CASO PAULO NUNES: PRESIDIÁRIO É INDICIADO COMO AUTOR DA MORTE DE PM
O delegado Paulo Davi Rayol, da Seccional Urbana da Cidade Nova e que está responsável pelo inquérito do caso do latrocínio (roubo seguido de morte) do policial militar Paulo Sérgio Nunes Pinto, prestou mais informações, neste sábado, 5, sobre o reconhecimento oficial, na noite de ontem, do autor do crime. Foram, ao todo, dez horas de investigações ininterruptas até a identificação e localização do homem que matou a tiros o soldado da Polícia Militar e tentou matar com um tiro em direção à cabeça a namorada do policial. Jefferson Wallace da Cunha Santos, tem 25 anos e atende pelo apelido de "Lourinho". Condenado pela Justiça do Pará há mais de 5 anos de prisão pelo crime de tentativa de latrocínio, ele cumpre atualmente a pena em prisão semi-aberta, na penitenciária Colônia Agrícola Heleno Fragoso, situada no Complexo Penitenciário do Distrito de Americano, em Santa Izabel do Pará, nordeste do Estado.
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JEFFERSON WALLACE DA CUNHA SANTOS: INDICIADO |
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SOLDADO PAULO NUNES: VÍTIMA |
LOCAL EM QUE POLICIAL MILITAR CAIU BALEADO |
Jefferson Wallace conquistou o direito de saída temporária da prisão concedida pela Justiça para passar as festas de Natal e Ano Novo com a família que mora no Conjunto Cidade Nova 5, em Ananindeua. O presidiário saiu da prisão no dia 25 de dezembro e retornou por volta de 17 horas no dia 1º de janeiro. No dia anterior, à tarde, ele matou com cerca de três tiros nas costas e na cabeça o policial militar, durante assalto à farmácia da rede Extrafarma, no Conjunto Cidade Nova 7, bairro do Coqueiro, em Ananindeua. A condenação de "Lourinho" foi em decorrência de ter cometido uma tentativa de assalto a um vigilante do prédio do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), localizado na travessa WE-16, na Cidade Nova II, em Ananindeua. O crime ocorreu em 21 de fevereiro de 2011. Naquela ocasião, Jefferson e outro homem, que estava de moto, tentaram roubar a arma do vigilante, mas ele reagiu e trocou tiros com os bandidos. O vigilante levou três tiros, enquanto Jefferson foi atingido por um disparo no abdômen. Ele foi preso em flagrante e mais tarde condenado pela Justiça por ter cometido o crime.
De acordo com o delegado, durante as investigações, a equipe da Seccional da Cidade Nova chegou a uma testemunha importante que revelou o possível paradeiro do autor do crime. A partir daí, os policiais fizeram buscas na casa do acusado, localizada no Conjunto Cidade Nova 5, onde vieram a descobrir, no endereço, que o suspeito estava recolhido na Colônia Agrícola. Os policiais seguiram, então, até a casa penal, onde com apoio da Diretoria Penitenciária do Sistema Penitenciário do Pará, tiveram acesso ao presidiário "Lourinho". A namorada do soldado, já recuperada do tiro que recebeu no pescoço durante o assalto, foi levada até a Seccional Urbana de Santa Izabel do Pará, para onde também o presidiário "Lourinho" foi levado, na noite de ontem, para passar por reconhecimento por parte da testemunha. Ele foi colocado, em uma sala de reconhecimento, ao lado de outros presos e foi reconhecido sem dúvidas pela testemunha.
MOMENTO DO CRIME A namorada do policial militar foi ouvida em depoimento e depois liberada. Ela relatou todos os momentos difíceis pelos quais passou no dia do crime. Conta que estava noiva de Paulo Nunes com quem pretendia se casar em março deste ano. Relatou que os bandidos entraram na farmácia como se fossem clientes e depois anunciaram o assalto. Eles abordaram o policial militar e o mandaram entregar a arma. Depois, um deles - Jefferson Wallace - mandou Paulo Nunes se abaixar e, com a própria arma da vítima, disparou primeiramente nas costas dele e depois na cabeça. Em seguida, o bandido apontou a arma para a namorada da vítima e fez um disparo em direção à cabeça dela. O tiro errou o alvo e atingiu o pescoço da mulher. Ambos foram socorridos, mas Paulo Nunes não resistiu após dar entrada no Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE).
INDICIAMENTO DE PRESIDIÁRIO Ao delegado, em depoimento, Jefferson Wallace limitou-se a dizer que iria reserva-se ao direito de se pronunciar apenas na Justiça sobre as acusações. Com o reconhecimento, o delegado indiciou o presidiário pelos crimes de latrocínio (roubo seguido de morte) por ter assassinado o policial militar e roubado a arma da vítima, e por tentativa de homicídio contra a namorada do soldado. O delegado informou que o trabalho de investigação irá se centralizar na identificação e prisão do comparsa de "Lourinho" no assalto. O delegado informou também que já descartou outras duas pessoas que foram presas por outros crimes e colocadas como suspeitas por policiais militares de envolvimento no crime. A farmácia da rede Extrafarma ficou ainda de enviar documentos que comprovam o roubo de uma quantia em dinheiro feita pelos assaltantes.
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