justiça. O delegado Gilvandro Furtado garantiu que apenas os três estão envolvidos no plano para matar Raimundo Lucier.
Ele ressaltou que os acusados estão indiciados por homicídio triplamente qualificado, por premeditação, mediante recompensa ou pagamento, e sem dar chance de defesa à vítima. Em depoimento, Edmilson admitiu ter sido contratado por Carlos Augusto pelo valor de R$ 3,5 mil para fazer o "serviço", ou seja, assassinar o professor. Segundo o acusado, o mandante não teria pago todo o valor combinado, repassando para o executor cerca de R$ 2 mil.
Allan: piloto da moto usada na fuga
Ainda, as investigações mostraram que o engenheiro químico Carlos Augusto, que foi preso em setembro, foi quem levou Edmilson, em seu próprio carro, para o local onde a vítima seria executada. "Por dois dias, eles estiveram no local - Avenida Duque de Caxias - para esperar a vítima ir a uma oficina mecênica, onde iria levar o carro para reparos", disse Furtado.
EXECUTOR DO CRIME AGORA ESTÁ PRESO |
No primeiro dia, véspera do crime, os dois permaneceram até por volta de 21 horas, mas a vítima não apareceu no local. Já, no dia seguinte, eles esperaram até o momento em que a vítima saía da oficina, conduzindo seu carro. Foi então que Edmilson desceu do carro e foi em direção ao professor, atirando mortalmente várias vezes na cabeça dele. Na fuga, "Juca" subiu na moto em que estava Allan Franklin que deu fuga ao criminoso. Imagens de câmeras de segurança ajudaram na identificação da moto usada na fuga.
A partir disso, foi possível chegar ao paradeiro do piloto da moto e, por conseguinte, nos demais envolvidos. Ao ser ouvido, Carlos Augusto, acusado de ser o mandante, negou que pretendia matar a vítima, mas alegou ter sido ameaçado de morte por Raimundo Lucier e, para tanto, convidou um homem para dar um "susto" nele. Ao delegado Vicente Gomes, o indiciado alegou que conhecia a vítima, pois ambos atuavam no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA), do Pará, na Câmara Especializada em Mecânica, Metalúrgica e Engenharia Química, responsável em fiscalizar as atividades profissionais.
Segundo alega o engenheiro acusado, a ameaça de morte teria ocorrido após ter assumido a coordenação da Câmara. Ao tomar conhecimento de supostas irregularidades cometidas por Raimundo, em sua atividade profissional, o acusado alegou ter sido ameaçado de morte. Allan, por sua vez, afirmou que foi Carlos Augusto quem contratou "Juca" para executar a vítima. O mototaxista alega que foi convidado por "Juca" e por Carlos Augusto para fazer uma corrida em sua moto de Benevides até Belém, com objetivo de fazer um "acerto de contas".
Allan conta que, por duas vezes, esteve com "Juca" e Carlos Augusto no local combinado - a Avenida Duque de Caxias, em frente a uma oficina mecânica. Nesse local, a vítima apanharia o carro deixado no local. O piloto de mototáxi, no dia do crime, por volta de 13h30, seguiu ao local combinado, ficando na Passagem Três Irmãos, perto da Duque de Caxias, para dar fuga a "Juca". Ainda, segundo Allan, a arma do crime foi dada ao executor pelo mandante, que também esteve no local do crime, dando carona para "Juca". "Foi o mandante quem apontou para 'Juca' quem era a vítima", disse o mototaxista.
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